Os Filhos De Caos.(Percy Jackson)

CAPÍTULO 21.

Pov: Percy.
Abro os olhos rapidamente quando sinto o corpo de minha irmã ser tirado do meu colo e vejo uma figura de preto sinistra e fria a minha frente segurando seu corpo tranquilo, fico imediatamente atento mas logo percebo que é apenas Nico com toda sua frieza, o filho de Hades que fingiu ser romano, e me tranquilizo um pouco, embora um pouco irritado por outro garoto estar tocando em minha irmã sem permissão dela, e sem a minha permissão, então mando um olhar matador para o garoto a minha frente que parece não se intimidar, mas sim, fica, derrepente, com um olhar triste e distante, o que me deixa um pouco confuso, mas não importa, ele esta tocando em minha irmã, e eu, com muito orgulho, sou um irmão muito ciumento.
Me levanto em um pulo e tomo minha irmã de seus braços em um gesto rápido, rápido de mais, pois ela acorda imediatamente assustada e quase cai de meus braços, mas por sorte consigo segura-la.
-- O que aconteceu? - pergunta assustada olhando de um lado pro outro confusa, mas depois seu olhos param no garoto a nossa frente.
Ele a olha de forma intensa o que me deixa incomodado e com raiva, seguro nos ombros de minha irmã e a viro gentilmente pra mim e beijo sua testa.
-- Não aconteceu nada querida, mas ira acontecer se esse garoto tocar em você novamente. - digo furioso.
Ela arregala os olhos mais logo sorri largamente, mas ao ver minha expressão nada feliz, ela começa a gargalhar compulsivamente, chega até jogar a cabeça pra trás de tanto que ri, o garoto a olha confuso, até mesmo encantado, por seu ataque de riso mas logo abaixa a cabeça, provavelmente está tentando controlar um sorriso. Idiota.
Ouço passos e logo três pessoas aparecem na porta com olhares confusos para cena, Hazel, Frank e um garoto que não conheço, mas que só de olha-lo não gosto dele. Ele é alto e magro, cabelo cor de palha, jeans maior que seu tamanho, camiseta larga e toga caindo. Ele parece um espantalho vestido de lençol, e tem um brilho maluco nos olhos que me lembra o Tártaro prestes a fazer uma pegadinha incrível (pra ele) ou vai tortura alguém intensamente.
-- O que esta acontecendo aqui? - pergunta ele com um olhar interrogativo.
-- Santo Nada, esse garoto me lembra o tártaro quando vai fazer algo interessante. - fala Liah dando ênfase na ultima palavra, olhando para o garoto de toga.
Ele, assim como todos os outros, arregala os olhos, provavelmente devem ter adivinhado o que seria esse interessante.
Bato em minha própria testa mentalmente, Liah e suas manias de assustar as pessoas.
Tomo a frente para tentar mudar o rumo dessa conversa antes mesmo que ela comece.
-- Não esta acontecendo nada aqui. - digo com um sorriso forçado.
Liah volta a me olhar e mais uma vez sorri e se aproxima de mim, beija a ponta do meu nariz.
-- Ele é ciumento. - diz para os outros ainda sorrindo. - Não se preocupe, eu amo você Ceu. - diz me abraçando.
Fico mais aliviado e retribuo o abraço com carinho.
-- Acho que entendo o que aconteceu aqui. - fala Hazel agora sorrindo. - Nico iria carrega-la até a cama, você viu e ficou com ciúmes? - pergunta fazendo Frank também sorrir.
Dou de ombros não querendo responder e olho para o garoto até então desconhecido.
Ele retribue o olhar me analisando, tenho uma imensa vontade de socar sua cara, o que me surpreende, não costumo ser um cara agressivo.
-- Esse é Octavian, é o agouro do acampamento. - fala Frank percebendo meu olhar. - Todos os semideuses vão até ele quando chegam ao acampamento. - completa.
Parece desconfortável, o que me da a impressão que ele também não gosta desse cara.
