CAPÍTULO 22.

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Pov:Liah.
  Solto a mão de Nico assim que tocamos novamente o chão, e dobro o corpo colocando as mãos nos joelho em um gesto cançado, é muito estranho andar pelas sombras, a escuridão e o frio que faz no caminho não é muito cativante, e olha que sempre fui muito bem acostumada a andar entre os dois. Respiro fundo tentando acalmar meu coração que martela forte no peito, não só pela viagem, mas também por deixar meu irmão para trás sabendo o enorme risco que não só ele, mais eu também, corre, não costumamos nos afastar, ainda mais em missões onde a enormes perigos, mais agora somos, politicamente dizendo, "semideuses" é um risco a correr, ou como os vikings dizem:
   -- É um risco ocupacional!
   Depois de alguns segundos sinto uma mão fria tocar meu ombro e olho para o moreno ao meu lado, ele me olha com olhos negros questionadores querendo saber se estou bem, apenas aceno com a cabeça em um gesto simples, ele não precisa saber que não estou bem, ninguém precisa. Mostrar fraqueza nunca é algo muito bom.
   -- Ótimo, é melhor chamarmos atenção para que Hazel e Frank se saíam melhor na conversa com os guardas. - começa ele olhando de um lado para o outro com o cenho franzido, como se estivesse pensando. - Tem alguma ideia? Pelo que seu irmão disse você é ótima em arrumar confusão. - diz me olhando intensamente e sorrindo de canto. Encantador.
   Retribuo o olhar e abro um sorriso digno de Aether, o que faz com que ele engula em seco e de um passo pra trás exitante, enquanto me olha fixamente.
   Esfrego as duas mãos em um gesto ansioso, deixando claro meu nivel de animação e fecho os olhos tentando chamar mais da bênção de Tártaro pra mim, sei que viu assusta-lo, mais quem se importa? Eu não. Penso no Tártaro e nas inúmeras vezes que visitei sua casa, e nas vezes que me aventurei por seus domínios, também em todos os monstros que enfrentei e em como foi difícil e perigos enfrenta-los e mata-los, e derrepente sinto meu corpo ficar mais firme, e meus músculos maiores e mais tensos, meus olhos começam a arder, mas nem uma lagrima escorre por meu rosto, não posso chorar, sou apenas a casca de um ser humano agora, meus dentes se tornam afiados e minhas unhas maiores e vermelhas, abro um sorriso de canto um tanto perverso, e ainda com os olhos fechado tiro meu anel do dedo e abro os olhos lentamente enquanto transformo o anel em minha bela espada, olho para Nico que me olha de olhos arregalados, sei que meu cabelo também mudou, e nem preciso ve-lo pra saber que suas pontas são fogo do tártaro, e meus olhos também vermelhos de lava não devem ser muitos tranquilizadores.
Nico da mais um passo pra trás e me olha por completo, continuo com as mesma roupas, mais sei que pareço uma garota diferente, mais assustadora, gosto disso.
  Fecho mais uma vez os olhos e quase posso ver Tártaro me olhando com orgulho, seus olhos vermelhos brilhando em antecipação, ele sabe que sou ótima quando o quesito é arrumar confusão, e claro, sei que ele adora essa forma que tomo quando invoco toda sua bênção, o que raramente acontece já que posso usar sua força na minha forma verdadeira, mais hoje não quero apenas sua força, desda vez não quero ser reconhecida.
   -- Uau! - fala Nico enquanto da mais um passo pra trás. - Isso é muito assustador. - diz meio apavorado.
  Dou de ombros sem me importar com sua reação, acho que todo mundo ficaria assim ao me ver mudar da forma normal, para uma que é a semelhança de um dos primordiais mais temidos do universo, resolvo ignorar.
   Olho para todos os lados imaginando o que fazer, posso incendiar todo o local, ou chamar alguns amigos que são monstros que vivem no tártaro para ajudar, mais isso pode machucar alguém, ou até mata-los, esses semideuses são bons, mais não sei o quanto, e sei como os monstros podem ser malvados, e claro, não quero me sentir culpada se algum monstro se machucar.
   -- Podemos colocar fogo aqui pra chamar atenção e manipular as sombras para que elas pareçam monstros. - falo olhando para o extenso lugar vazio.
