32 - O QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI?

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E a vida continua leitores... E nossa Estela precisará de nossa ajuda! Confiram o porquê e até breve!!!

Sem dúvidas não era o que eu esperava...

Não precisei tocar a campainha da casa de Natalie duas vezes. Fui rapidamente atendida por um senhor de avental.

- Ah, oi – fiquei um pouco sem jeito. – A Natalie está?

O senhor me olhou curioso e, após uns cinco segundos, me respondeu sorrindo:

- É claro. Pode entrar!

Ele foi me conduzindo enquanto falava quase que sem parar para respirar.

- Natalie tem recebido muitos amigos nos últimos dias. É muito bom saber que ela é tão querida...

Passamos pela sala, sala de jantar, um estreito corredor com algumas portas fechadas, pela cozinha impecável e, enfim, chegamos ao quintal onde, segundo o senhor que eu ainda desconhecia, Natalie estava.

- Naná se sente bem ao ar puro, mas ainda tem medo de sair de casa. O bom é que amigos tão legais, como você, vêm até ela.

- Naná? – Aproveitei a curta brecha para questionar.

- Ah sim, é assim que a chamo. Sou o pai dela. A mãe está resolvendo outros assuntos. Venha logo! Aposto que ela vai gostar muito de falar com você.

"Ah, eu espero que sim..." – Pensei ou sussurrei... De qualquer maneira, não consegui ouvir nenhuma emissão própria.

Como o pai de Natalie conseguia falar tanto? Ela aguentava esse falatório o dia inteiro? Devia estar sendo difícil para ela... Ah, quanta besteira! Ela sofreu um acidente sério e eu me preocupando com a matraca do pai... Além do mais, ela não me conhecia e nem eu a ela. A vi de longe algumas vezes, mas apenas isso. E também, ela não devia estar me esperando, Jadir era um covarde para avisar qualquer coisa e... Meu coração descompassou. O que significava aquilo?

- Naná tem recebido tantas visitas. Isso me deixa muito feliz! Agora mesmo um amigo de escola veio visita-la.

- Olá Estela.

Não foi Natalie quem me cumprimentou. Na verdade, ela não podia ter me visto com aqueles tampões em seus olhos. Ela apenas se inclinou em direção a voz que me cumprimentava, parecendo curiosa.

Senti como se tivesse levado uma lufada no estômago. Adriel estava lá, já sem muletas, em pé de frente a ela. Ele não havia me fitado ainda... Como? Quando? Por quê?

- E.eu...

- Olha filha. Ela também veio te visitar!

O pai de Natalie me tirou do modo perplexo total puxando-me pelo braço até onde eles estavam. Ainda assim, eu ainda não conseguia desprender meus olhos dele... O que Adriel estava fazendo ali?

- Estela...? – Ouvi Natalie questionar.

- Fiquem à vontade. Logo voltarei com biscoitos e leite. – A voz do pai de Natalie estava distante para os meus ouvidos...

- Mas o quê...?

Adriel virou o semblante em minha direção com uma sobrancelha arqueada; o que me fez calar.

- Estela...? – Voltou a questionar Natalie.

Bruscamente me virei para vê-la, ainda muito aturdida, confusa, descompassada... Eu havia me esquecido o que havia ido fazer. Quem poderia me ajudar naquela hora?

- D.desculpe Natalie – gaguejei nervosa, enquanto tentava não fitar Adriel diretamente. – Vim prestar minha solidariedade. N.na academia falam muito sobre o que aconteceu.

Minha desculpa não parecia convincente o suficiente, muita menos a firmeza de minha fala, mas eu já não conseguia raciocinar adequadamente.

- Ah claro – respondeu. – Obrigada por vir! Mas, não precisa se preocupar. Eu estou bem. Nem precisei fazer cirurgia, foi uma leve concussão e, quanto aos olhos, fiquei um pouco sensível a luz, mas vou poder retirar os tampões daqui poucos dias. Logo voltarei para academia e...

Parecia que Natalie era igual ao pai... Mas, o que...?

- Acho melhor vocês entrarem – apareceu o pai de avental, animado como se nada ruim estivesse acontecendo. Natalie... Adriel...?? – Vai chover logo e já preparei o café da tarde.

- V.vamos entrar então. Quer ajuda? – Me dispus, mas Adriel foi mais rápido.

- Não se preocupe – ele respondeu, virou-se devagar e pegou o braço dela, oferecendo o seu. Eles estavam de braços entrelaçados??!

Caminharam devagar, mas logo me ultrapassaram. Eu estava boquiaberta, aturdida, bugada, sei lá... enciumada.

- Estela? – Chamou Natalie.

- Estou indo – respondi rapidamente e mais alto do que gostaria.

Eu não estava com fome... Meu estômago estava dolorido, mas não era apenas ele...

***

Estávamos na mesa da cozinha, o pai de Natalie falava, ela falava e eu ainda estava desorientada; não prestando atenção em nada, ah não ser... Adriel parecia estar acompanhando de forma divertida a conversa. Parecia bem familiarizado.

Os bancos eram altos, o que não dificultava tanto para ele, mas o pai de Natalie o ajudou sem que ele precisasse pedir. O que estava acontecendo? Ah, eu vou enlouquecer!

- O que foi Estela? Não parece bem... – o pai de Natalie parou de contar alguma piada e me interpelou.

Eu nem havia reparado que estava segurando a cabeça com as duas mãos que cismava em tombar. Qual era o meu problema?

- Não foi nada – apressei em responder e disfarçar no riso. – Eu tenho que ir. Minha tia está esperando. Obrigada por tudo.

Apressei em me levantar e tentar não fitar ninguém.

- Ah, e melhoras Natalie – apressei em dizer.

O pai de Natalie se ergueu e eu, de costas para Natalie e Adriel, já havia dado um passo e meio quando o ouvi dizer:

- Eu também preciso ir. Obrigado pela ajuda Nat. Você vai ficar bem – solícito... Ele foi polido com ela. Eu nunca o vi assim com alguém...

O pai apressou-se em ajudá-lo, não me lembro de ter ouvido a voz de Natalie ou mesmo a dele. Ao contrário, ouvi Adriel dizer, aparentemente em resposta a algum deles:

- Estela me acompanhará, não se preocupem.

Quem? Estela? Mas... Essa era eu!

Virei-me bruscamente, quase perdendo o equilíbrio e o fitei já de pé. Ele também me fitava e... sorria para mim.

Olhei para o lado e engoli seco. O que estava acontecendo?

***

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A vida não é feita apenas por dois personagens. Embora, ao se apaixonar, parece realmente que mais nada no mundo tem importância. Mas, será que as pessoas conseguem fazer tudo sozinhas? Somente contar com o destino será suficiente? E o que me diriam a respeito da ajuda de outros personagens da vida que, mesmo sem intenção, acabam aproximando mais o casal que se ama? 

#Estamos #Com #Você #Estela

<3

DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos AmâncioWhere stories live. Discover now