Sem palavras - Parte 1

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Com a vigilância de Alice e seu incentivo monetário acenando no rosto do taxista, fomos até o aeroporto sem demora prolongada. Dando outro trabalhinho ao seu cartão de crédito, ela pagou por nossas passagens, agradecida quando eu mostrei o meu passaporte.

Passando pela segurança, um grunhido veio de... Bella?

"Quando foi a última vez que você comeu?" Eu perguntei. Espiando sua mão massageando sua barriga, eu encarei Alice.

Minha pequenina irmã respondeu ao meu olhar. "Nós estávamos com pressa." Alguém deixou o telefone no Rio e eu não podia conseguir falar com ele, ela brincou com cuidado.

Minha mandíbula se apertou com a lembrança, e eu engoli seco. As conseqüências de tantas decisões erradas da minha parte eram de grande alcance. Esta era apenas a ponta do iceberg.

Ouvindo outro ronco baixo vindo de Bella, Alice suspirou. De verdade, eu tentei fazê-la comer no avião. Ela é tão teimosa quanto você.

"Eu não estava com fome de qualquer forma," Bella disse, tendo interesse particular na forma como as nossas mãos estavam entrelaçadas uma na outra. "Mas jantar soa bem."

Levei Bella diretamente para o pequeno restaurante do aeroporto e inspecionei o minúsculo menu. Quando eu tinha enchido completamente a mesa com pratos de comida, Alice se desculpou e saiu em disparada para a loja free shop, mais para evitar o cheiro do que para fazer compras. Bella olhou atrás dela até que Alice estava fora de vista, então, pegou o garfo.

Para quem não comeu nada em quase 24 horas, Bella não consumiu muito. Ela ansiosamente tomou duas Cocas, uma recordação de um jantar que eu dividi com ela há uma vida atrás. Olhando para a segunda latinha, ela mordeu o lábio, e eu me perguntei se ela estava se lembrando da mesma importante noite. Os monstros que ela enfrentou naquele dia não eram nada comparados com aqueles que eu havia lhe trazido desta vez.

Ela não falou o que pensava e comeu em silêncio, sempre mantendo uma mão sobre a minha, desviando o olhar apenas para pegar outro pedaço minúsculo. Diferente daquela noite há mais de um ano atrás, ela não me encheu com perguntas, apesar de parecer tão ansiosa. Eu queria perguntar o que a estava incomodando, mas não queria interromper sua curta refeição. Finalmente ela lambeu os lábios, e eu comecei a falar, mas Alice interrompeu.
"Nós devemos ir", disse ela, erguendo a sobrancelha para mim. Você a terá só para você em breve.

A primeira etapa da nossa viagem foi curta e acidentada. Bella mal havia sentado antes do piloto anunciar a descida para Roma. Enquanto suas mãos e olhos ficaram presos aos meus durante toda a viagem, sua expressão permaneceu fechada. Sempre que a cabine balançava, sua mão se apertava, e eu gostaria de lhe dar um sorriso tranquilizador. Os pilotos fizeram um bom vôo, e Alice não viu nada exceto um pouso feliz... quando ela estava vigiando o futuro.

Meu irmão tinha tomado o palco principal na concentração de Alice. Sua paciência diminuindo, Jasper tinha feito uma reserva no próximo vôo para fora de Fairbanks, mas ele não estava pensando em ir para Seattle, como ele disse para Carlisle. Ele havia reservado um vôo para Chicago em vez disso, e planejado ir para o leste - para encontrar Alice, de uma forma ou de outra. Uma vez que ele entrou no avião, ele se tornou inatingível, e Alice estava começando a entrar em pânico.

Eu tenho que ligar para ele! Ele não sabe que estamos seguros. Sem um telefone a bordo disponível, ela discou no celular inoperante em seu bolso, lamentando não ter ligado para Jasper do aeroporto de Florença. Talvez em Roma...
Ela nos viu correndo pelo aeroporto, mal chegando ao nosso vôo para Atlanta, e ajustou seus planos novamente. Apenas mais alguns minutos, Jazz, por favor, ela pediu em silêncio.

O Lado Sombrio da LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora