CAPÍTULO 15.

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Pov: Percy.
  Assim que Hera saiu da sala, um silencio incômodo se instalou no local, os deuses olhavam entre si, talvez se perguntando o que falar, como se fossemos um cão de três cabeças que eles não sabiam como lidar. E minha pequena Liah ao meu lado olhando na direção dos deuses, mas não acho que ela esteja olhando para eles, ela esta mais para, perdida em pensamentos.
   As palavras de Hera ainda estão rodando em minha cabeça sem parar, repassando cada palavra dita por ela a cada segundo que se passa, e me sinto um idiota, sinto que estou deixando um fato muito importante passar despercebido, um fato nada agradável que Liah esta me escondendo, sempre soube que ela esconde algo importante de mim, e as palavras de Hera só me deixaram ainda com mas certeza, e a urgência que pude sentir nas palavras de Herá me deixaram em alerta máximo.
    E também não posso deixar de pensar nas palavras que o homem misterioso me disse no chalé.
   Seu tempo está acabando Perceu.
   Essa frase também esta mexendo com a minha cabeça, meu tempo esta acabando pra que? Eu sei que não devo acreditar em uma pessoa sem nome, que quer matar minha Irmã e a mim, e é claro, que quer destruir a humanidade, mas mesmo não querendo acredito nele, e de certa maneira sinto que meu tempo esta acabando para alguma coisa importante, algo que eu já devia ter descoberto a dias, mas ainda não sei o que é.
   -- Vocês estão bem? - ouço a voz de Athena bem em nossa frente.
   A voz parece preocupada, ela em si parece preocupada, e devo dizer que fiquei um tanto feliz por ela ter cortado, não só os meus pensamentos, mas também os da minha irma. A olho por alguns segundos observando a aparência entre ela e Liah.
   -- Eu estou bem obrigado. - falo e olho para Liah que afirma que esta bem com a cabeça.
   Poseidon se coloca ao lado da deusa e nos manda um sorriso doce e tranquilizante.
   -- Bom, não temos muito tempo pois Hera também quer falar com vocês em particular, então seremos o mais breve possível. - fala e olha para Athena que acena positivamente com a cabeça, mas não posso deixar de notar que ela parece relutante, até mesmo tensa. - Sei que vocês não nos vêem como o pai e a mãe de vocês, nós sabemos, e de certa forma entendemos vocês, mas devo admitir que ainda é difícil pra nós. - diz com seu sorriso afetado, um tanto triste.
   Liah olha pra mim com pena e culpa, nos dois sabemos que nada do que aconteceu com a gente foi culpa deles, mas mesmo assim agimos friamente com eles, mesmo que não intencionalmente, mas agimos, e eles não mereciam isso, pai nenhum merece, alem de achar que os filhos estão mortos, sofrer durantes anos, e quando finalmente reencontram suas amadas crianças já crescidas essas o tratam com frieza, como se eles fossem pessoas qualquer, como se fosse culpa deles, agora até eu me sinto culpado.
    -- Nós... - mas sou interrompido por Athena.
    -- Não diga nada, não é necessário. - fala a deusa e respira fundo como se estivesse contendo as lagrimas, olho para Liah que parece desesperada com a situação da deusa. - Nós entendemos, não julgamos vocês, vocês apenas vivem a vida com a familia que lhes criou, lhes deu amor, carinho, felicidade, e tudo que uma criança deve querer, e não se importam com a familia de sangue, por que não nos conhecem, foram obrigados a se separar de nos, nos entendemos.. - agora foi vez da deusa ser enterrompida.
   -- Esta enganada. - fala Liah rápido e agita as mãos desesperadamente fazendo com que uma cadeira aparecesse em sua frente, a qual ela rapidamente se senta e apóia a cabeça nas mãos desesperada. - Esta enganada. - repete em estado de choque.
   Olho para ela assim como os dois deuses a minha frente, eles parecem preocupados, mas acho que conheço minha irmã bem o bastante pra saber que ela esta bem, e só precisa de alguns segundos para colocar os pensamentos no lugar.
    -- Liah está certa, você está enganada Athena. - falo a olhando intensamente. - Na parte de termos sido criados por uma familia amorosa você esta certa. - ela me olha e faz que sim com a cabeça tristemente, e quando ela vai falar a corto. - Nossa vez agora. - digo fazendo sinal com a mão e respiro fundo. - Mas você esta enganada ao pensar que não conhecíamos vocês antes de virmos para a terra. - falo e vejo o olhar deles confuso.
   -- E ainda mas enganada ao pensar que nós não no importamos. - completa Liah ainda em sua cadeira. - Meu pai, Caos, sempre nos falava sobre vocês, nos contou a historia toda milhares de vezes, disse que vocês nunca superaram nossa perda, e que nunca perdoaram Zeus pelo que fez, tanto ele quanto minha mãe Ordem, contavam essa historia pra nós dormimos todas as noites desde que me entendo por gente. - fala Liah com algumas lagrimas escorrendo pelo rosto.
   Passo meu braço por cima de seus ombros, a puxando mas pra perto de mim.
   -- Isso é verdade, eles faziam isso todas as noites, fizeram na primeira noite que estivemos lá e fizeram na última, mesmo depois de grandes eles sempre insistiram em nos contar essa história, e todos os dias, nos diziam que mesmo vivendo em outro mundo, com outra familia, nos teríamos um lar e uma familia amorosa aqui, vocês são as crianças com duas familias, sabem que mesmo uma não podendo ser tocada, ela esta lá em algum lugar, de braços abertos prontos para recebe-los. Falava meu pai Caos todas as noites, depois da história de toda a noite. - falo com os olhos cheios de lagrimas.
   Eles nos olham chorando, retribuo o olhar e ajudo Liah a levantar de sua cadeira, a mesma me abraça logo em seguida, também chorando.
    -- Eu me lembro de quando fizemos 10 anos. - fala Liah baixo, com a voz abafada por meu ombro, mas creio que os deuses ouviram pois se aproximaram mais e começaram a prestar atenção novamente. - Ganhamos muitos presentes aquele anos, assim como todos os outros claro, mas esse foi diferente porque ganhamos dois presentes mas especiais que os outros. - fala e se afasta o suficiente para me olhar nos olhos.
   Confirmo com a cabeça au me lembrar do dia, e entender onde ela quer chegar.
   -- Ganhamos nosso simbolo do poder, do papai e da mamãe. - falo e toco no anel em meu dedo, os deuses seguem meu movimento e arfam ao ver a pequena rosa negra no bico do anel, mas ele não importa agora. - E ganhamos a tela do Tártaro e da Nix. - completo me lembrando da tela por onde víamos tudo que queríamos na terra.
    -- Sim, e quantas vezes nós procurávamos por vocês nelas, por muitas vezes vimos Athena conversando com Zeus, ou vários outros deuses, ou a vimos em sua grande biblioteca lendo, quantas vezes paravamos  para olhar Poseidon em seu belo palácio em Atlântas, um palácio incrível devo dizer, e inexplicavelmente bom de se olhar, sabe, a água nos acalma. - fala Liah agora virada para os deuses. - E com todo respeito, isso não parece coisa de quem não se importa. E posso garantir para vocês que nós sentimos muito por vocês terem pensado que não gostávamos de vocês, e que não ligavamos pelo o que vocês sentem. - termina chaqualhando a mão fazendo com que a cadeira sumisse novamente. - Podemos ir Ceu, lady Hera deve estar nos esperando para conversar lá fora. - chama indo em direção a grande porta, deixando dois deuses chorando e eu em choque por ela simplesmente sair assim, sem mais nem menos.
    -- Claro. - falo e vou até ela ainda confuso, para ao seu lado e assim como ela encaro os deuses chorando e nos olhando com carinho, mas também confusos pela saída inesperada, assim como eu. - Liah? - pergunto querendo uma explicação.
    -- Já dizemos o que tinha que ser dito, já explicamos o que precisava ser explicado e já nos desculpamos pelo que era preciso ser perdoado, eles são os adultos aqui, não nós, fizemos nossa parte, agora é a vez deles tomarem iniciativa. - fala e aponta para os deuses que sorriem fraco, mas os soluços ainda permanece. - E eles não tem condição nem física nem mental pra isso. - fala e da de ombros. - Acho que somos como granada, quando começamos a vazar a explosão e inevitável, e quando ela chega, bom sai tudo de uma só vez, sem tempo para o simples prazer de respirar. E nos explodimos os dois de uma só vez. - Athena e Poseidon gargalham entre soluços, e nós apenas sorrimos fraco.
    Eles nos olham e sou obrigado a concordar com a Liah, eles não tem nenhuma condição de fazer ou ouvir mas nada agora.
    -- Tem razão, eles precisão de tempo. - falo baixo só pra ela escutar, ela faz que sim com a cabeça e se vira. - Vamos atrás da rainha Hera.
    Então saímos da sala dos tronos a procura da rainha do Olimpo, deixando dois deuses chorando para trás.
    O caminho é silencioso, apenas passo o braço por cima do ombro de Liah e olhando para todos os lados. Vejo novamente Athena e Posêidon, só que agora eles parecem no minimo recuperados, e Poseidon tem algo na mão, parecendo duas caixinhas, ele aponta em nossa direção e fala com Athena, que em seguida também nos vê.
   -- Lá. - fala Liah e aponta para um pequeno chalé, onde se vê uma mulher tomando chá e fazendo sinal para que nos juntassemos a ela.
   O que fazemos imediatamente, deixando Poseidon e Athena nos olhando de longe.
   Assim que chegamos até a mesa de Hera, ela nos convida para sentar, e nos oferece uma xícara de chá a qual aceitamos sem reclamar.
