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[N/A: passando para avisar que ainda irei postar o EPÍLOGO, então não parem de ler ainda! boa leitura, amo vocês.]


Minhas mãos suavam como nunca antes, ainda sentia as lágrimas secas grudarem em minhas bochechas, tudo se parecia tão real e esperado agora, depois de a verdade ser relatada, depois de eu ter ligado todos os pontos, depois desse tempo com ele, tudo faz real sentido, e eu sinto meu peito pesar, como se pedras estivessem em mim, como se eu fosse tão frágil ao ponto de partir-me em um zilhão de pedaços. 

Eu caminho pelo os corredores, as paredes brancas, o chão claro, os médicos, isso faz-me lembrar quando minha irmã morreu, quando minha mãe quebrou-me e chamou-me nada por ter tido a culpa, quando, no mesmo hospital, eu, com o coração estilhaçado fui obrigada a mudar, pelo o bem de todos na qual amei. 

Assim que paro em frente ao seu quarto, suspiro, não quero encarar o que há dentro, não quero-o ver, não quero chorar, estou cansada de perder e nunca ganhar, eu apenas quero estar no calor de seus braços mais uma vez, eu quero beijá-lo como nunca beijarei mais ninguém, eu quero-o para mim de corpo e alma, para sempre, e sempre. 

Assim que minha mão trêmulo abre a porta, sinto-me perder o fôlego, o cheiro de medicamentos, o clima frio e pesado, o quarto a meia luz, e a cama na qual carrega o meu amor. Entro com passos calmos, seguro-me a controlar as lágrimas, não quero que me veja chorar, se eu ser forte, ele ficará forte. 

Chego perto da cama e fica ao seu lado. Seu peito coberto pela a capa do hospital, seus cabelos loiros suados e grudados em sua testa, as expressões cansados, e os pequenos ferimentos. Ele é Niall Horan, porém não é meu garoto dos cigarros. Permaneço encarando-o, admiro-o mais um pouco, e lembro de vê-lo pela a primeira vez e o olhar cerca de dez vezes. 

"Você está me encarando de uma maneira totalmente rude, de novo" ele diz com a voz dois tons mais grave e áspera, ele abre os seus olhos lentamente e leva a sua mão gélida a minha, totalmente quente. 

"Gosto de encarar o garoto dos cigarros" sento-me levemente na cama e sinto uma lágrima descer em minha bochecha, com a doce saudade de encontrá-lo em meu café preferido. 

"Sempre observadora, garoto do café" ele tosse levemente e eu suspiro com medo, não posso perdê-lo, não agora que consegui reconstruir-me. 

"Estive lembrando de quando nos conhecemos" sussurro e ele sorri, seus olhos azuis marinhos, que agora se parecem mais acinzentados piscam para mim.

"Se parece que foi a tanto tempo" ele tenta apertar a minha mão, porém nada, apenas continua ali na mesma posição com um semblante nada agradável.

"Por que você não me contou?" minha voz se torna chorosa, embargo as palavras, falo depressa e sem fôlego. 

"Para evitar essa situação" ele leva seu braço, parecendo com muito esforço, até meu rosto e limpa-o das lágrimas. 

"E você não se preocupou em como eu ficaria? Você não se importou de como eu me sentiria?" pergunto pouco raivosa, talvez somente receosa de perder quem mais me salvou. 

"Francesinha" ele tosse "Não quero ver esses belos olhos chorarem, é implorar demais?" ele parece sussurrar, a voz fraca e aqueles olhos que voltaram a brilhar, como se fossem estrelas. 

"Niall, eu-" eu corto-me ao meio da frase, eu choro desesperadamente, quase sufocando-me com o meu próprio choro.

"Eu te amo" suas palavras se soltam ao vento e eu paro por um instante, encaro-o com firmeza e sinto meu coração se acender, se encher de fogo, sinto-me quente como o sol e brilhante como uma estrela, me sinto grande como um planeta, e infinita como um universo, porém sinto-me ainda mais cheia, cheia desse amor que ele pode dar, e talvez mais tarde, possa-o perder. 

cigarette smokeWhere stories live. Discover now