Doces ou travessuras

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Victoria estava ficando descuidada. Ela nem se incomodou em tentar encobrir o corpo desta vez - deixando-o em uma vala na estrada onde a polícia facilmente o encontrou. Eu sabia que ela esteve na cidade há menos de uma semana, mas já tinha matado. Caçar na mata tinha começado a ficar difícil quando o frio tomou conta e havia direcionado os caçadores e praticantes de caminhada de volta para suas casas quentes, por isso ela mudou de tática. Ela me levou para a cidade, sua nova escolha de presas particularmente perturbadora.

"Quantas noites você vai ficar conosco em Hamel, Sr. Randall?" A funcionária da noite disse enquanto o relógio na parede ressoou quatro vezes. As sobrancelhas dela se arquearam, inspecionando-me, imaginando porque eu estaria fazendo check-in à essa hora profana.

"Até amanhã de manhã", eu disse, pegando a caneta acorrentada ao balcão. Perto de mim estava uma pilha da última edição do Star Tribune. A manchete anunciou o mais recente de uma série de assassinatos que as cidades tinham experimentado no último mês. Então, Victoria foi mais esperta do que eu pensava, disfarçando sua matança como uma daquelas cometidas pelo serial killer.

A cabeça de Victoria iria rolar... em breve. Ela não podia se esconder em uma cidade tão grande como Minneapolis por muito tempo, e o mundo humano era muito mais minha casa do que dela. Sua última refeição foi pequena, uma criança, assim ela deveria caçar de novo, provavelmente, ao entardecer. Isso me dava um dia para me preparar. Ambos ficaríamos escondidos nesse brilhante e ensolarado dia, então eu iria finalmente acabar com isso.

A tímida mulher do outro lado do balcão sorriu docemente, esperando-me completar o formulário de check-in. "Você está aqui a negócios ou lazer?"

Becky, estava escrito em seu crachá. Seus olhos e seus pensamentos começaram a caminhar pelo meu rosto, e eu rapidamente lhe entreguei o papel. Os pensamentos grosseiros que se agitavam através de sua mente me fizeram apreciar o silêncio da floresta.

"Negócios," eu disse com firmeza, capturando seus olhos com os meus próprios. Enquanto eu a encarava minha garganta aquecia, e o monstro em mim rapidamente enumerou vinte maneiras de acabar com a vida deste ser humano vulnerável. O efeito não foi deslumbrante.

Seu desejo se tornou medo em um instante enquanto ela se lembrava da vaga descrição do serial killer comparando a mim. Alto, jovem, cabelos escuros. Seus olhos são tão escuros... tão vazios... tão frios... Deus, onde está Bob? Devo chamar a polícia?

Eu tentei suavizar meu olhar. "Estou em uma conferência em Polaris, na próxima estrada."

Becky não acreditou em minha história, e seus reflexos assumiram o controle. Quando ela calculou suas chances de escapar, o coração dela acelerou novamente, vendo que as chances não estavam a seu favor. "I-isso é ótimo", ela gaguejou, deslizando a minha chave pela imitação de mármore. Ela imediatamente se afastou, pegou o telefone e apertou um único botão de discagem rápida. Sem esperar por uma resposta, ela começou a falar muito alto. "Butch, desculpe interromper seu treino. Estou pronta para você esfregar o corredor..." Seus olhos dispararam de volta para os meus furtivamente, enquanto ela mentalmente procurava armas em mim.

Na outra extremidade do telefone, uma voz computadorizada informou que ela não tinha novas mensagens de voz. "Tudo bem, o vejo em dois minutos", disse ela, falando com a máquina como se fosse uma pessoa. Sua farsa teria funcionado com outro humano, mas eu sabia que não havia outra pessoa ouvindo sua conversa além de mim.

Com a chave na mão, eu não tinha mais interesse nela, e ela estava mais do que aliviada em me ver andando para longe. Seu encontro com o mundo imortal foi rápido e indolor. Becky não sabia quão sortuda ela era. Eu poderia ser assustador, mas Victoria era mortal.

O Lado Sombrio da LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora