Capítulo 3 - O segredo.

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Sentia como se Gabriel não confiasse em mim, talvez não confiava mesmo, eu estava curioso aquilo me saia da cabeça, eu não sabia porque tanta obsessão por isso. Sai de casa e fui andar com a intenção de encontrar a loja Matsui aberta, eu estava com vergonha, com medo, mas fui mesmo assim, cheguei lá e perguntei sobre Gabriel Matsui, a recepcionista me informou que o pai dele era o dono do local, perguntei onde morava, ela olhou nos meus olhos e me fez uma série de perguntas, respondi todas, eram muito desnecessárias, não entendia o porque de tantas perguntas.
- E você sabe onde eles moram? - Perguntei com a intenção de não receber mais perguntas.
- Porque seu interesse nele? - Perguntou levantando o óculos e olhando fixamente no meu olho.
- E que eu sou filho do Wilson Palocci, ele disse para mim entregar algumas coisas para o Gabriel, uns exames. - Respondi com a intenção de poder engana-la.
- É sobre a leucemia? Não sei oque será da família dele sem ele, ele é o único filho do casal, não sei oque vai ser da vida do senhor e da senhora Matsui quando tiverem que entregar seu filho para Deus.
- Isso, são esses exames mesmo, pode me passar o nome da rua?
Leucemia? O Gabriel tem leucemia? Eu me perguntava porque ele não me disse isso quando nós conhecemos, ou quando fomos tomar sorvete, porque isso tinha que ser um segredo? Peguei meu celular, liguei para meu pai, disse a ele o nome da rua e perguntei de ele não poderia me dar uma carona, e sim, ele podia me dar uma carona, ele disse que entregaria algumas coisas na mesma rua.
Chegamos la e vi Gabriel sentado no telhado de uma casa tão grande quanto a do meu pai, as pessoas aqui são bens de vida, pensei, fui direto em direção da casa que Gabriel estava e meu pai atrás de mim, olhei pra cima, gritei pelo seu nome, ele olhou pra baixo deu um sorriso e saiu de la correndo.
- Oi, como descobriu onde eu moro? - Perguntou confuso.
- Sua família tem uma loja, perguntei para a recepcionista e ela me disse.
- Então era aqui que você estava vindo, porque não disse? Seria mais fácil e teria parado o carro aqui na frente.
- Desculpe. - Disse olhando e dando um sorriso forçado.
- Querem entrar? - Gabriel perguntou abrindo a porta de sua casa.
- Sim. - Respondemos. - Preciso conversar com seus pais. - Disse meu pai.
Entrei, Gabriel segurou em meus ombro e me levou até seu quarto, era duas vezes maior que o meu.
- Oque veio fazer aqui? - Perguntou sentando-se do meu lado.
- Preciso conversar contigo. - Nunca falei desse jeito com um garoto, fiquei surpreso em ter falado assim com ele - Oque tanto está escondendo de mim?
- Escondendo de você? Nada, não tenho nada pra esconder, porque, oque eu teria pra esconder? Perguntou tirando o sorriso da boca e ficando sério.
- Hoje, seu amigo Gregory ia me contar o porque de ter ficado 3 anos sem estudar, mas você o interrompeu e fez sinal de negativo com a cabeça. - Disse suspirando.
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Gabriel me segurou, veio em minha direção e me beijou, um beijo tão intenso que fez meus braços tremerem.
- Desculpa, eu tinha que fazer isso, agora vou falar, fui diagnosticado com leucemia quando eu tinha 3 anos, meus pais fizeram inúmeras coisas para me curar, mas sempre que conseguiam, ela sempre voltava, algumas vezes meu cabelo caia, outras não, mas foi quando conhecemos seu pai, ele mostrou para meus pais um programa que estava em desenvolvimento, eu seria o primeiro a entrar nesse programa sem custo algum, meus pai aceitaram, disseram que fariam de tudo para me manter vivo, é.. deu certo, por todo esse tempo funcionou, eu ia ao médico 2 vezes ao mês para ver se meu corpo estava em ordem, pra ver se não havia nenhum sintoma em meu corpo, durante todo esse tempo não apareceram sintomas algum, mas a alguns dias atrás, antes de nos conhecermos e estava sentindo dores eu todo o meu corpo, e aquele dia que eu fui chamado para a direção, seu pai iria me entregar os exames, é... o remédio não está mais fazendo efeito, talvez eu morra, talvez eu possa ser outro sobrevivente.
Olhei em seus olhos cheios de lágrimas e o abracei, ele chorava em meu ombro feito um bebê, ele olhou no meus olhos, limpou suas lágrimas e segurou em minha mão.
- Eu gosto se você, mas eu sei que você já perdeu uma pessoa, e não contei sobre isso porque eu não queria que você perdesse outra, talvez você nem goste de mim, e também sei que é muita responsabilidade, e eu não queria ser tratado diferente de todo mundo só porque eu tenho uma droga de uma doença que me impede de viver. - Disse chorando cada vez mais.
- Eu não me importo, talvez eu sofra? Sim.. nunca se sabe, eu gosto de você também, pra dizer a verdade eu me interessei por você quando você falou comigo na escola pela primeira vez.
- Não! Daniel, eu não quero, você não merece sofrer, não outra vez.
- Não é você que escolhe isso. - Falei me aproximando de novo de Gabriel e dando um beijo em sua boca.
Ele sorriu, minutos depois meu pai entrou no quarto e pegou nós dois nos beijando, ele olhou na minha cara, fez sinal com a mão para irmos embora, quando passei por ele senti sua mão em minha cabeça, e o mesmo sorriso deprimido que ele deu tentado ser forte quando minha mãe morreu, estava estampado em sua boca mais uma vez.
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Até Que A Morte Nos Separe (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now