-- Sim, fiquei surpreso por não terem levado vocês até lá, para ver se eram perigosos. - fala o tal Octavian com um sorriso torto meio perverso e com seus olhos com o mesmo brilho sinistro de antes.
Desvio o olhar pra minha irmã, que olha pra ele com os olhos semicerrados, seguro sua mão tentando acama-la para que ela não pule no pescoço dele.
-- Não somos, tecnicamente, semideuses. - começa minha irmã com um sorriso forçado. - E se fossemos perigosos, acho que não precisaríamos fingir gostar de vocês para conseguir destrui-los. - completa fazendo o garoto apertar a mão em punho. - Alguem sabe que horas são? - pergunta por fim.
Nico, Frank e Hazel a olham tentando evitar um sorriso, o que é inútil, pois sorriem mesmo assim. Nico pega um relógio estranho do bolso e olha a hora.
-- São quase nove horas. - fala sério olhando para nós.
Marcamos de nos encontrar com os gregos ai pelas onze, o que nos da pouco mais de duas horas para conseguir fugir e chegar até o campo.
Minha irmã vai falar algo mas Octavian a corta antes que consiga falar.
-- Por que quer saber as horas? Vocês tem algum compromisso? - pergunta a olhando fixamente, como se quisesse le-la
Mais boa sorte pra ele, eu que sou o irmão dela, que a conhece desde que estávamos na barriga de Athena, esta difícil decifra-la, imagina ele que a conhece a poucos minutos.
Porém, Liah não se intimida, apenas sorri largamente enquanto os outros três abaixam a cabeça nervosos.
-- Eu preciso dormir sabe, ou você acha que sou de ferro? - pergunta se movimentando bastante, parece animada. - E claro, não posso me esquecer do fato mais importante, não ficarei linda com olheiras. - diz e empurra Nico de sua frente um pouco rude, o que me surpreende, Octavian tenta falar, mas ela o corta. - Eros não vai ficar contente de me ver assim. - se olha no espelho com uma cara de decepção passando a mão pelos olhos. - Você nunca me viu antes disso aqui, se não me castigaria, eu era linda, todos tinham inveja de mim, um rosto perfeito, um corpo perfeito, um sorriso perfeito, tudo perfeito, todos me tiravam pra dançar, me elogiavam, sorriam pra mim, mas agora, as pessoas nem mesmo me olham. - diz e seca uma lagrima dos olhos.
Tenho que evitar o impulso de rir de sua atuação, Liah nunca ligou pra nada disso, mas Octavian não sabe disso, e se tem alguma coisa que os homens detestam é ouvir as mulheres falarem de suas imperfeições, mesmo elas não existindo, talvez ele vá embora e por isso resolvi entrar em seu pequeno teatro.
-- Ah Lili, não chore amor, é só você dormir mais, hidratar esse seu cabelo que, santo Erós, esta horrível, hidratar também a pele, arrumar essas suas unhas que até o Tártaro tem unhas mais bonitas, ir um ano seguido na academia para arrumar esse seu corpo, com todo respeito querida, você engordou, e mais alguns reparos que podemos fazer mais tarde, talvez amanhã pela manhã. - término passando a mão por todo seu rosto, com cara de quem esta analisando algo atentamente.
Liah, como esperado, embarca em um choro compulsivo e escandaloso, o que faz Hazel dar um tapa na própria testa.
-- Garotos, sempre tão idiotas. - diz e me empurra com agressividade, ela abraça Liah e acaricia seus cabelos com carinho. - Não liga pra ele querida, ele não entende, mas você esta linda. - diz e a abraça.
Hazel pisca pra mim e da um sorriso cúmplice, o que me deixa com a certeza que ela entendeu nosso plano de fazer o tal agouro ir agourar a vida de outras pessoas.
-- Ele me chamou de gorda. - diz Liah soluçando.
Frank, Nico e Octavian a olham sem acreditar no que estão vendo e ouvindo, o que aumenta minha vontade de rir, mas, mais uma vez consigo evitar
-- Meu cabelo esta muito ruim? - pergunta pra Octavian que apenas bate com força na própria testa.
