CHAPTER 18

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HARRY STYLES. 


Franky estava enfurnada no quarto e saiu pra faculdade sem que eu a visse, nunca pensei que isso me incomodaria tanto. 

Eu havia fodido outra garota pra me convencer que nada com ela significava alguma coisa, só serviu pra comprovar o que eu temia: havia algo acontecendo entre nós, e eu provavelmente estraguei tudo ontem.

No dia seguinte, madruguei na academia e assim que estava no vestiário Roger me encontrou, antes que eu dissesse algo encostou meu corpo com brutalidade nos armários. 

  — Enlouqueceu?! 

— Se magoar a Franky, não respondo por mim, entendeu? 

— Como sabe disso? 

— Eu a encontrei desolada por sua culpa, quando você vai aprender a se controlar?

— Eu não consigo— Falei pausadamente

— Você só não é capaz de se esforçar pra isso! Pode acabar com quiser, Styles, mas ela não... Franky já sofreu o suficiente e eu sei que tenho culpa nisso, mas ela continua sendo a minha filha e eu sempre vou fazer de tudo pra protegê-la. 

Escutamos um barulho e desviamos o olhar pro lado ao mesmo tempo. 

Franky...  

Antes que ele fosse atrás dela, o segurei o impedindo. 

  — Eu ainda sou a melhor opção. 

Com tempo acabou assentindo e eu apressei o passo pra correr atrás dela, Franky corria pela calçada e por sorte finalmente a alcancei lhe segurando, ela bateu contra meu peito com toda a raiva que tinha e eu deixei por um tempo, até segurar seus braços a parando, lhe trouxe pra perto a abraçando, com os poucos ela parou de se debater, apenas desabou de verdade, mal se aguentava em pé e eu estava ali a segurando, por algum motivo, havia um aperto em meu peito, como se um pouco da dor dela fosse minha também. 

— Me deixa ir! 

— Vou te levar pra casa. 

— Eu quero ir embora, pra qualquer lugar. 

Segurei seu rosto com cuidado deslizando meus dedos pra limpar suas lágrimas e a vi ainda soluçando.

— Vou te levar pra casa.— Repeti 

Ela não disse nada, mas quando a coloquei no colo e segui o caminho até o condomínio que não estava muito longe, não houve relutância da sua parte, no elevador, aos poucos Franky afundou o rosto em pescoço, não chorava, apenas havia um silêncio horrível. 

Quando finalmente chegamos a deixei na sua cama, deslizei a mão em seu rosto, estava quente, provavelmente com febre, me apressei pra deixar uma toalha molhada na sua testa e me sentei ao seu lado ainda a encarando esperando alguma reação. 

  — Você sabia? 

— Sim... Eu sabia. 

 — Eu iria fazer uma surpresa e levar café da manhã pro Roger por me ajudar— Sorriu amargurada —   mais uma pessoa que me enganou, sem surpresas. 

Ela se encolheu e eu peguei um cobertor pra cobri-la, tirei seus sapatos e fiz questão que estivesse confortável, quando encontrei um remédio em uma das suas gavetas a garota se apressou em tomar, seus olhos azuis ainda me encaravam, não fazia ideia o que se passava em sua mente, mas eu enxergava a mágoa, a falta de rumo, a dor... tudo na profundidade azul das suas íris. 

— Não espero que você entenda, o que é perder a família ou todo dia esperar por um pai que nunca voltou até perder as esperanças.— Desviou o olhar— você se importa com alguém além de si mesmo? Porque eu te diria sem nem cogitar. 

— Me diria se fosse a Gemma que te pedisse segredo? 

O silêncio foi sua resposta, me ajeitei na cama tirando os fios loiros de cabelo que se espalhavam pelo seu rosto e soltei um suspiro. 

— Me desculpa por ontem, por hoje e por sempre ser essa confusão, eu tenho um problema e as vezes ele ajuda a piorar as situações— dei de ombros— mas o problema principal sou eu e sempre vai ser assim. 

— Não precisa ser sempre assim. 

Franky se aconchegou na cama e sua mão alcançou a minha, antes que adormecesse entrelaçou nossos dedos e eu olhei pra isso durante um bom tempo enquanto ela ainda dormia, éramos duas bombas relógio, inconstantes, confusos e com uma história fodida, por que o destino tinha que nos colocar frente a frente? Parecia injusto, mas ao mesmo tempo não queria apagar tudo, apenas as partes ruins, mas que eu queria enganar? A realidade sempre vai bater na minha porta pra mostrar que nada bom durava muito tempo.  

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