CHAPTER 11

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HARRY STYLES. 


Ainda de madrugada escutei algo estranho vindo da sala de treinamentos, com cautela segui até o lugar e tive que piscar algumas vezes pra ter certeza que estava vendo Franky ali. 

Ela usava as mãos delicadas pra bater no aparelho,pude ver os machucados e sua pele pálida vermelha, assim como seus olhos, seu choro era descontrolado, era tudo feito de forma desesperada, antes que eu falasse alguma coisa, os olhos azuis me avistaram e ela parou ainda com a respiração descompensada. 

 — Acho que seria idiota perguntar se está tudo bem. — Me aproximei

— Eu só tive um sonho... Um sonho idiota, porque eu sou uma idiota— Voltou a socar o saco de pancadas 

— Ei, ei— Segurei seus braços— pode descontar sua raiva de outro jeito, suas mãos já estão sangrando.

Franky fungou algumas vezes limpando as lágrimas de uma vez, Gemma não havia me deixado nenhuma dica de como agir numa situação feito essa e logo eu me encontrava quase a beira de um colapso por não ter ideia como agir. 

— É o meu pai, sonhei com ele, odeio lembrar de qualquer coisa que o envolve... Porque foi embora e nem sequer me mandou uma carta quando eu fiquei sozinha, nem sei se ele ainda está vivo. 

— Só foi um sonho. 

— É uma merda, Harry! É horrível a sensação de estar sozinha, as vezes é insuportável. 

Aquela não era a mesma garota que me tirava do sério todos os dias, era uma Franky na sua versão mais frágil e vulnerável, tirei os cabelos do seu rosto e o segurei pra que ela me encarasse diretamente. 

— Eu sei que é uma merda ser abandonado, vá por mim, eu sei... Mas tem que aprender logo, que a única pessoa que pode confiar é em você mesma. 

— Dói sentir falta dele... Mesmo sendo um grande babaca, eu daria tudo por uma notícia. 

— E isso aqui vale a pena? Amanhã suas mãos vão estar doloridas e vai estar exausta por ter chorado, vale a pena ficar assim por alguém que não está aqui? 

Ela negou com a cabeça e respirou fundo finalmente parecendo se acalmar. 

Peguei um esparadrapo, cobri o nós dos dedos de cada mão e apontei para o aparelho. 

— Se quer fazer isso, ao menos faça direito. 

Por um momento me senti como meu treinador, Roger, ele tinha essa mesma paciência, que eu não sabia ter até agora, mas seu desespero acordou algo dentro de mim, não era pena, apenas algo parecido com uma vontade de ajudar, de simplesmente fazer algo que a tirasse daquele desespero. 

— Desculpa— Ela parou a pequena aula— eu... não queria te deixar acordado e ter que escutar minha idiotice... Desculpa.

— Não precisa— A interrompi— está tudo bem, isso morre aqui. 

Sem algum traço de sua petulância usual, Franky apenas soltou uma respiração e finalmente voltou a sorrir, no fundo tinha que admitir, a capacidade de voltar a ficar bem era impressionante e por mais que eu nunca mais tocasse nesse assunto, não esqueceria que existe um lado altamente frágil no meio daquelas respostas rápidas e sarcasmo. 


Estava exausto no meu treinamento e Roger não parava um segundo de brigar comigo, mas nesse ponto eu realmente não ligava. 

TKO Where stories live. Discover now