Quarenta e seis.

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"O tempo cura as dores e promove sua própria calma.
Quando as cicatrizes se foram, você não vê os hematomas"

2 semanas depois.

Emanuela.

Acordo sentindo uma terrível dor no " pé " da barriga algo como uma cólica, mas a dor consegue ser no mínimo dez vezes maior.

Nas últimas semanas eu mal tenho me alimentando, sinto dores fortes ao fazer a ingestão de qualquer tipo de alimento e não segura uma hora. Eu mal tenho levantado cama e me sinto mal, mas hoje a coisa parece ter piorado ainda mais. Tento me mexer e um grito agudo sai da minha garganta quando sinto uma dor ainda mais forte.
Tento fazer algum movimento e sinto meu corpo gelar ao ver meus lençóis brancos sujos de sangue.
Uma onda de medo se apodera do meu corpo.

A cada tentativa de movimento meu, a dor fica mais forte e consequentemente o medo se apodera de mim.

Em um movimento rápido e completamente dolorido pego meu celular na mesa de cabeceira e disco o primeiro número que me vem a cabeça: Louis.

Com meus dedos trêmulos digito os números. Chama uma, duas, três vezes e vai direto para a caixa postal. Tento mais alguma vezes e em todas chama até cair. O relógio marca 06:02 é claro que ele estava dormindo, metade das pessoas da terra também estariam em um sábado de manhã. Os empregados estavam de folga e minha mãe estava em mais uma de suas viagens, não que ela se deslocaria até aqui para me ajudar. E na minha lista limitada só sobrava um contato e eu pedia a Deus que ele não me deixasse na mão.

- Oi. - Sua voz completamente rouca, ele provavelmente estava dormindo.

- Harry.. - Minha voz sai mais baixa que o normal.

- Em? - Escuto algo como um suspiro sair de sua boca e ele parece estranhamente surpreso.

- Harry.. Eu preciso de você. - Um gemido sai de minha boca quando a dor fica mais forte.

- O que aconteceu? - Escuto algo cair.

- Eu estou sangrando. - Outro gemido. - Estou sentindo dores muitos fortes. Eu preciso que você me ajude.

- Eu tô indo, libera minha entrada.

- Tem uma chave em baixo do tapete. Vem logo, por favor.

Desligo o celular e rolo na cama em busca de algum conforto, mas a dor só aumenta.

Alguns minutos de gritos e dores cada vez mais fortes, o interfone toca. E agradeço a Deus por ter um ao lado da minha cama. Libero a entrada de Harry e minutos depois ele entra no meu quarto.

- O que... ai meu Deus. - Ele fica branco ao ver a situação da cama.

- Eu preciso.. Eu não sei o que eu preciso, mas eu não vou aguentar muito tempo. - Solto um gemido ainda mais forte quando a dor parece ficar a cada segundo mais insuportável.

Minhas mãos soavam frio e minha visão estava embaçada.

Ele me pega no colo e desce as escadas o mais rápido que consegue.

Aperto minhas unhas contra os seus braços enquanto a dor fica cada vez mais forte.

Harry abre as portas rápido e percebo que seu carro estava aberto. Ele me coloca no banco com rapidez e atravessa até o lado do motorista.

- Harry... O banco..

- Foda-se o banco. - Ele olha atentamente pra frente enquanto acelera.

Alguns minutos depois Harry entra na rua do hospital e eu não tenho certeza se estou aliviada em relação a isso. No meu estado de dor infernal a última coisa que preciso é de olhares e pessoas me tratando como se eu fosse de outro planeta.

Proíbida pra mim (H.S)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon