06- Inversão de papéis (H + M + M)

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No auge dos meus 27 anos, eu estava solteira, com pouquíssimos amigos e com um emprego estável. Havia terminado um relacionamento de 10 longos anos com meu primeiro e único namorado.
O fato de eu ter namorado tanto tempo com a mesma pessoa, repercutiu muito em mim... Isto porque, somente após o término, me dei conta de que eu havia centralizado TODA a minha vida em torno do Carlos. Nossos amigos eram os mesmos, os lugares que frequentávamos, nossas famílias eram entrosadas, nosso casamento estava marcado, até que um dia... Pá! Carlos estava me traindo com uma de nossas amigas em comum.
Término, choro, trauma e rompimento de todo e qualquer tipo de laço.
Acabei ficando assim, meio sozinha, com apoio de apenas alguns amigos. Rompi com todos que continuaram amigos do Carlos e de sua amante, que, após o nosso término, se tornou sua namorada.
Quando soube da traição e o encostei na parede para saber o motivo pelo qual ele havia feito tamanha canalhice comigo, a resposta foi "eu e você não estávamos mais ligados sexualmente". Tomei aquilo como uma ofensa, pois, para mim, estava tudo ótimo em nossa vida sexual.
Infelizmente, ele tinha alguns desejos estranhos, e eu não coadunava com suas ideias. Carlos sempre vinha com um papo de "apimentarmos" a relação fazendo loucuras diversas, as quais nunca aceitei. Dentre tais fantasias, ele pedia-me para amarrá-lo, penetrá-lo com um dildo, chamar outra pessoa do sexo masculino para fazermos ménage a trois, etc. Talvez sua atual namorada tenha aceitado realizar todas as suas fantasias. Eu não realizei... E o perdi!
Passados seis meses do nosso término, eu estava na fila do cinema sozinha comprando ingresso para assistir "O Hobbit". Eis que alguém atrás de mim, põe a mão em meu ombro me chamando:
- Eliana?
- Oi! Marcelo, é você?
- Sim! Quanto tempo! Não está me reconhecendo, né?
- Desculpe...Rs! - ri, sem graça - Você está tão... diferente!
- Rsrsrs... - riu alto, inclinando a cabeça para trás - Eu sei! Eu era gordo, agora estou magro! Não tem problema, pode dizer!
- Puxa... É que fez MUITA diferença! E não nós vemos há apenas um ano, talvez?
- Isso! Pouco mais que um ano. É que fiz cirurgia bariátrica, também conhecida como redução de estômago. Perdi 40 kg!
- Uau! Parabéns! Você ficou muito bem! - ele estava realmente um gato, não pude negar. Seus olhos azuis contrastando com seu cabelo preto ficaram ainda mais reluzentes.
- Vou assistir ao "Hobbit" e você?
- Eu também! Que coincidência!
- Podemos nos sentar juntos?
- Claro!
E assim começou o meu reencontro com o "novo" Marcelo. Ele era um dos meus amigos em comum com o Carlos que eu não havia visto após o nosso término.
Assistimos ao filme juntos e, logo após, fomos juntos para a praça de alimentação do shopping comer batatas com filé e tomar uns chops. Devido à sua cirurgia, Marcelo comeu pouquíssimo, visto que, pouca quantidade de alimento já lhe saciava. Conversa vai, conversa vem, falamos sobre o Carlos, sobre nossas vidas, relacionamentos, etc. Marcelo, além de lindo, era um cara muito agradável. Neste nosso inesperado encontro, ele me confidenciou que, quando era gordo, não tinha namoradas e não fazia o menor sucesso com as mulheres. Quando tomei um pouco mais de liberdade, perguntei-lhe, levemente impulsionada pelo álcool:
- Mas, Marcelo... Você NUNCA namorou?
- Não, Eliana. Nunca!
- Você, digamos... É virgem?
- Rsrsrs! Não, querida! Não sei se eu devia lhe dizer isso, mas... Quando eu era obeso, eu pagava por sexo...
- Prostitutas?
- Sim!
- Nunca imaginei...
- Não se encabule... Na verdade, há grandes vantagens em sair com prostitutas.
- Quais? - perguntei, curiosa.
- Pude realizar todas as minhas fantasias.
- Me conte uma...
- Bom, uma delas, que eu inclusive, mantenho até hoje, é a prática do swing, ou seja, troca de casais.
- Ora, mas você e uma garota de programa não são exatamente um casal! Ou seja, vocês não têm um relacionamento!