-- Olha, só vim avisar que quero os dois no templo de Júpiter para que eu possa ler os agouros, não pra ver uma garota mimada reclamar do próprio corpo, até amanhã. - diz ele saindo a passos largos.
Assim que não é possível ouvir mais seus passos, Liah, Hazel e eu começamos a gargalhar como idiotas, e logo, os outros dois começam a rir também, só paramos quando ouvimos uma tosse forçada na porta.
-- Hu-hum. - ouvimos e nos viramos em direção ao som e nos deparamos com Jason nos olhando sério. - Octavian me disse que havia alguem chorando aqui, mas vejo que ele se enganou. - diz passando o olhar de um a um.
-- Talvez estivesse, mas eu tenho um ótimo ombro amigo. - brinco.
Ele apenas me olha e depois de alguns segundos sorri, feliz até.
-- Octavian saiu com bastante raiva daqui. - diz ainda sorrindo.
Liah sorri e da de ombros.
-- Culpada. - levanta a mão com um olhar inocente.
Ele afirma e todos nós sorrimos.
-- Esta na hora? - Frank pergunta olhando para o líder.
Todos nós seguimos seu olhar e encaramos Jason com um ar interrogativo. Ele suspira e confirma com a cabeça.
-- Sim, devemos nos apressar, embora temos cerca de duas horas, não será fácil passar pela guarda romana. - diz com o olhar distante.
Todos sabem que ao aceitarem nos ajudar, estarão se transformando em traidores de Roma, e isso deve ser muito difícil de se fazer, mesmo pra Nico que nem mesmo é romano, deve ser difícil ser considerado um traidor por aqueles que o acolheram.
-- Vai dar tudo certo, mesmo não estando com nossa força total, podemos tentar ajudar com o melhor de nós. - falo tentando passar coragem para todos.
Frank da um enorme sorriso.
-- Me sinto muito melhor. - diz e se aproxima um pouco mais de Hazel, em um gesto inconsciente. - Sua irmã matou um Drakon quando estava fraca e doente, vocês se parecem muito bem agora. - diz ainda sorrindo.
Confirmo com a cabeça também sorrindo, eu me sinto bem e acho que Liah também.
-- Podíamos nos teletransportar pra lá, mas isso nos custaria muita energia, então só deveremos usar isso em último caso, já que quanto mais pessoas mais forca é utilizado. - fala um pouco triste.
-- Sem problema, vamos conseguir sem precisar de teletransporte. - fala Hazel com convicção.
Confirmo e Jason nos explica seu plano de fuga.
-- É bem simples. - diz calmo. - Hazel e Frank vão correndo e desesperados até os guardas e irão falar que Reyna e eu precisamos de ajuda pois existe uma ameça de ataque a norte e precisaremos de todas as forças do acampamento, enquanto isso, Hazel e Frank ficaram de guarda até que eles voltem. - diz apontando para os dois. - Enquanto isso, já que Nico viaja pelas sombras, ele e Liah vão na entrada norte arrumar alguma confusão pra que a historia dos outros dois fiquem mais credíveis. - continua sério.
Mais eu parei de ouvir quando ele disse que minha irmã e o garoto que a pegou no colo, sem minha autorização, vão ficar juntos e sozinhos.
-- Porque ela tem que ir com ele? - pergunto furioso, deixando claro meu nivel de paciência.
Jason me olha meio assustado mais logo se recupera assumindo a expressão neutra de sempre.
-- Por que vou precisar que você me ajude caso os guardas percebam que o que Hazel e Frank disseram é mentira e voltem pra atacar. - diz me encarando com uma expressão fria. - Ou você preferi que ela faça isso? - pedi me olhando em desafio.
Respiro fundo e nego com a cabeça, é claro que eu não quero que Liah fiquem em perigo, mesmo sendo isso ou ela ficar com o garoto que ousou toca-la.
