12 - OH CHUVA - AMIGA MINHA!

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Helena já nos deixara, se aproveitando da chegada dos acompanhantes de meu colega intrigante de piscina. Por minha vez, não consegui sair do lugar. Fiquei a observar o trabalho que Adriel tinha e a ajuda que se fazia necessária para que ele se deslocasse da piscina. Mesmo utilizando dos degraus, embutidos na lateral daquele espaço aquoso, ele tinha dificuldades em dobrar os joelhos e manter a força dos mesmos enquanto fazia o trajeto. Foi aí que me movi e dispus a ajudar. Como eu estava na piscina seria mais fácil para eu ampará-lo do que os que estavam fora...

Adriel pareceu se assustar quando eu lhe ofereci a mão. Ele me fitou com certa curiosidade, aquele jeito de inclinar o pescoço e arquear as sobrancelhas. Quanto a mim apenas sorri e peguei-lhe pelo cotovelo do modo mais suave que consegui, porém com certa firmeza. Eu o ajudei a se deslocar degrau acima e, juntos, alcançamos a borda. Eu estava concentrada nos esforços para manter o equilíbrio, mas quando chegamos ao destino, voltei a olhá-lo e estaquei. Ele ainda me observava de modo intrigado e... não sei definir bem o que mais. Seus olhos estavam atentos a mim e eu podia sentir meu coração acelerar. Congelei!

Podia ouvir, de modo bem distante – algumas palavras de agradecimento vindas por outros, sendo abafadas pelo meu alto e rápido pulsar. No entanto, aquilo estava para acabar! Só consegui me mover quando ele se desvencilhou de mim de um modo abrupto, me fazendo lançar ligeiramente para trás. Por essa eu não esperava! Abaixei o semblante e, sem nem mesmo olhar para os acompanhantes de Adriel saí em direção ao vestiário feminino.

***

Não era do meu feitio demorar-me no vestiário, mas naquele dia, aproveitando-me do silêncio e de todo o acontecido, deixei que a quentura do chuveiro me envolvesse. Por que Adriel tinha que agir daquela forma? Eu via que a vida dele não era fácil, mas para que agir com tanta circunspecção? Para que ser tão distante?

Mais uma vez não me atentei ao tempo, sabia apenas que não era tão cedo, acredito que Helena estaria uma fera comigo, mas, como sempre, pouco me importava. Peguei minha mochila e saí a passos firmes.

Embora a academia pouco estivesse agitada, ainda havia algumas turmas de aulas, que não pertenciam a área interditada naquele dia. Helena estava na recepção, sem fitar ninguém e, na certa, fingindo ler algum catálogo de esportes. Decidi apenas sair – nada de papos naquele dia. Porém, algo parecia que mudaria aquele meu plano.

Pelo meu modo absorto do momento, eu pouco me atentei a chuva que caia. Devido a tal, o carro que conduziria Adriel ainda não havia chegado... Ele estava em pé, próximo a um banco da recepção que fornecia a visão do estacionamento – e mais uma vez tinha um caderno em uma das mãos e o lápis na outra. Adriel escrevia lentamente, como se estivesse desenhando, e depositava atenção total ao feito. Ao lado dele, o tal vizinho-amigo-ajudante estava sentado no banco folheando uma revista automotiva, mas o outro – o irmão, não estava ali.

Naquela hora me esqueci de tudo o mais que iria fazer e me pus a vasculhar com o olhar, a fim de tentar encontrar o personagem faltante ao trio. Não precisou de muito tempo para ele logo aparecer. Dali eu não podia entender bem, mas o que ele falou para Adriel e o acompanhante não pareceu deixá-los muito contentes. Eufemismo claro! Visivelmente Adriel se irritara e começara a falar de modo severo com o irmão, mas parecia não ter muito o que discutir.

Embora eu não tivesse entendido bem a situação, sabia que algo com o transporte havia acontecido – ele não apareceria naquele dia.

O que fazer? Como proceder? O mais novo assumira um semblante de desespero, parecia que eles não tinham com quem contar...

Decidi voltar então, cheguei até a Helena, que ainda "lia" a revista de esportes, tirei-lhe a revista da visão e assim chamei-lhe a atenção. Ela levantou-me um olhar inquisidor e eu logo lhe disse:

- Preciso alugar o seu carro!

Expliquei-lhe a situação e aproveitei-me dos últimos acontecidos do local. Deveras eu não sabia dos fatos, mas sabia que algo de grave havia acontecido. Ela não iria querer que outra gravidade lhe assolasse.

Mostrei-lhe minha habilitação e ela me estendeu as chaves do veículo e lhe prometi retornar, ainda naquele dia, com ele são e salvo.

Satisfeita fui até o trio. Havia conseguido minha segunda oportunidade com Adriel.

***

Muito agradecida pela adesão dos leitores. Estou muito contente mesmo pessoal, até desenvolvi mais uma parte da intrigante aproximação de Estela a Adriel! E aí? O que estão achando?? :-)

DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos AmâncioWhere stories live. Discover now