Condenado.

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“Entre noites frias, me pego a chorar, entre as lagrimas vem o pensamento de não saber o por que de minha existência? Como pode alguém procurar e não encontrar? Querer tanto e não poder? Buscar todos os dias e não encontrar? Eu só queria saber onde esta essa tal felicidade que todos tem, que todos acham. Procuro sorrir com o coração, mas os olhos entregam a ansiedade e tristeza que vem de dentro, hoje queria apenas sorrir, mas sorrir de verdade e dizer que estou feliz. Quem sabe amanhã consigo...”

***

O Luiz tinha descoberto meu passado, fui covarde de não ter falado antes, mas agora não tinha mais como voltar atrás.

Enquanto eu fazia o meu depoimento eu olhava para ele, eu estava depondo para ele não para o jure. Falei todos os detalhes daquela maldita história que tinha acabado com minha vida.

Não teve uma noite que não pensei no Pedro, ele era um bandido, mas mesmo assim era um ser humano, eu me odiava por ter causado a sua morte.

Passar um ano no reformatório foi como viver em um inferno. Aquele lugar me mudou, foi um pesadelo, mas eu tinha que me manter forte ali, tinha que achar um meio de sobrevivência.

Na primeira semana, apanhava todo dia dos meninos maiores, mas depois conseguir achar um meio de me tornar forte, comecei a malhar e a enfrentar os outros, e assim arrumei alguma amizade com influencia.

Já o Eduardo foi fraco, ficamos no mesmo lugar, mas ele sofria muito, não sabia como vencer. Minha amizade com ele acabou, eu entendia o motivo dele ter falado para os pais dele. Mas nos afastamos, resolvi manter ele longe, e isso continuava até hoje. Quando voltei para minha casa, não sentia que aquele lugar era o mesmo onde eu cresci, tinha me

tornando outra pessoa. E todos perceberam isso, sabia me defender, me proteger de tudo, mas ai que veio esse menino.

Ele com seu jeito meigo e inocente, acabou com minhas estruturas firmes.

Eu tentei falar a verdade para ele um milhões de vezes, mas percebia que isso iria mudar nosso relacionamento, e quando terminou o julgamento e olhei naqueles olhos azuis perfeitos, vi que eles estavam sóbrio, com medo, medo de mim.

Sentir ainda mais mal, mas não iria desistir do Luiz assim tão fácil.

-Luiz... –Eu cheguei a onde ele estava sentando, ele olhava para o chão, quando ele ergueu a cabeça vi que estava chorando. Quando eu notei a sua reação, eu decidir me afastar, mas ele me segurou e me abraçou. Estranhei aquele comportamento, mas ele desabou em choro. Eu passava a mão nos seus cabelos, tentando o confortar. Eu o amava demais para vê-lo assim.

-Por favor Douglas, não se afasta de mim, eu te amo. Por favor. –Ele falava desesperado olhando para mim, ainda estávamos no tribunal e vi outras pessoas olhando para a gente, eu o peguei pelo braço e o levei para meu carro.

-Amor, eu não te prometi que iria ficar no seu lado para sempre? Eu estava com medo de você me deixar pelo que eu sou. –Eu falei triste, e ele segurou minha cabeça e a levantou.

-Sempre vou está na sua vida, eu fico mal em você não ter me contando antes, mas agora eu entendo tudo. Vou te apoiar, segurar sua mão e ficar no seu lado para tudo que acontecer. –Ele falava apoiando sua testa na minha, nossas bocas muito próximas, ainda escorria lágrima dos seus olhos e nos meus também. Aquele moleque mexia comigo de um jeito que ninguém nunca fez, eu morria e matava por ele.

Nós beijamos e me fez lembrar a nossa primeira vez, eu amava ficar dentro dele, sentir seu corpo se contorcendo junto ao meu. Sentir a nossa sintonia, nosso amor. Agora não tinha mais o que esconder dele, agora ele me conhecia profundamente, eu sentia medo disso antigamente, mas agora com a reação dele, vi que fui errado em não te dito antes.

Segredos De Um Estranho (Luizinho 2) Romance GayOù les histoires vivent. Découvrez maintenant