25. O certo parecia ser errado .

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-N-não! _falou Emfor com a voz trêmula._ -Bell..._Disse ela entre dentes. Suas lagrimas que pareciam que a qualquer momento escorreriam de seus belos olhos "cor bistre". Deixava sua expressão temerosa mais intensificada. Sua cabeça balançava de um lado para o outro, como uma forma de negação, entre seus próprios pensamentos e sua maior preocupação, seria eu, e eu sempre seria sua forma de preocupação._

Levei minhas mãos, ate as dela, que ainda pendiam de meu rosto corado. E fragilmente tentei falar, da maneira mais plausível possível.

-E-Enfor... tudo bem... vai ficar tudo bem... não se preocupe tanto... eu não tenho medo... não tenho medo do que possa... do que pode acontecer comigo... _Falei e imediatamente fui tomada pela verdade de minhas palavras. Palavras talvez pausadas de mais. Mas era a unica maneira, para mim, pronunciar-las de alguma forma que se quer fossem audíveis, e que dessem algo a entender. Uma maneira mais fácil de pronuncia-las, sem minha voz sair falha. Pois se tornara difícil falar sem minha dor aumentar, de uma forma brusca._

-Não... não Bell... por favor! _falou ela cada vez parecendo mais preocupada, suas lagrimas agora escorriam por seu belo rosto tristonho, sua boca quase completamente curvada para baixo, a deixando tão surreal. De uma maneira que eu poderia dizer que nunca a havia visto, ela daquele jeito me deixava mais triste e preocupada._ -Não! não... não podemos arriscar te perder! por favor... Bell... entenda o meu lado! _falou ela serrando seus olhos e mordendo o lábio, numa tentativa de não deixar palavras escaparem. Deixando suas lagrimas escorrerem de uma forma incógnita. Parecia que essa circunstância que nos encontrávamos realmente a afetava tanto quanto a mim._

-Eu entendo! _Assim que pronunciei minhas palavras cardiais, ela novamente abriu os olhos cheios de lagrimas e sustentou meu olhar oportuno._ -Emfor... sim eu entendo seu lado... Mas... por favor! também é necessário que você entenda o meu! _falei ainda sustentando o seu olhar angustiado, porém, que agora se mostrava mais compassivo._

Ainda olhando em seus olhos, não havia reparado. Talvez por estar chorando, ou por estar concentrada de mais em seu olhar penetrante. Para notar que o sol agora estava se pondo. Assim que Emfor novamente fechou seus olhos, para poder controlar a pequena batalha que se formava em seu interior. Desviei meu olhar do belo e aflito rosto de Emfor. E olhei em direção a minha porta de entrada, que dava para minha pequena sala. Ela estava quase completamente aberta, por isso se tornava possível perceber os feixes de luz. Um pouco mais alaranjados em comparação ao nascer e o por do sol, transpassando por ela. Notei que a cada segundo podia reparar melhor o sol se pondo, pela janela que ficava ao lado esquerdo de minha porta. Com isso me relembrei de meu primeiro pesadelo. Como ele se passava de noite, pensei em que finalmente, tentaria por-lo em ação, e tornar-lo real, por mais assustador que fosse fazer isso. Então quis encorpora-lo desde de agora.

Desviei meu olhar dos pequenos vislumbres de luz de tons alaranjados, e arrastei meu olhar por toda a sala, lentamente. Meu olhar primeiro parou no rosto de Greathe, sua expressão era serena e talvez um pouco impaciente, não me preocupei de maciado, com o significado daquele olhar. Depois olhei para Noah, sua expressão era vazia, ele talvez estivesse apenas aguardando o momento certo para demostrar alguma expressão. Sem querer olhar nos olhos Angustiados e repletos de discórdias de Emmy, eu logo passei meu olhar para Welmer. Que desdo inicio acompanhava cada um de meus pensamentos. Ele fez um sinal de aprovação sobre meus pensamentos audaciosos, com apenas um movimento de sua cabeça. Eu apenas o retribui, e em seguida apenas passei meu olhar por Celloy, que não olhava para mim, e sim para Welmer. Preocupada com o que poderia acontecer a seguir. Notei que que ela apertava sua mão com o máximo de força, que aquela pequena anjo tinha. O que fez ele olhar-la, e por alguns segundos pude escutar seus pensamentos que nada mais faziam, do que tranquilizá-la.

