Cinquenta e nove.

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"É impressão minha ou metade do meu peito mora em você ?
Se o mal chegar, entro na frente pra te proteger. "

Emanuela.

Sinto Harry apertar minha mão e me dar um sorriso quando eu o olho. Uma música que eu não conheço toca na rádio e eu apenas observo a paisagem lá fora.

Depois de 30 minutos Harry estaciona em  um super mercado e desce do carro, faço o mesmo e ele entrelaça nossos dedos.

- Você parece distante.

- Eu não estou. - Dou  de ombros.

- Sim,  você está. - Ele insiste.

- É só que.... Deveria ser assim?

- Assim como?

- A sensação é como se eu estivesse deixando algo pra trás, mas como se isso ao mesmo tempo já não me pertencesse.

- É o lugar que você passou a maior parte da sua vida, acho que é normal se sentir assim. Principalmente porque bom... Esse não é o melhor jeito de se despedir.

-  Deixa isso pra lá. - Dou um sorriso triste para ele.

- Eu vou pegar um carrinho, pode me esperar na área dos congelados? - Confirmo com a cabeça e ele me da um selinho antes de andar para o outro lado.

Começo a caminhar pelos enormes corredores e até me perco, mas depois de caminhar um pouco acho os enormes freezers.

Fico andando de um lado a outro enquanto espero por Harry e quase grito quando sinto mãos geladas tocarem meus ombros expostos.

- Que susto, garoto. - Digo quando escuto a risada de Harry.

Quando viro para ele o encontro com uma caixa nas mãos e um carrinho a sua frente.

- Olha o que eu tenho aqui. - Ele diz, estendendo a caixa para mim.

- O quê?

- Abre. - Pego a caixinha da sua mão e me enrolo um pouco para abrir.

- Oh meu Deus isso é...

- Chocolate belga! - Ele diz animado. - Achei que isso te deixaria feliz.

- Oh meu Deus Harry, obrigada. - Pulo em seu colo sem me preocupar com o fato de estarmos em público e selo nossos lábios.

- Uoou, você pode me agradecer melhor quando chegarmos em casa.- Harry brinca me fazendo corar.

Desço de seu colo e caminho ao seu lado. Ele para o carrinho em frente a um freezer e começa a pegar a maior quantidade de congelados que consegue. Ele enche o carro de nuggets, batatas para fritar, lasanhas, pratos prontos e tudo de mais gorduroso que tem ali. Uma típica compra de solteiro.

- O que você está  fazendo ?

- Compras? - Ele responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e volta a pegar.

- Harry, para. - Eu entro em sua frente. - Você não pode comprar esse tipo de coisa, se eu comer essas coisas por uma semana eu vou precisar ser internada.

- Mas acontece que ninguém tem tempo de cozinhar lá em casa e se não comprarmos esse tipo de coisa, vamos viver de fast food.

- Meu Deus Harry, eu não posso mesmo comer esse tipo de coisa todo dia.

- E quem vai cozinhar? A Rosa só limpa a casa e isso é duas vezes por semana. - Ele insiste.

- Olha.. Ninguém passa o dia em casa, certo? - Ele concorda. - Então, eu posso fazer o jantar. Eu faço qualquer coisa para você não me obrigar a comer essas bombas calóricas. - Ele torce a boca.

Proíbida pra mim (H.S)Where stories live. Discover now