   -- Bom, pelo que vi, vocês querem minha ajuda para fazer com que os romanos não o vejam como uma ameaça certo? - fala indo direto ao assunto, Liah afirma com a cabeça. - Bom, assim que chegarem na Califórnia, a loba Lupa ira encontra-los, como ela faz com todos os semideuses romanos, e ela deixará vocês o mais próximo possível do acampamento, provavelmente no início da montanha, vocês teram apenas que subi-la e desce-la para que cheguem ao acampamento, e quanto ao resto, verão depois. - fala e se levanta. - Bom, acho que vocês não tem carona pra chegar até lá, e mesmo vocês não pedindo isso irei ajuda-los, pedi para que Apolo os levasse em segurança até o inicio da cidade, o que ele fara amanhã no raiar do dia, então os aconselho a descansarem pois amanhã sera um longo dia, e se quiserem podem descansar no meu palácio. O que me dizem? - termina de pé.
   -- Bom, Zeus não vai nos matar? - pergunto com receio.
   Ele nos odeia, e essa é uma boa chance para nos matar ou nos torturar a sangue frio.
   -- Ele realmente odeia vocês Perceu, mas tem minha palavra que ele não tocará em vocês. - fala sorrindo de canto.
    Ela não parece tão fria quanto dizem, embora eu tenha ficado com medo dela no início, ela parece uma pessoa legal.
   Olho pra Liah que da de ombros, e eu penso por alguns segundos, poderíamos pedir a Athena também, mas ela precisa pensar um pouco, então não vejo nada de mais em aceitar o convite.
    -- Lady Hera, se não for encomodar nos aceitamos seu convite. - falo e também me levanto, e começo a seguir a deusa com minha irmã ao meu lado.
   O palácio é incrível por dentro tanto quanto é por fora.
   Ela nos leva até um imenso quarto e logo nos deixa sozinhos, ela deve saber que Liah e eu gostamos de ficar no mesmo quarto quando não estamos em casa, nos achamos mais seguro assim, um defende o outro.
   Conversamos por mais alguns minutos depois que Hera saiu, mas logo resolvemos descansar, foi uma noite longa e estranha.
   Acordo de manhã, e logo vejo minha irmã sentada na ponta da cama, ela me vê acordado e sorri fracamente, então me lembro das palavras de Hera, mas antes que possa perguntar ela chaqualha a cabeça em negativa, adivinhando minhas intenções e se levanta.
   -- O sol está nascendo, Apolo já deve estar chegando, precisamos ir logo. - fala deixando novamente o assunto para outra hora, mas ela vai me dizer, uma hora ou outra ela terá que falar comigo sobre isso.
    -- Tem razão. - digo por fim, mas não estou vencido.
   Corro para o banheiro e faço minha higiene matinal, e saio o mais rápido possível encontrando minha irmã já pronta a minha espera.
    Pegamos nossas coisas, e saímos do quarto depois de arruma-lo, encontramos Hera na cozinha, ela nos convida para comermos, mais negamos e agradecemos pela hospitalidade, Hera pede para que um de seus servos nos acompanhe até Apolo e então saímos do palácio, indo a procura do deus do sol.
   Andamos pelo Olimpo indo em direção do palácio de Athena, o que me deixa confuso, mas logo é possível ver um furgão brilhante da cor do sol parado em frente do palácio. Avistamos Apolo conversando com Athena e Poseidon, o que acho muito estranho.
    -- Olá, bom dia! - falamos Liah e eu assim que chegamos perto dos deuses.
    Athena e Poseidon sorriem mas não falam nada, ao contrario de Apolo que parece super feliz em nos ver.
   -- Olá, galera, prontos para a melhor viagem de suas vidas? - pergunta ele alegre.
   Sorrimos e confirmamos com a cabeça, mas antes que possamos entrar ouço a voz de Athena.
   -- Esperem. - fala antes de entrarmos. - Ontem nós queríamos dar uma coisa a vocês, mas não deu tempo. - fala enquanto Poseidon tira duas caixinhas do bolso do shorts. - Queremos que fiquem com isso. - Poseidon nos entrega as duas caixinhas a qual pegamos meio receiosos, e Poseidon pede para que abrirmos só depois de partimos, o que concordamos confusos, e então eles nos despacham para dentro do furgão.
   -- Alguém quer dirigir? - pergunta Apolo assim que entramos.
   Negamos com a cabeça, e nos sentamos nos bancos traseiros. O furgão é imenso por dentro, com vários bancos, e dentro dele é bem quente.
    Assim que sentimos o impacto do furgão em movimento, começo a abrir o presente de meus pais biológicos, e tenho uma surpresa agradável ao ver do que se trata, bem no meio da caixinha, existe um colar, e nesse colar, uma coruja com um tridente no peito é seu pingente.
Sorrio e olho para minha irmã que tem seu colar erguido na mão, o olhando tão surpresa quanto eu.
Ela me vê olhando, e sorri.
  Segura minha mão e olha mas uma vez para o pequeno pingente, sigo seu olhar e assim ficamos por vários minutos. Apenas com o silêncio e com nossos pensamentos.

     Ooie pessoas, espero que estejam gostando, peço desculpas pelos erros.

Os Filhos De Caos.(Percy Jackson)Where stories live. Discover now