CHAPTER 31

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HARRY STYLES.

Depois de um ano de treinamento intenso com Roger, eu havia voltado aos ringues, o nervosismo ainda fazia parte de mim, mas agora com 24 anos, parecia que conseguia lidar melhor com isso e finalmente as regras no MMA haviam mudado e eu não precisava parar com os remédios.

As coisas estavam entrando nos eixos, havia conhecido uma garota, Kim, mas logo terminamos porque não havia como me enganar, estava procurando em outra garota tudo que Franky tinha, talvez um dia eu ache, mas estava disposto a não machucar mais as pessoas, só que as vezes parece impossível, mesmo com tudo isso rondando minha mente havia mais uma luta essa noite.

Foi difícil, por um momento pareceu até impossível, mas acabei vencendo quando acertei um golpe levando meu adversário ao nocaute, ergui as mãos sendo ovacionado pela platéia, me sentia o maior do mundo, meus olhos encararam as fileiras de pessoas gritando meu nome, até parar em uma garota.

Franky.

Pisquei algumas vezes tentando saber se minha mente não estava tentando me sabotar como sempre faz, só que não havia como lutar contra o fato, depois de três anos, ela estava ali novamente.

Saí do ringue indo ao seu encontro, seus olhos se fecharam assim que toquei o rosto dela, soltei uma respiração falha e logo os olhos azuis voltaram a me olhar.

- Preciso falar com você.

Queria cobrar mil coisas, gritar em plenos pulmões tudo que estava entalado na minha garganta, mas não podia fazer isso agora, a levei até o camarim e nem acreditei quando finalmente estávamos ali sozinhos de novo.

- Você é tão... baixa, em aparecer aqui! Nem sei como consigo olhar na sua cara, Edwards! Me mandou aquelas fotos e achou que seria o suficiente?!

- Eu estou doente. - Interrompeu meu ataque de raiva

Isso acabou com minhas palavras, como se tudo tivesse parado e só suas palavras ecoassem na minha mente.

Eu estou doente.

Ela evitava olhar diretamente nos meus olhos, mas quando pude olhar suas mãos as notei tremulas, Franky se segurava pra não chorar.

- Como assim doente?- Me aproximei - cadê a Destiny?

- Deixei ela em casa com o Roger, por isso ele não veio hoje,eu só queria... ver você lutando ao vivo de novo, sempre fez isso com tanta paixão.

Um sorriso se formou nos seus lábios e finalmente pude olhar no fundo dos seus olhos por tempo o suficiente, então vi toda a verdade e parecia que era meu passado vindo diretamente pro meu presente, eu mal havia ganhado Franky de volta a minha vida e já estava a perdendo.

*

- Lúpus?

Não sabia muito sobre essa doença, apenas que era degenerativa e principalmente: não tem cura.

Estávamos na nova casa que eu comprei, um pouco mais espaçosa e organizada, Franky disse que Roger poderia passar a noite com Destiny e mesmo ansiando pra ver a garota agora mesmo, me segurei.

- Por que me procurou depois de todo esse tempo?

- Porque...

Sua voz falhou e aos poucos uma lágrima desceu pelo seu rosto, nem havia notado o quão madura sua aparência havia se tornado depois desses três anos, ela tinha uma beleza mais carregada de segurança, mesmo parecendo frágil agora.

- Porque estou com medo do que pode acontecer, eu simplesmente não sei o que vai ser daqui pra frente, entende? Eu... Eu posso ter um problema sério e morrer, não quero que a Destiny fique sozinha e também não quero ir embora sabendo que você não está bem.

- Você pode fazer o tratamento, não significa que vá morrer.

- Não tente ser positivo agora- Desviou o olhar- lembro muito bem que eu era a mais positiva entre nós e se nem eu estou sendo, pode saber que meu problema é bem sério.

- Então o que veio fazer aqui?

- Quero que conheça a Destiny e me prove que pode ser um bom pai, te dar aquela outra chance que não dei no passado- Deu de ombros- só não quero que ela acabe sozinha.

Só Franky sabia como é doloroso perder a família, mesmo depois de todo esse tempo, meus pais ainda estavam em Holmes Chapel e Gemma ainda me visitava vagamente, eu poderia estar perdido, mas ainda assim não era tão doloroso quanto a perda definitiva.

- Não precisa me perdoar ou algo do tipo só... Faça por ela.

- E eu vou- Afirmei - por ela.

E por você.

*

Ao chegar na casa de Roger me apressei até o quarto, a pequena garota de cabelos cacheados se mexia na cama e logo arregalou os olhos ao me ver e começou a chamar pela Franky que apareceu rapidamente pegando a garotinha no colo.

- Mama... é ele, o da TV!

Eu deveria manter a calma, mas mal conseguia me segurar dentro de mim, Destiny é tão pequena e significa tanta coisa.

Significa um elo eterno que tenho com a Franky, de toda a nossa curta história conturbada, representa nossos erros e acerto, representa... nós.

Me aproximei e ela ainda me analisava curiosa, tentei sorrir e mostrei uma barra de chocolate que havia comprado no caminho.

- Sua mãe disse que é seu favorito.

Ela bateu palmas animada e esticou os bracinhos pra agarrar o presente, Franky piscou pra mim como se quisesse dizer que estava indo bem.

- Amor, lembra que eu falava sobre o papai estar sempre muito ocupado trabalhando? - Destiny assentiu- ele não está mais ocupado e pode ficar aqui com a gente as vezes.

Ela ainda é uma garotinha muito nova, tinha duvidas demais e ao mesmo tempo parecia apenas se divertir com a situação e estar vendida por um chocolate.

Mesmo assim com cuidado ela agarrou minha mão e me olhou nos olhos, estranhamente da mesma forma que Franky me olhava quando queria me fazer sentir melhor, sem muitas palavras, apenas seu olhar.

Havia ficado feliz que Franky nunca escondeu que eu sou o pai dela, parecia que eu sempre fiz parte disso, mesmo não sabendo de nada.

E eu poderia odiar Franky por ter me privado disso, de uma pequena que me olha como se eu fosse uma das melhores coisas que viu na vida, mas ainda estava na minha mente o elo que temos... não queria que ela ao menos sonhasse em desistir de lutar contra essa doença, porque só de olhar pra ela sinto que não precisava procurar em outras garotas, pois Franky Edwards está bem na minha frente.


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