   Sinto um profundo aperto no peito ao pensar nessa palavra, o que faz lembrar que quanto em menos lugares vazios estiver, mais longe do primordial estaremos.
   -- Você é maluca? - pergunta Nico com cara feia. - Isso pode machucar ou matar alguém, e aliás, como iremos manipular as sombras? Não sou meu pai não. - diz me olhando fixamente, até mesmo irritado.
   Forço um sorriso pra ele contendo o impulso de socar sua cara bonita, ele me chamou de maluca? Não acho que será bom ele repetir esse insulto enquanto estiver nessa forma, já não gosto que me chamem de maluca sendo eu mesma, imagina quando estou usando a bênção de Tártaro? ele engole em seco ao ver minha cara nada feliz e meu sorriso forçado, mais tenta se manter o mais firme possível, ele não quer mostrar que tem medo de mim, acho que é por eu ser uma mulher, machista.
   -- O fogo chamará atenção de longe, ninguém seria idiota o suficiente pra pular nele propositalmente, pelo menos eu não seria. - murmuro o olhando e jogando um pouco de fogo no chão. - E quanto as sombras, você as cria e eu as manípulo conforme quero, você só precisa fazer com que elas obedeçam você. - digo o olhando enquanto sinto o fogo se espelhar pelo local. - Acha que consegue? - Pergunto firme, com o rosto e voz sem emoção alguma.
   Ele estreita os olhos mais não diz nada, acho que ele esta surpreso com o fato de eu conseguir manipular as sombras, mais tenho a bênção de quase todos os primordiais, posso fazer muitas coisas e em muitos lugares, ainda mais a noite, quando entro nos domínios de Nix e Érebos.
  Ele afirma com um simples sinal de cabeça e se vira para outro lado, estende as mãos com as palmas para baixo e fecha os olhos tentando se concentrar, respira fundo e os músculos de seus braços se enrijecem, desvio o olhar pra não ficar estranho e começo a observar todo o local, agora todo coberto de fogo, as grandes chamas estão por todos os lados, ja posso ouvir os guardas acionando todo o acampamento ao longe, acho que estamos conseguindo chamar atenção dos guardas. Derrepente, formas sinistras de monstros aparecem no lugar, embora não forte por causa das chamas, mais assim que desvio meus pensamentos para as sombras e suas formas, elas ficam mais consistentes, tocáveis e reais, as chamas já não as afetam, em vez disso, fazem parte de suas formações, que são várias, a de simples animais humanos, como escorpião gigante, cobras gigantes até monstros como uma draquenae, minotauro, tem até uma hidra, o que seria quase assustador se não estivesse na forma de tártaro.
  Guardas começam a aparecer de todos os lados, com armaduras completas e armas de diversos tipo, desde enormes lanças a simples espadas, olho na direção de Nico e percebo que ele está começando a se cansar, e  acabamos de começar, ele percebe meu olhar e retribue tentando parecer forte, mais ele não me engana, respiro fundo e me preparo pra mais uma vez na minha,possivelmente, curta vida, fazer uma imensa loucura que vai me custar dias de um enorme sermão.
   -- Corra! - ordeno em sua mente.
   Ele me olha confuso e pensa em retrucar, ele tem medo do que meu irmão vai falar e fazer quando descobrir, mais ao perceber meu olhar firme, confirma um pouco duvidoso e se lança dentro de uma sombra, indo pra um lugar seguro acho.
   Assim que ele desaparece nas sombras, faço com que uma mascara vermelho sangue que cobre todo meu rosto apareça, e minhas roupas mudam para um vestido longo da mesma cor da máscara, e uma enorme capa cai sobre meus ombros, capa que se junta ao fogo assim que toca meu corpo.
    As chamas e sombras começam a ficar mais intensa a cada nova mudança minha, quanto mais parecida com Tártaro fico, fico mais forte com a mesma intensidade de cada mudança. A guardas por todos os lados, estão atacandos as sombras e chamas com muito receio, embora estejam dispostos a cair em batalha, não querem facilitar as coisas pra essa queda, o que é particularmente bom pra eles, pois já não me importo se eles se machucarem ou até morrerem, não me importo mais.
   -- Posição! - ouço a voz firme de Reyna gritar para seus guardas. - Arqueiros? Preparar arcos! - ordena com a voz sem sinal de medo.
   O que é surpreendente, não ter medo em uma batalha com diversos tipos de monstros em meio ao fogo não é pra qualquer um.
