19- Renoir III (H + M / M + M)

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(Parte final / Cont. do conto anterior -> Renoir II)


São Paulo, 21 de Outubro de 2015.

Querido diário,

Após longos sete meses, venho contar-lhe tudo o que aconteceu em minha vida. Muita água rolou nesse período...

Hoje é meu aniversário de 30 anos! Acho que a tal crise dos 30 bateu em mim aos 29, pois, foi neste último ano que dei novos rumos à minha existência.

Na última vez que lhe escrevi, eu havia acabado de ser despedida, certo? Pois bem, foi exatamente o que aconteceu. Eu estava sozinha e desempregada. Havia acabado de terminar com Tiago, e Mônica havia voltado para São Paulo. Entrei em pânico! Eu não sabia o que fazer...

Liguei para Ana Cláudia, minha irmã, e, aos prantos, contei a ela minha situação. Ela me ouviu atentamente, como uma boa irmã, mas não pôde me ajudar. Ela estava de malas prontas indo fazer o seu mestrado em Bologna (Itália) e ficaria um ano morando fora! Eu não tinha ninguém...

Naquele dia, enquanto eu estava no auge do meu desespero, ouvi a campainha tocando. Quando atendi ao interfone, ouvi a voz de Tiago, implorando para que eu abrisse a porta. Abri.

Tiago entrou esbaforido com um buquê de rosas vermelhas nas mãos, pedindo, mais uma vez para que eu voltasse para ele.

- Ana Paula... É a última vez que lhe procuro. Juro por Deus! Mas será minha última tentativa. Não vou lhe importunar mais.

- Você não me importuna... Eu só quero... Ficar... Sozinha...

- Ei! Olha pra mim! - Disse, levantando meu queixo com uma das mãos. - Você estava chorando?

- Não foi nada, Tiago!

- Oh, minha linda! Venha cá! - Disse isso e me deu um abraço.

Naquele momento, o que eu mais precisava era de um abraço de alguém! Estava me sentindo tão sozinha...

Quando ele me abraçou, abri o berreiro. Chorei, chorei e chorei, a ponto de soluçar!

- O que aconteceu, lindinha? Conta pra mim? É por minha causa?

- Não, Tiago... É que estou me sentindo sozinha. Só isso. Fui despedida do emprego, minha vida está uma loucura... Enfim, eu só preciso de um tempo para me recompor. Vai ficar tudo bem. - Respondi com a voz entrecortada pelo choro.

- Não fique assim... Não consigo lhe ver chorando... Venha aqui. Sinto tanto a sua falta...

E assim, Tiago foi me aninhando em seus braços e me consolando. Abraçados, ele foi acariciando meus cabelos, fazendo cafuné, como fazia quando éramos namorados. Entreguei-me aos seus carinhos de forma inerte. O que quer que ele fizesse comigo ali, eu responderia automaticamente.

Depois de ficarmos um longo tempo abraçados, Tiago encheu a banheira de água morna, despiu-me e me deu banho. Não entrou comigo na banheira, pois não queria dar a impressão de suas segundas intenções. Tal fato somente evidenciou-se no quarto, quando ele me enxugou e colocou-me na cama.

Cobriu-me e foi até a cozinha. Eu estava gostando de ser cuidada. Há tempos ninguém fazia isso por mim. Nem mesmo ele, pois, nos meses que antecederam nosso término, nosso relacionamento estava meio fracassado.

Voltou nu portando uma xícara de chá e entregou-me.

- Por que você está sem roupa, Tiago? - Perguntei, enquanto recebia a xícara de suas mãos.

15 Contos Eróticos / Segredos de Eros (Vol. 1 - Série Fifteen) - COMPLETOWhere stories live. Discover now