"Não se preocupe Meu Amor... tudo vai dar certo..."

Ela o olhava com ternura, e ele retribuía seu olhar amoroso com um pequeno sorriso semi aberto. Não aguentei observa-los por muito tempo, era demasiado doloroso. Então voltei meu olhar ao rosto de Emfor, que ainda estava de olhos cerrados, e suas mão ainda pendiam de meu rosto. Então conclui que ela ainda não havia lido meus pensamentos, talvez tentando afugentar os seus próprios pensamentos. Repentinamente senti uma grande culpa, pois em poucos minutos, quebraria uma de suas regras. Que para mim eram extremamente importantes. Eu abaixei minha cabeça quando minha dor se tornou quase insuportável, pois para mim, o que faria a seguir, seria imperdoável. Deixei minhas lagrimas correrem soltas por meu rosto. Nesse meio tempo, tentava bolar um plano, para conseguir sair, sem levantar as suspeitas de Emfor. Mas meus pensamentos duraram apenas por alguns segundos. Depois eu simplesmente cerrei meu choro silencioso, e controlei meus pensamentos, em uma tentativa de não pensar, em como iria sair sem ela notar, e em seguida eu simplesmente me pronunciei.

-E-Emfor... _falei ainda sem olhar em seus olhos. Eu não conseguiria olhar-la sem demostrar ou deixar escapar minhas emoções ou meus pensamentos, ou sem me fazer sentir mais preocupada, e por recorrência deixa-la preocupada._ -não aguento mais..._falei em um tom baixo, somente para ela._-estou quase desbando em pedaços... acho que o melhor... é eu ir me deitar... me desculpe._ falei retirando suas mão de meu rosto, e me virando, ainda sem sequer olhar em seus belos olhos angustiados._

-Bell..._chamou Emfor, e eu nem se quer me virei, mas ela continuou sem exigir que eu olhasse em seus olhos._ -Não deveria estar pedindo desculpas... o certo... seria se eu pedisse perdão... então, por favor... eu estou lhe pedindo que me perdoe...

Na verdade, nem ela sabia que o certo e correto, seria eu pedir perdão. Pois entre pouco tempo, seria eu quem iria decepcionar-la. Rapidamente tentei afugentar esse pensamento, pois ela poderia escutar-los.

Meu coração, por alguns segundos parou. Eu não conseguiria fazer aquilo! como poder de pura e espontânea vontade, quebrar uma de suas regras? por mais que fosse o correto, por mais que fosse meu dever. Era doloroso de uma forma inigualável. Eu ainda estava de costas para ela, e tinha quase certeza que ela ainda aguardava que eu olhasse em seus olhos e a respondesse.

Então percebi que ficara cravada ao chão, imóvel, lagrimas que não paravam de escorrer por meu rosto, minha dor só aumentava a cada segundo. Eu não estou pronta para partir! mas também não estou pronta para desistir! Eu não sabia mais como agir, nem como a responder, não sabia o que fazer.

Então repentinamente, naquele momento soube, que o que tinha em mente, e o que iria fazer, realmente era o Certo, não importando o que acontecesse comigo, mesmo correndo riscos, mesmo não sabendo, mesmo andando as escuras. Eu já tinha minha principal duvida esclarecida, agora já tinha uma pequena ideia do que era certo ou errado.

Mas pequenos pensamentos surgiram em minha mente naquele momento. Pois meu "ser " já sabia que se eu de alguma forma, se eu descobrisse que era Errado, eu não poderia deixar de o fazer, pois seria a unica saída de tanta dor. E se fosse errado de alguma forma, eu ingenuamente acreditaria que era o certo. Então como eu poderia ter certeza se o que eu achava que era certo, realmente seria certo? pois poderia ser um truque da minha mente, e eu não saberia. Então novamente fiquei extremamente confusa. Pois o certo parecia errado, e o errado parecia certo.


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