Distração

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Cada passo que dei para longe dela se tornou mais e mais difícil. Era como se eu estivesse correndo em concreto molhado, e quanto mais longe eu ia, mais espresso ele se tornava. Como eu queria voltar - subir pela janela do quarto dela e implorar por seu perdão. Não era longe, e eu sabia que o tempo não significaria nada se eu estivesse indo em sua direção. Eu ansiava ouvir a sua voz, mesmo seus gritos de raiva. O castigo seria celestial se eu pudesse estar com ela novamente.

Mas o meu castigo não significava nada comparado ao que ela tinha passado nos últimos oito meses. Não, eu tinha que continuar. Para longe... deixá-la ir... só mais um passo...

As luzes da cidade apareceram diante de mim, mas eu não tinha idéia de onde estava. O som fraco de carros anunciou algum tipo de civilização e eu virei entorpecido para o barulho. Ela estaria segura... Eu estava longe dela. O que eu faria sem ela?

Minha cabeça clareou, lembrando da minha missão auto-imposta. A caçada... encontrar e matar Victoria. O nome e a memória de cabelos vermelhos que ele conjurou, libertou da saudade um pequeno canto da minha mente. Eu tinha um objetivo, mesmo sendo ele um vazio, e encontraria, se não a paz, então talvez uma direção nele. Victoria...

A visão final de Alice tinha apontado o caminho para o deserto remoto em Montana. A caçada me levaria para mais longe ainda, com esperança entorpecendo a dor perfurante que a ausência de Bella deixou no meu peito.

A rodovia ficou à vista, seus sinais verdes e brancos anunciando a cidade de Olympia à frente. Levei muito mais tempo do que o habitual para correr até aqui; o sol já se tinha posto e a noite escura, sem lua, havia se estabelecido na cidade. Os vôos para Billings há muito haviam partido. Eu teria que ser mais criativo com o meu transporte.

Correr levaria muito tempo; eu precisava de um carro. Segui a estrada para a cidade, correndo entre as árvores ao longo do acostamento por um tempo, mas virei para o norte quando reconheci as ruas. Havia um revendedor próximo, durante o verão Jasper e eu viemos para olhar os novos Mustangs. Perguntei-me se eles tinham a nova linha. Não seria tão afinado como o Volvo, mas também não cheiraria o mesmo... como ela.

Aquele cheiro, tão doce... Meus joelhos dobraram, mas me segurei em um poste de luz. Transporte... caça... Victoria. Meus pés avançaram.

As luzes na concessionária deram as filas de carros um tom artificial azul sob seu brilho fluorescente. Eu caminhei direto para o showroom, espiando o carro preto que seria meu. Com suas listras de corrida e capuz encaixado, o carro exalava poder, velocidade. O oposto de discreto, este carro gritava por atenção... e minha memória me traiu novamente.

"Tentamos nos misturar," eu disse.

"Vocês não conseguem." Sua voz flutuou sobre meus pensamentos, me provocando com o duplo significado de suas palavras.

Eu vou conseguir, jurei a mim mesmo em silêncio. Ela vai ficar segura e, eventualmente... feliz.

A natureza visível do carro não importava de qualquer maneira. Se eu fosse rastrear Victoria, teria que seguir seus caminhos. Nômades viajavam quase que exclusivamente à noite, escondendo-se durante o dia. No escuro, o carro não era tão atraente, e eu precisava de velocidade. Minha última indulgência.

O local estava tranqüilo nessa noite, e os vendedores estavam aglomerados em torno da mesa da recepção, despindo sua ocupante com seus pensamentos. A menina era normal em comparação à minha Bella. O meu pensamento voltou para seus cabelos castanhos e olhos cor de chocolate, antes que me segurasse.

Victoria. Preciso. Localizar. Victoria.

"Ahem. Posso falar com o gerente de vendas?" Perguntei, interrompendo as fantasias dos homens.

O Lado Sombrio da LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora