DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos Amâncio

33 - MAIS DO QUE O MEU PRÓPRIO AR

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Há leitores conectados? Eu sei que estão aguardando por este capítulo há bastante tempo. Antes de começá-lo, porém, peço que leiam a minha emocionante - breve - introdução a ele com respeito ao histórico deste:

Comecei a postar "Debilitado" aqui no Wattpad em 05/03/2016, mas a ideia surgiu no ano de 2012 e o "prólogo do Adriel" foi escrito em 2013 (Ooooh - momento surpresa, pois é...). Eu só consegui dar prosseguimento a esta história por causa de vocês - leitores. 

Sempre senti muita responsabilidade ao escrevê-la (visto que os irmãos que tem por base a trilogia existem e eu cheguei a conhecê-los e tratá-los brevemente [sou Fisioterapeuta como o Jadir] ), sentia um peso enorme a cada palavra escrita e ainda sinto. Mas, o impulso de vocês é o grande responsável por eu estar aqui e poder compartilhar com vocês um dos capítulos mais emocionantes que eu já escrevi. Espero poder tirar mais lágrimas, não apenas tristes, mas principalmente felizes de vocês. 

Muito obrigada mesmo pessoal!!! 

Confiram este belíssimo e muito aguardado capítulo!!!

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Vou matar o Jadir! Só podia ser obra dele. Ele provavelmente abriu aquela boca grande e falou tudo para o Adriel. Agora eu estava marcada! Na certa, ele queria que eu o acompanhasse para bronquear comigo novamente e...

- Aceita?

Eu olhei aturdida para ele, na verdade, ainda não havia conseguido mudar essa feição.

- Um pirulito?

- De limão...

Adriel falou comigo olhando para frente.

Caminhávamos lentamente, eu ainda não sabia bem para onde e nem por quanto tempo estávamos andando. Então, olhei em volta e percebi que já havíamos percorrido cerca de uma quadra e meia da casa de Natalie. Adriel havia dito que eu o acompanharia e era isso mesmo o que estava acontecendo. Eu estava sendo guiada por ele.

- Vai aceitar ou não? – Adriel parou de caminhar e me fitou de modo sério. Não havia elevado a voz, na verdade, ele sempre falava em um mesmo tom médio, mas, agora, estava diferente...

- O.obrigada – respondi, rouca e aos engasgos, aceitando.

Por que eu não conseguia ser mais segura de mim? Mais firme como costumava ser? A culpa era dele... Só dele! Adriel me fazia perder o chão... E isso foi desde o momento em que o vi, naquela academia, pela primeira vez.

Ele bufou e continuou em frente, sem se certificar se eu o estava acompanhando.

- P.para – parei o que estava começando a tentar dizer para limpar a garganta e tomar um pouco de ar. Quando senti estar melhor, reiniciei: - Para onde estamos indo?

- Não reparou ainda? – Ele perguntou de um jeito irônico, até esboçou um meio sorriso. Adriel estava diferente comigo...

- Não – respondi um pouco irritada pela maneira dele e insisti: – Para onde?

Adriel se virou para mim e sorriu. Ele sorriu!!!

- Para lá – disse apontando para a frente.

O sol estava se pondo ali. Eu havia visto algo parecido em um sonho... Sim! Lá no hospital e...

- A academia Estela – respondeu parecendo se divertir com a situação e explicando para alguém com mentalidade de criança. Para aquele momento era certo, eu não conseguia pensar direito e ele era o culpado. – Natiel e Daniel estão lá, sabe, os meus irmãos.

Por alguns instantes mais caminhamos sem falar nada. Mas eu estava me corroendo. Não podia esquecer, nem deixar passar... O que ele estava fazendo na casa da Natalie? O pai dela havia dito que eram amigos de escola, mas... Ah, eu vou perguntar. Eu tenho que perguntar!

- O que você fazia...

- Natalie era colega de classe do Natiel e eles são amigos – respondeu antes mesmo que eu pudesse terminar a pergunta.

Como ele sabia o que eu iria perguntar? E o que ele tinha a ver com a amizade dos dois?

Antes que eu pudesse perguntar qualquer outra coisa, ele interpelou, ainda focando a frente:

- E você estava lá por causa daquele escroto do Norberto, certo?

- Norberto? – Pensei por alguns instantes e me lembrei. – Ah, o Jadir! Sim, ele estava preocupado...

- Ele é um idiota – respondeu sério.

O que ele poderia saber de Jadir que eu não sabia? Se bem que idiota ele era mesmo, sem que necessitasse de grandes explicações. Mais importante que isso: O que o Jadir havia falado para ele a meu respeito?

- Por que? – Apressei em perguntar e em atropelos de palavras continuei: – Por acaso ele falou algo para você sobre mim e...

- Não é nada disso Estela – falou me cortando mais uma vez e ainda explicando para a minha criança exterior momentânea. Eu estava sendo ridícula! ... Ele continuou: - Eu quase nunca falo com esse cara, só mesmo quando sou obrigado e, muitas vezes, nem assim.

Eu estava boquiaberta novamente. Adriel estava falante demais naquele dia. Será que eu estava sonhando? ... Acho que não. O parque pelo qual nós passávamos estava fedendo a titica de pássaros. Minha mente não imaginaria algo tão horrível. Com uma breve careta prendi o nariz com os dedos polegar, médio e indicador, e continuamos a caminhada. Assim que o cheiro foi diminuindo, voltei a questionar:

- Por que você não gosta dele?

- Eu nunca disse que não gostava dele – corrigiu-me.

- Então, esse é o seu modo de mostrar afeto por alguém? – Eu estava ficando irritada.

Adriel parou de andar novamente e segurou o meu braço que deu uma leve balançada. Eu ainda segurava o pirulito que ganhara e ele acabou caindo com o gesto. Ele me soltou e eu agachei para pegá-lo. Ao me erguer rapidamente me deparei com os imensos olhos amêndoas dele me fitando seriamente.

O que estava acontecendo?

- Mas o que – comecei, mas não pude terminar o que iria perguntar.

Com o coração disparado e completamente surpresa Adriel me puxou pelo braço novamente e... me beijou... Me beijou!

Eu estava sem chão, sem ar e sem o pirulito, pois ele havia caído outra vez, mas eu já não me importava com mais nada, nem sentia mais o odor local. O envolvi pelo pescoço e senti seu toque em minha cintura nos aproximando mais. Eu sabia, eu entendia que o queria mais do que o meu próprio ar...

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Até amanhã leitores. :'(