Ice And Fire

Losing Control

P.O.V LAUREN

Uma semana se passou desde o ataque do ciclope. Uma semana desde que eu conheci a garota que invadiu os meus sonhos sem pedir permissão. Quando nos esbarramos no pátio do Instituto eu pensei que estava tendo algum tipo de alucinação, mas não... era ela mesmo. Vocês não devem estar entendendo nada, não é? Mas tudo bem, eu vou explicar...

Há alguns meses, eu venho sonhando sempre a mesma coisa todas as noites. Sempre a mesma garota de traços latinos, olhos chocolates e o sorriso mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. No sonho ela estava sempre gritando por mim, gritando por socorro. E agora ela tem nome e um jeitinho petulante insuportável que me tira do sério. Custei a acreditar que Camila era a garota do meu sonho, mas as semelhanças eram inconfundíveis. Sem falar no seu dom para entrar em problemas e o seu amor platônico pelo chão. Eu realmente estava tentando me afastar como ela mesma havia dito, mas era como um ímã. Como se a minha missão de vida fosse protege-la de todo o mal do mundo. E o destino parecia rir das nossas caras, nos colocando sempre de frente uma com a outra, nos lugares e horas exatos. Eu nunca permiti que alguém se aproximasse de mim, além de Vero, Lucy, Avril e Dinah, nem nunca tive interesse em realmente me aproximar de alguém, mas Camila ultrapassava as minhas barreiras sem nem ao menos querer e isso é muito frustrante. Contudo, incêndios, furacões e terremotos aconteciam com frequência sempre que nos encontrávamos. Ela consegue me tirar do sério apenas por respirar e admito que adoro deixa-la toda nervosinha. Ela fica tão linda quando está brava... as bochechas coradas, o nariz franzido e os olhos literalmente em chamas.

Mas isso é um segredo que eu pretendo levar comigo para o túmulo.

A culpa desses meus pensamentos esquisitos é toda daquele sonho maldito! E ela parece fazer de propósito, usando o uniforme daquela forma que dava para ver mais pele que o necessário, exibindo aquelas curvas perfeitas e esbarrando em mim nos corredores. Eu tento não ter pensamentos sujos, mas uma coisa é impossível negar... ela é extremamente gostosa. E faz jus ao poder que tem.

- ACORDA, JAUREGAY! - Ouvi a voz da Vero no meio de um tsunami.

Por que tsunami? Porque essa vagabunda jogou um balde com água bem na minha cara!

- FILHA DA PUTA! VOCÊ FICOU LOUCA?! - Gritei enquanto corria pelo quarto atrás dela.

- Qual é Lauren, não é como se você fosse se afogar – debochou, usando Lucy de escudo.

- Dá pra vocês duas pararem? - Lucy pediu afobada, enquanto Vero e eu fazíamos ela girar entre nós.

- EU VOU MATAR A SUA NAMORADA, LUCY. SAI DA MINHA FRENTE! - A fuzilei com os olhos.

Lucy deu de ombros e se afastou, abrindo espaço para eu avançar. Sorri e Vero arregalou os olhos, antes de sair correndo desesperada outra vez.

- LUCY! - Ela gritou indignada quando viu a namorada se sentando na cama.

- Se vira meu amor, ninguém mandou você provocar! – Lucy começou a arrumar a sua mochila como se nada estivesse acontecendo.

Vero correu entre as camas tentando chegar até a porta do quarto para sair, mas assim que chegou na metade do caminho, Dinah acertou com um travesseiro bem na cara dela. Vero cambaleou e acabou indo parar no chão.

- Dinah Jane! Sua traíra filha da mãe! – Resmungou do chão esfregando o rosto com as mãos.

- Desculpa Vero, foi mais forte que eu - falou, cínica. - Faça bom proveito, Jauregui – piscou para mim e saiu dali.

Gargalhei e avancei em cima da Vero. Levantei a minha mão e em poucos segundos Vero foi atingida por jatos d'água. Ela se contorcia em baixo de mim e me xingava de todos os nomes possíveis.