-- Ótimo, começamos daqui a meia hora, então se preparem. - diz e sai com um aceno.
Assim que ele some tudo fica em perfeito silêncio, o que me ajuda a tentar engolir o nó que se formou em minha garganta.
-- Podemos sair do banheiro? - pergunta Frank desconfortável.
Sorrimos e concordamos, e ai cada um foi arrumar suas coisas, como a minha e da Liah já estão arrumadas, resolvi tomar um banho para aliviar a cabeça, e logo que saio vejo minha irmã sentada em uma cama e olhando para seu pingente de maneira intensa.
-- Tudo bem? - pergunto me sentando ao seu lado.
Ela se vira e olha pra mim e sorri fraco.
-- Sim. - diz e toca meu pingente. - Ceu, quando estiver em batalha, não se esqueça do pingente, ele é de muita ajuda. - diz misteriosa.
Mas quando vou perguntar o que ela quer dizer com isso, nossos quatro companheiros adentram no quarto, todos com suas bolsas nas costa e armas em punho.
-- Desculpem interromper, mas acho melhor andarmos logo com isso. - fala Jason nos olhando.
Concordamos com a cabeça e nos levantamos, pegamos nossas bolsas e repassamos o plano mais uma vez, talvez de certo e conseguimos sair sem muitos feridos, pros dois lado, mais acho quase improvável, mas não vou dizer isso claro, não tenho um plano melhor, o que me faz lembrar de algo.
-- Espera. - fala interrompendo Nico que fala o que podem fazer para chamar atenção dos guardas. - Nós precisamos de um plano B. - falo sério.
Todos me olham confusos, mas permaneço com a mesma feição de quem não aceita discussão, não saio sem um plano B.
-- Ceu? - pergunta Liah.
-- Lembra o que Nix disse? É sempre bom ter um plano e ainda melhor ter um plano B. Alguma coisa assim. - digo cruzando os braços.
Liah suspira e confirma.
-- Ele tem razão, Nix não diria se não fosse importante.
Todos afirmam derrotados e começam a pensar.
-- Tudo bem, caso algo saia errado, Percy, como último recurso, teletransporta, ele e Jason, para fora da caverna, Nico me da cobertura pelas sombras enquanto pego Frank e Hazel, tudo bem? - fala Liah depois de alguns segundos de silêncio.
Sinto meu coração se apertar no peito por saber que será inútil descutir isso com ela, mas não custa tentar, mas quando vou abrir a boca pra dizer que não esta tudo bem, ela coloco seu indicador no meu lábio avisando para eu ficar quieto.
-- Calado Perceu. - fala e beija minha bochecha. - Se todos estão de acordo e entenderam, podemos ir? - pergunta e esfrega as mão em antecipação. - Adoro causar confusão. - sorri largamente.
Bufo irritado e a puxo para meus braços.
-- Sei disso. - beijo sua testa enquanto a abraço. - Tome cuidado. - peço.
-- Eu sempre tomo. - diz com a cabeça em meu ombro.
Sorrio e confirmo com a cabeça, olho pro Nico com a feição firme.
-- Não deixa ela se meter em encrenca, ela é muito boa nisso. - digo e ele concorda sério. - E não encoste nela. - faço cara feia pra ele.
Ele sorri minimamente e da de ombros.
-- Tomarei conta dela, mas preciso toca-lá para andarmos pelas sombras. - diz nada afetado.
Estreito os olhos e concordo.
-- Bom, vamos indo, cada um pro seu posto. - fala Jason. - Tomem cuidado. - pedi.
Todos concordamos, vejo Nico oferecer a mão para minha irmã depois de ela beijar minha bochecha e mandar eu tomar muito cuidado, Hazel e Frank indo falar com os guardas, e Jason e eu vamos ficar de olho nos guardas.
Que os deuses e primordiais nos ajudem.

Oiiii gente, mas um cap, espero que gostem.
Peço desculpa pelos erros.
Vou tentar atualizar rápido, mas não prometo, então paciência. Tchau, até o próximo.