† 13º Capítulo †

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- Eu… Eu… - disse atrapalhada.

Do nada a chamada caiu. Olhei para o telemóvel preto e o ecrã não emitia cor. Tinha ficado sem bateria. Boa Harry. Guardei o aparelho no bolso e dirigi-me para uma máquina de comida e depositei as moedas na ranhura, carregando no nº1, que por sua vez era o dia aquando eu nasci. Tirei da “gaveta” da máquina um salame e sentei-me, esperando pelo voo, ou até mesmo pela Allie.

***

Eram 00h15m e já anunciaram que se podia começar a embarcar. Comecei a ficar com medo de perder o avião, mas ainda tinha algum tempo para entrar na aeronave.

*

O relógio já batia na 01h30m. O caso estava sério. No placar já dizia Última Chamada, ou seja, tinha de ir para dentro. Levantei-me, pondo a mochila nas minhas costas. Olhei, uma última vez, para a zona das chegadas e não a vi. Comecei a mover-me até ao check-in, colocando a mala no tapete rolante.

#Allie POV#

 

Corri pelo corredor que parecia não ter fim. Empurrei pessoas, pisei outras. Tudo para tentar ver o Harry. Dirigi-me para o local dos embarques e reparei num rapaz alto e com caracóis. Assemelhava-se ao Harry, mas como estava de perfil não se percebia muito bem. Aproximei-me de umas cancelas que separava a zona de onde me encontrava do check-in.

- Harry. – gritei.

O individuo voltou-se e olhou-me. Era o Harry. Ele acenou-me e sorriu, mas começou a correr. Procurei o monitor e quando o encontrei vi que o único avião para as 02h00m era para Miami e era o único que dizia Fechado. Tentei vê-lo, mas sem efeito. Ele desapareceu. Se ele cumpriu com aquilo que prometera, esperou por mim até agora. Senti uma lágrima a escorrer pelo meu rosto quente.

Não tivemos uma despedida, aquilo que eu desejava e eu também. Depois dessa lágrima, uma enchente formou-se nos meus olhos e espalhavam-se pelas minhas bochechas rosadas. Caminhei até um lugar onde se via os aviões a descolar. Ouvi um som e observei a descolagem dum avião branco com riscas vermelhas e azuis na cauda. Olhei novamente para o monitor e reparei que o último voo a descolar era Miami – partiu às 01h53m. No meu telemóvel marcava 01h55m. Corri para a zona dos desembarques para ver se ele tinha decidido voltar para mim. Fiquei lá 10 minutos e nada. A razão do meu sorriso foi para outro continente.

Encaminhei-me para o estacionamento, entrando no carro branco. Apertei com força o volante e chorei até ás pingas de água salgada, que me saiam pelos olhos, secassem, mas eram imensas. Eu tinha de admitir que gostava dele, ou que pelo menos, nunca me tinha sentido assim. Tão devastada, destruída… tão incompleta. Porquê? Porque é que a única pessoa que fez diferença foi arrancada de mim? Porquê agora? Porquê, agora que a minha existência começou a fazer sentido? Agora que eu comecei a nutrir sentimentos por alguém…

Respirei fundo e limpei as lágrimas com a costa da mão direita. Liguei o rádio e estava a dar uma das minhas músicas preferidas:

 Maybe I know somewhere

Deep in my soul that love never lasts

And we've got to find other ways

To make it alone or keep a straight face

And I've always lived like this

Keeping a comfortable distance

And up until now I had sworn to myself that I'm content with loneliness

Because none of it was ever worth the risk

 

Well, you are the only exception

Well, you are the only exception (…)

 

(Paramore – The Only Exception)

Enquanto ouvia a canção e interiorizava melhor a letra da mesma, voltei a formular uma questão para mim própria: “ Será que eu no início não queria e achava errado, apaixonar-me? ” Eu sempre achei o amor um sentimento traiçoeiro. Enquanto as coisas estavam bem, tudo passava rápido, chegando a parecer que uma hora passava num minuto. Mas quando algo corria mal e a relação tinha de ser interrompida o tempo parava. As feridas custavam a sarar e o passado custava a pôr atrás das costas, desde as melhores às piores memórias. Só sei isso porque me disseram e porque li nos livros de romances. Ao início “enojava-me” a ideia de me apaixonar por alguém, mas pelo correr dos anos queria que me aparecesse o chamado príncipe encantado. Apareceu-me o Harry. Finalmente, entendi o porquê de a minha mãe me dizer para me concentrar nos estudos e depois, sim, pensar em rapazes. Já passaram 2 anos desde que ela me disse essas sábias palavras, mas naquele momento encontrava-me a sofrer. O sofrimento dói. Mas o pior é tentar avançar sem a única pessoa que me fez sentir feliz e desejada.

† Choice (Harry Styles Fanfiction) † (SLOW UPDATES)Onde histórias criam vida. Descubra agora