Trinta e oito.

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" O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente."

POV Harry.

Assim que entro em casa sinto o peso do olhar de minha mãe e meu melhor amigo em mim, apenas ignoro e continuo carregando as sacolas, assim que carrego todas, suspiro antes de voltar para sala e os olhares de morte continuam em mim.

- Onde está Em? - Pergunto, não tendo certeza se quero uma resposta.

Um minuto de silêncio e olhares que se pudessem me matar, eu já estaria morto se passa até Louis responder.

- Ela foi tomar banho.

- Em outras palavras, ela está esperando que você vá atrás dela e peça perdão. - Minha mãe diz, ríspida.

- Espero que ela espere deitada . - Digo e dou uma risada em uma tentativa de aliviar o clima.

Percebo que falhei miseravelmente quando um traço de decepção passa pelo olhar de minha mãe e meu melhor amigo balança a cabeça negativamente enquanto sobe as escadas.

- O que você fez desda vez, Harry ? - A voz da minha mãe quebra o silêncio e aquela sensação que eu não sentia a tantos anos de ser pego por ela fazendo uma coisa má me atinge.

- Nada. - eu realmente acredita nisso.

- Ela me contou que vocês encontraram alguém e você "se sentiu mal" - Ela faz aspas. - Quem foi, Harry ? - Ela pergunta, autoritária de um jeito que eu nunca vi antes.

- Carly. - Minha mãe me olha incrédula e eu suspiro. - Nós encontramos Carly e você sabe, mais uma vez ela fez aquelas merdas todas e a outra lá ficou com raiva. - Dei de ombros.

- Ela ficou com raiva sem você ter feito nada, é isso que você quer me dizer ? - Ela me encarava de um jeito acusador, não falo nada e ela aceita como um sim, um longo minuto de silêncio se passa. - Quando você vai parar, Harry ?

- Parar com o quê ? - a encaro.

- De se magoar.  Porque é claro que a única coisa que você fez nos últimos meses foi magoar essa menina, se magoar, tentar resolver e quebrar tudo de novo, eu pensei que você já tivesse superado essa fase, mas eu percebo a cada minuto que não.

- Eu.. Eu..

- Você precisa crescer, meu filho. É isso que precisa acontecer.

- Eu não fiz nada demais, eu a apresentei como minha namorada e depois Carly veio com as merdas todas de sempre e eu sai andando antes que ela falasse algo  mais.

- E você explicou a Manu o que tinha acontecido, não foi ?

- Não, eu.. Eu

- Você ficou calado, agiu como um idiota e mesmo assim acha que é o certo da história e que ela é a errada ? - É exatamente isso.

- Eu.. Eu..

- Você precisa crescer meu filho, eu já disse isso umas 3 vezes só nessa conversa, mas isso precisa entrar na sua cabeça, eu não posso te forçar a entender, mas como sua mãe eu preciso te aconselhar, essa garota gosta muito de você e da pra ver de longe que ela faz de tudo para superar, passar por cima de seus erros e mesmo assim, você continua errando e a machucando sem se preocupar se uma hora ela vai cansar ou não, você já parou ao menos pra pensar que um dia ela pode desistir de tudo isso e simplesmente ir embora? - isso me atinge mais do que eu gostaria.

- Pra falar a verdade? sim, eu penso nisso mais do que deveria, eu sinceramente nem sei o que ela ainda faz aqui, eu já a fiz querer ir embora várias vezes e no fundo eu esperava que ela realmente fosse e é ridículo falar isso, mas tem algo em mim que não a deixa ir e eu sempre vou atrás, não importa o que aconteça, eu não a consigo deixar ir, mas eu sei o quanto isso é errado, eu sou fodido, nós sempre acabamos por encontramos alguém do meu passado mais uma vez, as merdas que eu alguma vez já fiz sempre aparecem e isso é a porra de um ciclo vicioso e eu deveria realmente a deixar ir... mas eu não consigo. - As última palavras saem mais como um sussurro.

Proíbida pra mim (H.S)Where stories live. Discover now