Epifanias

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Ela está saindo? Recolhi minha surpresa rapidamente. Ela não estava brincando...

Bella subiu em cima de mim e começou a tropeçar, varrendo o chão com os pés, sem querer, chutando o pé da cama.

"Posso perguntar onde você está indo?" Eu perguntei, girando para o meu lado.

"Estou indo para sua casa." Ela se segurou na parte de trás da cadeira com mau humor.

Estremecendo quando ela chutou sua lata de lixo, peguei os objetos de sua busca na frente do armário. "Aqui estão seus sapatos." Ao invés de me debruçar sobre o que ela esperava encontrar em minha casa, eu trabalhei em dissuadi-la de ir. "Como você pretende chegar lá?"

"Minha caminhonete".

"Isso provavelmente vai acordar Charlie". Eu me perguntava o quão rápido ele poderia carregar sua arma no escuro.

"Eu sei", ela disse com um suspiro. "Mas, honestamente, eu vou estar de castigo por semanas de qualquer jeito. Em quanto mai problema eu posso realmente me meter?"

"Nenhum. Ele vai me culpar, não você." O flash de culpa franziu sua testa e trouxe um sorriso aos lábios. Talvez ela desista.

"Se você tem uma ideia melhor, eu sou toda ouvidos".

Esqueça a imortalidade e volte para a cama. "Fique aqui", eu ofereci fracamente.

Com seus sapatos calçados, ela colidiu com a cômoda de roupas antes de pescar um suéter de uma das gavetas. "Sem essa. Mas vá em frente e fique à vontade." Um dos lados de sua boca se levantou - ela estava me provocando.

Retornei o favor, colocando o meu corpo entre ela e a porta. Ela bateu contra meu peito, uma mariposa batendo num muro de tijolos. Incapaz de me mover, no entanto, o seu toque enviou um arrepio pela minha espinha abaixo.

Se ela sentiu o mesmo impacto, não transpareceu. Com uma careta, ela virou-se para a janela. Com certeza ela não iria pular.

O que eu estava pensando? Ela pulou de um penhasco por "diversão" e quase se afogou.

Quando ela começou a levantar a perna sobre o parapeito, eu consenti. "Ok, vou te dar uma carona."

Com um encolher de ombros, ela baixou o pé no chão. "Tanto faz. Mas você provavelmente deveria estar lá também."

Seu tom indiferente empurrou a minha curiosidade para além do limite. "E por quê?"

"Porque você é extremamente teimoso, e tenho certeza que você vai querer uma oportunidade de expor as suas opiniões."

Tranquei minha mandíbula. "Minhas opiniões sobre qual o assunto?"

Ela continuou com suas respostas levianas. "Isto não é apenas sobre você. Você não é o centro do universo, sabe? Se você for trazer os Volturi sobre nós por causa de algo tão estúpido como me deixar humana, então sua família deveria ter uma palavra a dizer."

Estúpido... humana... minha família? Eu engoli um rosnado frustrado. "Uma palavra a dizer em quê?"

"Minha mortalidade. Vou colocá-la em votação."

Votação? Como se o futuro de sua alma fosse tão trivial como o aumento de impostos ou a aprovação de um novo sinal de trânsito. Bom. Ela iria aprender que quando se trata de seu bem-estar, democracia significava pouco.

Com Bella em meus braços, nós caímos de sua janela. Ela sugou uma respiração rápida e a soltou na minha nuca quando olhou para cima em seu quarto. A adrenalina que adocicava seu perfume só confirmou a minha suspeita de que ela teria pulado - provavelmente quebrado um braço ou uma perna ou pior - se eu não tivesse intercedido.

O Lado Sombrio da LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora