22 - SINAIS ANSIOSOS

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Era noite, poucos profissionais percorriam o lugar, mas nunca cessavam por completo sua atividade. No entanto, eu duvidava que fossem me reconhecer usando da minha própria roupa e não a do hospital, levando em consideração a quantidade de pacientes que atendiam por dia.

Mantinha meu celular na mão direita, abaixo da linha do quadril, e tentava caminhar o mais despreocupadamente possível, até que...

- O que faz por aqui?

A voz de um rapaz me fez titubear.

- E.eu – gaguejei e me virei para ver quem me interpelava.

- Não deveria estar aqui.

Olhei para a pessoa que me dirigia a negativa. Era um rapaz jovem, com um avental verde e touca, uns 20 anos talvez. Não me lembro de tê-lo encontrado antes.

- Eu me perdi – concentrei-me em meus sentidos e menti, ou melhor, omiti.

- Óbvio! Aqui é o setor de "Queimados" – respondeu enfático.

Suspirei em alívio. Ele não sabia quem eu era.

- OK. Desculpe-me! Tomarei mais cuidado...

O profissional se retirou e eu aliviei a tensão que criara em meus ombros.

Não me sentia confortável em mentir, mas algumas situações exigiam um esforço a mais de nós.

A questão agora era como eu encontraria o que havia me levado a mentir?

Acreditava que Adriel deveria estar na Enfermaria, ou estaria na Terapia Intensiva? Se fosse a segunda opção seria mais difícil me aproximar, mas não seria impossível...

O caso era que eu desconhecia o mapa do hospital, eu nem havia percebido que saíra de meu próprio setor até ser abordada.

Era isso!

- Hey! Espere um pouco – corri até o profissional que me bronqueara a pouco. Extrair informações era algo que eu bem dominava, afinal, fazia parte da minha profissão.

***

Eu não era muito boa em direção, mas decorava as informações com facilidade. Extraindo minuciosamente cada detalhe a respeito do que eu queria, eu alcançaria o almejado, tinha certeza.

Obviamente tive de mentir novamente, reafirmei que havia me perdido – o que não era de todo falso testemunho, mas disse que a causa d'eu estar ali é que era acompanhante de um primo meu. Tentei soar o mais convincente possível e... Consegui o que eu queria! Estava quase a comemorar em saltos, quando...

- Não vejo a sua etiqueta de acompanhante colocada na camiseta... – falou o profissional de verde.

Tentei segurar a ansiedade e seus sinais em mim. Por sorte, antes d'eu responder, ele mesmo disse:

- Claro que devem ter esquecido de lhe colocar. Isso sempre acontece... Não sei por que ainda me impressiono – e se retirou novamente resmungando.

Ufa...

Analisei mentalmente as informações passadas. Eu teria de pegar o corredor e ir para dois andares acima de onde eu estava, depois viraria ao meu lado esquerdo, chegando em um dos setores de Enfermaria mais próximo. Eu teria de procurar em cada quarto, mas isso não me era problema. Por certo, Adriel estava acompanhado de algum dos irmãos e eu conseguiria vê-los de longe, afinal, não costumavam fechar as portas dos quartos, principalmente em um paciente que está recebendo atenção especial. Agora eu poderia...

- Estela?

Assim que me virei... Eu não podia acreditar!

- Que faz por aqui?

Desta vez não consegui reprimir a todos os sinais ansiosos. Tremi, suei frio, minha respiração acelerou... Era ele... Ele estava ali! Bem ali, naquele corredor, amparado por muletas.

- E então?

Ele me olhava de forma inquisidora, enquanto eu nada conseguia falar... Se eu não me controlasse, meu coração não iria aguentar. Adriel estava ali, na minha frente!

- E.eu – gaguejei. Havia perdido todo o controle sobre mim mesma. O que estava acontecendo comigo?

- Hey Adriel. Você não deveria estar aqui! – Daniel se aproximou bronqueando. Meu salvador!

As luzes haviam diminuído ou era minha visão que estava ficando turva?

Se desviando de mim, Adriel encarou o irmão que logo se aproximou, evitando que ele se virasse.

- Eu já não aguentava mais ficar naquela sala de treinamento...

Sala de treinamento?

- Ah, oi Estela – cumprimentou-me alegre! – Que bom que você viu minha mensagem e veio.

Mensagem?

- Pode me ajudar a leva-lo para a sala? Ele aproveitou que eu havia cochilado para...

- Eu posso ir sozinho! Vim até aqui, não foi? – Resmungou Adriel, interrompendo o irmão.

Daniel suspirou e deixou que Adriel percorresse o corredor. Fez-me um sinal para acompanha-lo, mas eu ainda não conseguia sair do lugar...

Assim que despertei, apressei-me em verificar se havia recebido a mensagem de Daniel no celular. Por que eu não havia pensado nisso antes?

***

Desculpem a demora na postagem! Eu estava muito ruim da garganta e o ânimo me saíra de tudo. Porém, vocês fizeram com que esse meu ânimo não desfalecesse e se renovasse, fazendo com que eu me esforçasse em logo voltar. Brindo-vos com esse capítulo, mas garanto que ainda terá mais nessa semana. Vamos mandar forças para que Estela consiga fazer o que está disposta a fazer! Espero que tenham gostado e até breve!!! :-) <3


MUITO OBRIGADA :D

DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos AmâncioOnde histórias criam vida. Descubra agora