- Não importa. Na casa de swing que sou sócio, basta que eu leve uma acompanhante.
- Entendi... Que coisa! Nunca imaginei que fosse assim. Achei que os casais que frequentassem fossem todos casados.
- Há casas que recebem somente casados. Mas não é o caso desta que frequento.
Conversando um pouco mais sobre suas fantasias e sua vasta experiência sexual, acabei me abrindo e contando sobre as fantasias não-realizadas de Carlos; contei-lhe que neguei todos os seus pedidos, e que, agora ele deveria estar realizando todos com sua nova parceira.
Percebendo meu rancor, Marcelo, para alegrar-me, resolveu propor-me:
- Eliana, e se você fosse comigo até a casa de swing?
- Eu????? - assustei-me.
- Sim! Não precisa rolar nada entre nós. Você entra de braços dados comigo, como se fosse minha acompanhante, e, lá dentro você faz o que quiser.
- Mas... E se eu não quiser fazer nada?
- Não precisa. Você pode ficar bebendo no bar, observando os outros casais. Topa?
- Não sei se devo...
- Fique tranquila... Ninguém saberá! Segredo nosso. Além do mais, indo até lá, talvez você quebre alguns dogmas que rondam seu passado com Carlos.
- É... Você tem razão! Vamos, então!
Apesar de estar extremamente insegura e trêmula, eu estava curiosíssima para saber como seriam as pessoas que frequentam swing. Seriam pessoas comuns? Eu, até então, só havia me relacionado sexualmente com UM HOMEM! 27 anos de idade e um único parceiro sexual. Todas as mulheres da minha idade já haviam tido 5, 10, 20 parceiros. E eu ali, com um único parceiro sexual que havia me trocado por uma periguete siliconada!
Ao chegar no local, Marcelo me deu todas as coordenadas, demos os braços, cadastrei minha identidade na recepção e adentramos ao recinto. O que vi foi a coisa mais alucinante da minha vida!
O local parecia uma boate cheia de pufs vermelhos, tendas e portas que desembocavam em salas e corredores repleto de pessoas trepando. Havia casais trocados, mulheres chupando outras mulheres enquanto os maridos se masturbavam, tendas com cerca de oito pessoas transando ao mesmo tempo, um cara sendo chupado por uma loira enquanto chupa uma morena, dois homens fazendo penetração dupla em uma mulher... Enfim, havia de TUDO!
- Eliana, não se assuste... - disse Marcelo - Aqui rola de tudo, mas só acontece o que você permite.
- Eu não vou fazer nada!
- Tudo bem. Fique à vontade. Eu vou me encontrar com algumas amigas na piscina lá fora. Você pode ficar no bar, se quiser. Mas saiba que, se tiver vontade de fazer algo, faça! Você passou muito tempo da sua vida sendo a santinha, a namorada intocável, a noiva perfeitinha. Liberte-se!
- Rsrsrs! Vou para o bar, Marcelo!
Despedi-me do meu amigo com um beijinho no rosto e fui para o bar. Não o vi mais naquela noite. Certamente, ele ficara transando do lado de fora na piscina, no jardim e outros locais que preferi não explorar.
Uma garota linda, de uns 20 anos, semi-nua, sentou-se do meu lado no bar e começou a me olhar profundamente. Antes que eu dissesse qualquer coisa, ela mordiscou os lábios, levemente levou uma das mãos em minha coxa direita e disse, quase em um sussurro:
- Gosta de BDSM?
- Hã??? - eu nem sabia o que era isso...
- Bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masquismo. Vamos?
- Não... Não, obrigada! Estou apenas observando.
- Se mudar de ideia, estou ali. - apontou para uma saleta com uma porta escrito BDSM e deu-me um selinho nos lábios.
Era muita informação para minha cabeça! Paguei minha bebida, peguei minha bolsa e decidi ir embora. Mas antes, eu precisava dar uma "passeada" pelos corredores para conhecer melhor o que estava por trás de algumas daquelas portas.
Foi quando, caminhando, vi uma porta escrito "inversão de papéis". Quando abri, vi mulheres com dildos presos em cintas comendo homens de quatro, submissos a elas; vi homens fazendo boquete nos pênis de borracha, enquanto as mulheres puxavam seus cabelos; alguns homens vestiam roupas de mulher e usavam seios falsos; mas a maioria, apenas estava ali para ser comido por uma mulher. Foi uma sensação estranha estar naquele lugar, mas ao mesmo tempo, foi encantador. Neste momento, um rapaz lindo, moreno-claro, alto, forte e de cavanhaque bem-feito, aproximou-se de mim e disse:
- Gostaria de me penetrar?