   Mesmo longe posso sentir e ouvir no mínimos uma duzia de arcos sendo preparados e espadas sendo empunhadas.
   Respiro, mais uma vez, profundamente e faço com que as chamas me ergam no ar, o que elas fazem me abraçando e se tornando parte do meu corpo, faço um pequeno redomonhinho de fogo, que roda calmamente entre os semideuses, assim que estou quase totalmente a vista de todos os guerreiros do local, assim que todos os guerreiros podem me ver perfeitamente me preparo para falar e enrola-los até que dê tempo de Percy, Jason, Frank, Hazel e Nico fugirem.
   Todos me olham fixamente de forma questionadora e assustada, menos Reyna, que apenas me observa, em cima, do que só agora percebo, um pegasos, ela tem uma espada brilhante em uma das mãos, enquanto a outra domina o animal, sua capa cai de forma perfeita sobre o a parte de trás do pegasos, e suas face está sem emoção alguma, ela deve ser acostumada com a batalha e com a queda.
   -- Quem é você? - grita de forma ameaçadora, com a espada levantada.
   Retribuo seu olhar com frieza, e a vejo levantar i queixo de forma desafiadora, levanto minha espada e dou graças a Caos por ela ter mudado assim como tudo em mim, porém, quando estou prestes a me pronunciar, ouço a voz de meu irmão em minha cabeça:
   -- Liah, venha! - chama com a voz embargada -  Precisamos ir agoraaaa! - grita (não sei se pra mim) e ouço uma explosão.
   Meu corpo tensiona e sinto um aperto no peito e gosto de sangue na boca, respiro fundo e fecho os olhos com força tentando recuperar a calma.
   Olho novamente para Reyna que parece esperar uma resposta, aponto minha espada em sua direção e falo com a voz grave e irreconhecível.
   -- Quem eu sou saberá apenas na hora certa. - falo em tom misterioso. - Preparem-se, pois a guerra se aproxima. - digo e jogo minha capa em minha frente desaparecendo inesperadamente.
   Aprendi isso com meu pai.
   Me teletransporto para o início do túnel que havia passando a algumas horas atrás, com meu irmão e duas górgonas malucas atrás de nós, querendo comer nossos corações na refeição da tarde. Assim que toco o chão, faço com que eu fique totalmente normal novamente, com a aparência de sempre, sinto minha cabeça latejar de dor, mas antes que possa tentar me acalmar ouço um tumulto um pouco a minha frente, e não sei se fico assustada ou aliviada ao ouvir a voz grave do meu irmão soar alto:
   -- Você a deixou sozinha? - grita irritado.
   Ignoro a dor de cabeça e começo a correr em direção a voz, e assim que estou bem próxima da voz vejo meu irmão segurando Nico Di Ângelo pelo colarinho no alto, sua expressão não é nada feliz e a de Nico e totalmente sem expressão, nem surpreso e nem com medo, apenas frio, enquanto os outros três tentam acalmar meu irmão, mais é em vão, ele só vai se acalmar quando me ver sã e salva, sabendo disso me a próximo a passos largos e me preparo pra chamar sua atenção.
   -- Perceu? - chamo com a voz doce.
   Ele imediatamente solta o garoto no chão bruscamente e se vira em minha direção, e assim que me vê corre e eu faço o mesmo pulando em seus braços e o abraçando forte.
   -- Oh Lili, o que você fez? Porque ficou sozinha? - pergunta enquanto me abraça e me ergue no ar.
   Não digo nada, apenas o abraço aproveitando o calor de seus braços, e derrepente sinto as outras três pessoas que nos acompanhavam perto de nós, mas antes que qualquer um pudesse dizer algo, um empunhar de espada é ouvido e logo em seguida um grito estridente:
   -- Traidores de Roma! - grita Octavian
  Percy me coloca imediatamente no chão e todos nós olhamos em direção do grito, Octavian ten um sorriso tenebroso no rosto, mais não olhamos pra ele, olhando para um pouco atrás dele, onde vários guardas se aproximam correndo e armados.
   Droga, fomos descobertos.

  Oiii genteee, demorei mais cheguei. Espero que gostem do capítulo e peço desculpas pelos erros e pela demora.
  E vou tentar não demorar tanto da próxima vez.

Os Filhos De Caos.(Percy Jackson)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora