27. Lembranças apuradas .

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                                       Continuei a encara-la por alguns segundos, tentando entender o verdadeiro significado de suas palavras, que naquele momento soavam um tanto acinéticas e duais, pois poderiam elas se referir a algo qualquer, algo que eu podeira fazer ou a algo que já havia feito. Mas, o mais provável seria que fosse uma pequena junção, de tudo o que fiz em decorrer de minha vida, mas como também do que poderia vir a fazer. Dei um pequeno sorriso em troca de seu agradecimento. Ela por alguns segundos manteve o seu pequeno sorriso torto, mesmo com lagrimas escorrendo por seu belo rosto. Mas em seguida notei que já se tornara tarde de mais, então eu apenas suspirei, e voltei meu rosto junto aos movimentos de meu corpo, em direção a janela que estava totalmente aberta naquele momento. Finalmente tentei me concentrar o máximo possível no que iria fazer em seguida. 

Então eu comecei a andar, nem demasiadamente rápido mas muito menos lentamente. Cheguei o mais perto possível dela, com apenas a cama que me separava da "saída", a noite já estava a cair, e se via cada vez mais gélida, pelo menos mais gélida do que em outras noites. Então delicadamente subi em cima da cama, sem movimentos muitos broscos, pois não queria deixar alguém saber em que momento eu sairia. Depois de me colocar em cima de minha cama, me ajoelhei e subitamente afundei um pouco em meio a cama fofa. Pois a cama era demasiada macia. 

Então cheguei o mais perto possível da janela, que agora era a unica coisa que me separava do solo gramado fresco e úmido.  Eu tentei passar pela janela delicadamente, ignorando todo o frio que se formara em minha bariga, junto com meu nervosismo e todos os pensamentos contraditórios que haviam se formado em minha mente à principio. Inicialmente consegui ultrapassar grande parte dela sem fazer muitos ruídos audíveis. Mas como contratempo, um pequeno pedaço de tecido de minha vestimenta havia ficado preso em alguma parte da janela estreita. Então depois de alguns segundos, tentando soltar, por sorte sem muito insistir, consegui me soltar. Mas eu ainda tentava ultrapassar-la, então ainda estava longe do solo, meu cima de minha janela, que parecia maior do que era. Por causa disso, foi impossível impedir minha queda. Por sorte cai em cima de algumas orquídeas brancas que tinham o seu centro um tanto avermelhado. Por causa disso, elas amorteceram parte da queda e do barulho, que não fora tão alto. Mas infelizmente não pude evitar fazer um som sequer, então quando meu corpo atingiu o solo mesmo que pequena a distancia entre o solo e minha janela, o som que então se escutou fora audível pelo menos por Emmy. A queda havia me deixado extremamente preocupada. Naquele momento me apavorei com a possibilidade de alguém haver escutado, alguém que não fosse Emmy. Então rapidamente me coloquei de pé, e comecei a andar rapidamente em direção a floresta, ignorando a dor fraca que sentia em meu braço, pois tentara colocar ele a minha frente, para amortecer a queda e não dar de cara com o chão úmido.

 Antes de me afastar de mais, eu apenas dei alguns segundos ao tempo, e parei ainda um pouco perto de minha casa, apenas para dar uma olhadela sobre o obro, em direção ao que eu deixara para trás. Pude ver a sobra de um anjo, que me observara pela janela. E sua sombra que se via ultrapassar por minha janela, era um tanto pequena, então provavelmente seria de Emmy. Voltei meu olhar para a imensidão da floresta. A floresta que por acaso se expandia por quase todo o redor de minha casa, que me possibilitava conseguir me localizar melhor e saber de onde partira e para onde iria. Depois de andar rapidamente sem mais olhar para trás, por alguns minutos, eu parei alguns instantes para poder me localizar. Naquele momento pude ver o quanto escuro estava começando a ficar, e por casualidade o frio que invadia meu corpo junto ao apreensão me deixava um tanto apreensiva. Por conta daquilo, eu comecei a tremer, tanto por medo quanto por frio. Inicialmente procurei por algo que me ajudasse a entender em que região estava. 

Mas enquanto procurava me lembrei. Me lembrei claramente de meu primeiro dia em este planeta, que inicialmente era desconhecido e assustador com um pequeno toque de expressividade esbanjada em todo canto em que meu "olhos" olhavam. Pude me lembrar também, que de um momento para o outro, eu estava caminhando com minhas "pernas", sem me lembrar de como viera parar em este mudo diferente, que era completamente distinto e desigual de tudo o que o universo já me havia concebido. Eu estava um pouco assustada e um muito encantada com a beleza que aqui esbanjava. Lembro também que naquele momento eu praticamente estava perdida, sem saber para onde ir. Mas me lembrei em seguida que uma parte minha me fazia seguir em uma direção especifica. Tentei me lembrar do que fizera antes para conseguir seguir na direção certa, sem me perder ou desviar do caminha que meu coração acreditava ser o certo. Lembrava que antes de que Emfor viesse ate mim, e me acompanhasse ate nosso pequeno povoado, eu seguia apenas a direção que minha intuição indicava. Então eu fechei meus olhos e tentei me concentrar. Mas como ter certeza que a direção de que meu coração indicara seria a certa desta vez? poderia piorar minha situação e me perder em meio a quela floresta imensa. 

Então assim que tive aquele pensamento, uma brisa leve soprou por mim em direção ao noroeste. Então grande parte minha sabia que seria aquela direção a certa a se seguir, pois não só meu coração indicara como também a brisa leve, que soprou por mim carregando um aroma doce e maleável, que ao mesmo tempo me parecia ser amargo e inflexível, me havia acabado de indicar quela direção. Mas mesmo assim, uma pequena parte minha ainda duvidava. Mas antes de saber completamente onde eu estava, e em que direção seria a correta para correr, eu escutei ao fundo a voz de Emfor, em um tom quase inaudível pois provavelmente ela estava muito longe, mas ainda podia se identificar que ela chamara o meu nome.

Então eu comecei a correr desesperadamente, meso não tendo certeza se aquela era a direção certa a ser seguida. Mas de qualquer forma eu preferi ouvir ao menos uma vez a minha intuição. Enquanto corria o mais rápido que eu podia, o vento úmido e gelado batia contra meu rosto, que estava perdendo o calor a medida que o vento gélido soprava contra mim, me fazendo tremer cada vez mais. Por alguns instantes pensei em utilizar minhas asas, mas logo desisti dessa ideia um tanto intransigente, pois eu não sabia quando eu entraria naquela "área" aonde minhas assas simultaneamente parariam de operar. Então eu não correria o risco de me machucar ao cair no solo que era extremamente rígido. Por isso, tentei acelerar minha corrida. Mas ainda sim podia ouvir a voz de Emfor e algumas outras vozes, que naquele momento estava ocupada de mais para diferenciar, chegar cada vez mais perto. Mas mesmo ainda longe, se podia identificar que eles estavam tentando vir ao meu encontro quase que desesperadamente.  




PralayaWhere stories live. Discover now