Porto Seguro

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O carro estava em alta velocidade e o Pedro calado. Só olhava pra frente. No som um Rock alto que me dava ainda mais medo da situação. Chegamos na saída da cidade e ele seguiu numa estrada de chão.

- Pedro! - Gritei pra ver se ele me dava atenção. Ele me olhou, estava um pouco diferente, de barba, cabelo maior, porém em seus olhos eu só via ódio. - Por que você tá fazendo isso? Pra onde a gente tá indo?

- Calma. Eu não vou fazer nada com você. Você sabe que eu nunca te machucaria.

- Eu sei. Por isso que eu vim.

- Só quero conversar com você.

- Por favor, você sabe alguma coisa do Nicolas? - Meu olhos já estavam cheio de lágrimas prestes a serem derramadas.

- Nós vamos conversar. Fica tranquila.

Na estrada de chão ele subiu com o carro num morro alto até chegarmos em lugar plano sem saída.

- Pedro, cadê o Nicolas? Você fez alguma coisa com ele?

- A única coisa que posso dizer é que ele tá bem.

- Meu Deus! - Comecei a chorar. Eu não estava acreditando que o cara que eu tive coragem de namorar por 2 anos estava fazendo mal a alguém. - O que você fez com ele? - Disse soluçando.

- Nada, Laura. Já disse que ele tá bem.

- Por que você fez isso?

- Porque eu queria conversar com você. Ver você. Ficar perto de você.

- Era mais fácil ter me procurado.

- Eu tentei. Tentei por várias vezes. Te ligo e você não atende. Mando mensagem, você não responde. Você não quer me ouvir.

- Pedro, nós não temos mais nada o que conversar. Vivemos uma história bonita, mas que acabou.

- Não. Não acabou. - Ele falou num tom mais alto. - Eu sei que você me ama, Laura, eu sei. E os nossos momentos? As nossas histórias?

- Vão ficar pra sempre comigo. Mas acabou.

- Ainda dá tempo da gente viver tudo de novo. - Ele segurou meu rosto. - Me dá uma chance de provar meu amor?

- Que amor, Pedro? - Falei me afastando de sua mão. - Você nem sabe o que é isso. O amor é um sentimento bom, um sentimento puro, que não fere ninguém, não deseja o mal.

- Mas o meu amor é assim. Que mal que eu te fiz?

- Tá machucando meu coração ferindo alguém que eu amo.

- Ama?

- Amo. Ele é meu amigo. Por isso eu o amo.

- Laura, olha pra mim. Olha no meu olho. Fala que você não me ama mais.

- Pedro, pra que isso? Pra que essa ceninha de novela ridícula. Haja como um homem maduro. Eu só vim aqui por que quero saber do Nicolas.

- Ah,então você só veio aqui por causa daquele idiota, né.

- Pedro, a única coisa que quero saber é o que você fez com ele? - Falei desesperada.

- Laura. Você é minha. Minha.

- O que você fez com ele?

- Eu vou te levar aonde ele está.

- Eu não entendo porque você escolheu o Nicolas pra fazer mal a mim. Não entendo.

- Eu tenho seguido você há um tempão e percebo que você vive colada nele. Ontem quando você foi no cinema, vi ele segurando sua mão e vocês estavam conversando num clima danado. Fiquei desesperado. Chamei um amigo meu pra gente dá uma lição nele.

- Por que tanto ódio nesse coração?

- Porque eu sei que ele ama você. Eu sei. E você também ama ele?

Respirei fundo, sem acreditar no que estava acontecendo e pela primeira vez na vida eu não sabia que resposta dá aquela pergunta.

- Eu não quero responder isso. Só quero que você me tire daqui.

- Tudo bem, Laura. Você venceu, vou te levar até o seu playboy.

Saímos dali e ele me levou pra um sítio bem perto do lugar que estávamos. Assim que chegamos, desci do carro e corri em direção a casa. Ao entrar, dei de cara com Cadu que me olhou assustado. O Pedro chegou logo em seguida.

- Leva ela lá naquele idiota! - Pedro disse a ele.

- Tem certeza brother?

- Tenho.

Eu o segui por um longo corredor.

- Pronto, é aí!

Olhei pra velha porta de madeira no final do corredor e mesmo sem coragem abri. Ao olhar vi um cena que sei que jamais vou esquecer. O Nicolas, machucado,amarrado numa cadeira com a boca amordaçada. Parecia que tinham batido nele. Ele estava de cabeça baixa e pouco a pouco levantou os olhos e me viu. Tirei a mordaça dele. Passei a mão no seu rosto machucado. Eu só sabia chorar. Me sentia culpada por aquela situação. Assim que soltei suas mãos ele me abraçou forte. Choramos juntos, ali naquele momento tão difícil pra nós. Eu não queria soltá-lo. Nunca mais. Como senti falta daquele abraço! Daquele abraço que por tantas vezes me confortou, mas hoje foi um abraço de desespero, de saudade. Enfim eu estava estava de volta ao meu porto seguro.

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Oi, meus amores!

Resolvi postar mais esse capítulo hoje pra não deixar vocês tão curiosos.

Espero que gostem! Deixem as opiniões de vocês nos comentários. Já disse que amo ler e responder vocês né?!

Obrigada por tudo.
Beijos e mais beijos.
E até a próxima!

Um amor que vem de DeusWhere stories live. Discover now