† 2º Capítulo †

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- John, pára de beber, porra! Onde é que foste arranjar dinheiro? – gritou o Harry.

- Queres que eu seja sincero? Fui á tua gaveta e tirei o dinheiro que lá tinha! – disse o outro homem, atrapalhado, devido ao álcool que já circulava no corpo.

- Seu filho da mãe, esse dinheiro era para comprar roupa para a Kristen e para ajudar a avó a pagar a renda! – voltou a berrar.

Decidi ir até ás escadas, só para prevenir, caso começassem a lutar.

- Paciência, tivesses escondido o dinheiro melhor!

Só vejo o punho cerrado do Harry ir contra o rosto do tal John e daí mais murros foram depositados na sua face. John apenas caiu no chão, imóvel, enquanto Harry continuava possuído, batendo-lhe como se fosse um saco de boxe.

Corri até ao Harry e puxei-o para trás para ele largar a cara do homem. Este permaneceu no chão com uma quantidade considerável de sangue em seu redor. Harry subiu as escadas e eu segui-o. Enquanto eu fui para o quarto, ele continuou pelo corredor e entrou noutra divisão que eu presumi que era a casa de banho.

Voltei a deitar-me, mas fiquei a observar o teto azul-bebé e gradualmente os meus olhos iam cedendo ao sono.

* * *

- Allie, acorda!

Acordo sobressaltada e olho para cima. Vejo Harry a olhar-me e uma menina ao lado dele. Tinha os olhos da mesma cor que ele, mas tinha cabelo liso. Será que é sua filha?

- Levanta-te que o pequeno-almoço está servido. – disse enquanto saia do quarto.

Deixou-me sozinha e eu aproveitei para me vestir. Dobrei os cobertores que usei para dormir e coloquei-os em cima da cama.

Desci as escadas e dirigi-me para a cozinha. Era pequena, mas acolhedora. Os móveis de carvalho contrastavam com a mesa branca de reduzidas dimensões, onde se encontrava a refeição.

- Senta-te.

Obedeci e sentei-me ao lado do Harry e de frente para a pequena menina.

- Como te chamas?

- Kristen.

Então a Kristen de quem ontem estavam a falar é desta criança. Agora tudo faz sentido.

- Mano, passas-me o leite?

- Toma, princesa. É para comeres tudo! – ordenou.

Preferi comer um simples iogurte e uma maçã e enquanto me alimentava ouvia a conversa entre o Harry e a sua irmã, que eu inicialmente pensei que era sua filha.

- Allie, queres ir já para casa?

- Sim, quando puderes.

- Mano,  já acabei, posso ir ver televisão?

- Podes Kristen.

Depois de Kristen nos ter deixado, instalou-se um silêncio constrangedor, já que não nos conheciamos e não tinhamos nenhum tema de conversa.

- Então… Harry, o que é que aconteceu ontem? – perguntei, mas arrependi-me logo, depois do olhar que me lançou.

- O que viste – respondeu secantemente.

- Mas tu costumas ter problemas assim com ele?

- Para já, ele é o John e é meu irmão e depois não te metas na minha vida! Não me conheces de lado nenhum, portanto não me perguntes esse tipo de coisas, percebeste? – gritou em plenos pulmões.

- Tu também não sabes o que passei, no entanto já me julgaste e eu não te falei assim! – gritei de volta.

- Maninho, não me grites mais! – disse Kristen a chorar.

- Anjo, desculpa, eu não queria! – afirmou Harry enquanto pegava na criança chorosa e lhe acariciava as costas e afagava o cabelo.

- Allie, vai já lá para fora. Espera dentro do carro vermelho que está á porta. O veículo está aberto. – sussurrou passando por mim, subindo as escadas.

Enraivecida, sai daquela casa e encostei-me ao banco do pendura. Ele deve de pensar que me insulta ou diz algo a meu respeito e eu não me posso defender. Até parece que a culpa é minha por aquele choro inesperado e repentino. Eu não o conheço, nem o pretendo fazer. Ele foi rude comigo como nunca ninguém o tinha sido. Já sinto um ódio precoce por esse rapaz.

- Onde é que moras? – perguntou-me ao entrar no carro batendo com a porta.

- Moro no 213 Camberwell Road, London SA5 OHH. – respondi fria.

- É perto.

Arrancámos e deixámos a casa para trás. Nem me despedi da pequena. Bem, pensando melhor, nunca mais a vou voltar a ver. Tenho é de ter a certeza que nunca mais vou para os arredores daquele bairro nem que me aproximo daquela pequena vivenda. Aquilo não tem nada a ver com a minha casa. A luxuria que eu tenho na minha residência é tão abundante que nem há descrição. Até tenho empregada, por isso não se pode dizer que estou no limiar da pobreza. Muito pelo contrário, o meu pai é dono de uma cadeia de hotéis de 5 estrelas e ganha milhões. Ele comparece a eventos, a premiações, tudo exclusivo para famosos e VIP’s. A minha irmã é que costuma acompanhá-lo. Eu e a minha mãe somos mais caseiras, não gostamos de ser o centro das atenções.

 A Charlotte (minha irmã) sempre foi a diva da família. Conseguia tudo o que queria, o que me irritava. Mas penso que ela vai mudar com o casamento dela, quer dizer espero. Nunca vi o noivo dela, mas se for como os ex-namorados são loiros, de olhos azuis e com músculos de aço. O oposto dela sou eu. Grande maioria das pessoas me descreve como solitária, reservada, calada e "certinha". Sou denominada de solitária porque nunca tive um namorado. Neste momento não ando á procura de nenhum, mas se aparecer vai ser sempre bem-vindo.

- Desculpa-me pela forma como te tratei. Fui um pouco bruto. Perdoas-me? - peguntou, mantendo a sua atenção total na estrada.

- Para quê te perguntar se nunca mais te vou ver?

- Para eu ficar com a consciência mais tranquila. Porque tenho a mania de julgar as pessoas pela aparência.

- Então porque és assim?

- Não é da tua conta. – respondeu bruto novamente.

- Para quê aceitar o teu perdão, se no minuto seguinte voltas a ser uma besta? – se o arrependimento mata-se eu já estaria morta e sepultada neste preciso momento.

- Olha que a besta foi bruta para ti, mas salvou-te de uns marmanjos que não tinham as melhores intenções para contigo. Eu só preciso que me digas que me perdoas pela forma de como te falei.

- Ok, eu perdoo-te. Mas não penses que me esqueço. Nunca tive muitos amigos, por isso nunca me magoaram os sentimentos.

- Porquê?

- Não é da tua conta. - respondi, usando uma das suas frases.

- Tudo bem. – bufou.

A viagem assemelhou-se ao pequeno almoço: silencioso. E ainda bem, visto que não gosto de falar com idiotas andantes.

- Presumo que seja aqui que moras. – disse, estacionando o veiculo.

- Sim, é aqui. – meti-me de lado, de frente para o Harry.

- Adeus e que encontres o que te faz feliz. – afirmou, sorrindo meigamente.

- Tu também. – sorri de volta.

Sai do carro e ele seguiu. Acenei-lhe e ele fez-me sinais de luzes, querendo dizer-me adeus.

† Choice (Harry Styles Fanfiction) † (SLOW UPDATES)Where stories live. Discover now