Hesitei, pois logo me lembrei de Carlos. Eu não havia suprido sua fantasia por achar que aquele ato tinha tendências homossexuais. Mas só quando estive ali, naquele ambiente, pode entender que isso não definia a sexualidade dele nem de ninguém. Os homens que ali estavam não me pareciam homossexuais. Talvez fossem bissexuais; talvez heterossexuais curtindo sua fantasia; fato é: a sexualidade não deve ser limitada em conceitos ou caixinhas.
- Eu não trouxe dildo... - respondi ao gato que havia me proposto comê-lo.
- Use os dedos... - ele pediu, com malícia.
Sorri e... Aceitei! Rompi com todos os meus limites e barreiras sexuais ao inserir uma camisinha em dois dedos da minha mão direita, lubrificá-los e acariciar o cu daquele lindo homem. Quanto mais profundamente eu inseria meus dedos, mais ele se encurvava e gemia de prazer. Até que inseri totalmente, até o fim. Comecei a fazer movimentos rápidos, para frente e para trás, simulando uma penetração. Ele gemia e dizia "isso", "coma meu cuzinho", "mais forte", "isso, tá gostoso"...
Enquanto eu me divertia comendo-lhe com a mão direita e acariciando sua anca com a mão esquerda, uma mulher ruiva es-ton-te-an-te aproximou-se de nós dois e começou a me acariciar. Eu nunca havia tido relação com mulher alguma! Mas aquilo estava tão excitante, que me deixei levar. A ruiva delirante com corpo perfeito e cara de raposa, acariciava meus seios abraçando-me por trás, depois os sugou com delicadeza, enquanto eu penetrava o belo moreno. Em um determinado momento, ela abaixou-se, afastou minhas pernas e começou a me chupar loucamente, sugando-me com voracidade e apertando minhas coxas como Carlos jamais havia feito. Explodi de tesão!
Até poucas horas atrás, quando saí de casa para ir ao cinema, eu jamais imaginaria que naquele momento eu iria para uma casa de swing com um antigo amigo, e lá transaria com dois desconhecidos - transa esta, diga-se de passagem, bem pitoresca, pois eu penetrara um homem e recebia sexo oral de uma mulher! Aquilo era surreal, intenso, mágico e muito, muito excitante!
Agora eu entendia o motivo de o ex-gordinho ter mantido suas práticas mesmo após a mudança no visual! Agora, ele era atraente, e não precisava mais pagar prostitutas para ter sexo... Mas ele quis continuar se aventurando nesse reino de putaria e sexo livre! Ele estava certo, pois sabia o quão bom era!
Deliciosamente, gozei na boca da ruiva desconhecida. Tão logo o fiz, ela saiu de baixo de mim e masturbou o cara que eu estava comendo. Minutos depois, ele gozou intensamente na cara dela, enquanto meus dedos ainda estavam comendo seu cu... Seu gemido foi um urro de intenso prazer.
Após o sexo, vestimos nossas roupas e nos apresentamos → sim, eu sequer sabia o nome deles quando tudo aconteceu. Descobri que eram marido e mulher e estava na prática do swing há dois anos.
Fomos até o bar tomar um drink para relaxar e conversarmos um pouco. Engraçado essa vida de swingers... Transam primeiro, conversam depois!
E ali, no meio da conversa, vi um rosto familiar perto da saída de mãos dadas com um homem e uma mulher → um em cada lado. Peguei meu drink, desci do banco junto ao balcão e aproximei-me um pouco mais. Ao observar com atenção, não havia dúvidas! Era ele: Carlos!
Ao me ver, imediatamente, largou as mãos das pessoas e virou-se bruscamente em direção à saída. Corri ao seu encontro, mas, ao chegar perto, ele já havia saído.
Desde então, uma série de coisas têm passado em minha cabeça: será que Marcelo sabia que eu o encontraria lá e fizera de propósito? Teria Carlos se iniciado ao swing enquanto namorávamos? Ele teria feito inversão de papéis com alguém?
Muitas dúvidas surgiram, mas preferi deixá-las apenas em meus pensamentos. Jamais quis tirar à prova. O que importava, naquele momento, era que eu acabara de iniciar uma jornada deliciosa em minha vida: de sexo livre, despudorado e sem rótulos.


Annabel Pola

15 Contos Eróticos / Segredos de Eros (Vol. 1 - Série Fifteen) - COMPLETOTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang