Um amor que vem de Deus

Uma visita inesperada

- Ah filha, que bom que você desceu! - Minha mãe disse.

Os olhos dele não saiam de mim e aquilo me deixava desconcertada.

- Oi Nicolas, você aqui?! Que surpresa.

Ele me lançou seu melhor sorriso e respondeu:

- Espero que tenha sido uma surpresa boa.

Sorri timidamente e meu pai disparou:

- Filha, o Nicolas estava nos contando que vocês cantaram juntos num Show de Talentos.

- Ah, é verdade.

- Devia ter nos contado. - Mamãe disse.

- É que não achei que fosse importante.

- Lógico que é importante. Vocês ainda ganharam.

Eu estava muito sem graça com toda aquela conversa.

- Ah, senhora é que ela nem sabia que havíamos ganhado o concurso, contei um dia desses. - É impressão minha ou ele tá tentando aliviar minha barra?

- Não precisa me chamar de senhora. Meu nome é Helena.

- E eu sou o Henrique! - Meu pai gritou lá da cozinha.

- É um prazer conhecê-los! - Será que ele é sempre simpático assim?

- Bom Nicolas você queria falar comigo? - Perguntei pra que ele fosse direto ao assunto.

- Sim. Eu te mandei várias mensagens, mas você nem viu então resolvi vir aqui.

- É... Tô dando um tempo de Whatsaap mesmo. Desculpe.

- É Nicolas, a Laura tá passando por uns problemas...

- Mãaaae!!! - Falei em um tom mais alto e olhei pra ela como se pedisse pra que ela nos deixasse a sós.

- É... Eu acho que vou ali na cozinha ver o que o Henrique está aprontando.

Ela saiu nos deixando sozinhos e eu me sentei no sofá que ficava de frente pra ele.

- Eu precisava te entregar isso. - Ele disse retirando um envelope do bolso. - Sua parte do prêmio do Show de Talentos.

- Nossa, você guardou esse tempo todo?

- Claro. Isso é seu. Você merece por ter cantando tão bem naquele dia.

- Obrigada Nicolas. Como você descobriu onde eu moro?

- Eu te vi entrando aqui naquele dia do luau. Desculpe me intrometer, mas sua mãe disse que você está passando por uns problemas... Será que eu poderia te ajudar em algo?

- Não Nicolas. É algo bem pessoal, mas de qualquer forma obrigada por se preocupar.

- Eu sempre me preocupo com você.

- Mas você nem me conhece.

- Mas me preocupo.

- Obrigada mais uma vez.

- Bom Laura, preciso ir. Já está tarde e até chegar em casa demora um pouquinho.

- Você mora muito longe? - Não consegui evitar a pergunta.

- Não muito. Na cidade ao lado.

- Ah sim. Vou te levar até a porta.

Enquanto caminhávamos para a saída meus pais chegaram.

- Você já vai? - Meu pai perguntou.

- Eu preciso ir Sr. Henrique. Já está ficando tarde.

- Mas não vai nem jantar com a gente? - Minha mãe perguntou.