Capítulo 10

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     Raquel correu atrás de Marina, a apanhou quando estava chegando perto do seu carro.
   _Ei... é... você pode me dar uma carona... até a minha casa? -perguntou tentando respirar.
   Marina dá de ombros.
   _Tudo bem.
   Raquel respirou aliviada entrando dentro do carro, tinha medo que Marina recusasse o pedido de carona.
   Bom, agora ela ganharia um tempo de dez minutos até a sua casa para pedir desculpas pelo modo como falou com ela, dizer que a noite passada não significou nada, fora um erro e sentia muito e se pudesse voltaria no tempo. Mas essas palavras ficaram apenas em sua cabeça, tentava junta-las corretamente para que Marina não a entendesse errado.
   Faltava pouco para chegar na sua casa, Raquel começou a entrar em pânico, aquele silêncio era perturbador, o silêncio vindo de Marina a desconcentava.
   _Bom, se quiser -Marina quebrou o silêncio- você pode pegar as suas coisas lá em casa de uma vez.
   _Tá... p-pode ser.
   Marina fez o contorno indo em direção a sua casa.
   Raquel poderia aproveitar a oportunidade para juntar as palavras em sua cabeça para poder falar com Marina, mas em vez disso, ficou pensando em o que aquilo significava. Por que Marina quer que Raquel pegue as suas coisas?
   Ideias se passavam pela cabeça de Raquel.
     *Marina não queria mais saber de Raquel em sua vida e por isso queria que ela tirasse os seus pertences o mais rápido possível de sua casa;
     *Poderia sequestra-la e ai teria Raquel só para ela. Para Marina isto não seria problema, pois tinha um carro, ela era esperta e viajada, então saberia para onde ir;
     *Ou, Marina poderia usar isto como desculpa para atrai-la para uma armadilha mortal, mataria a alegando que se Raquel não ficasse com ela, não ficaria com mais ninguém. E ninguém a viu entrar no carro com Marina e com o seu carro, ela poderia desovar o corpo em um lugar bem longe sem problema.
   Tinha mais medo da primeira hipótese.
   Parecia ter uma eternidade desde a última vez que Raquel estivera em sua casa. O cheiro, os móveis e os cômodos traziam lembranças do que sentia saudades.
   Enquanto Marina abria as janelas para deixar o ar e a luz entrar, Raquel enchia os pulmões de ar criando coragem para falar.
   Marina a interrompe antes mesmo dela abrir a boca, trazia uma bolsa vermelha.
   _Você pode colocar as suas coisas aqui, sabe aonde estão, então fique a vontade... -entrega lhe a bolsa- vou tomar um banho e quando você acabar, bata a porta... -saiu pela corredor sem dar chance de Raquel dizer alguma coisa.
   Raquel ficou ali parada por um tempo se recompondo. Não entendia o por que Marina estava fazendo isto, tá, entendia um pouco, mas ela a amava e sentia muito por isto.
   Mas de qualquer jeito, Raquel não estava com ela quando dormiu com Bruna, então, Marina não podia ficar zangada.
   O chuveiro estava ligado, Raquel parou atrás da porta do banheiro, queria entrar lá, entrar debaixo do chuveiro junto com ela, ver a água escorrendo pelo seu corpo nu até o chão. Hesitou com a mão na fechadura, queria abri-la mas se conteve.
  Quando abriu o guarda-roupa, o perfume das roupas de Marina a puxou para dentro, cheirou uma a uma. Sentiu formar um nó em sua garganta.
   Deitou se em sua cama abraçando o travesseiro, sentia se um pouco cansada. As lembranças invadiam a sua mente.
   Não se sabe por quanto tempo ficou ali até pegar no sono, quando acordou, Marina estava deitada ao seu lado, dormia um sono profundo.
   Ficou com vergonha por Marina ter visto ela naquele estado, mas por um lado ficou aliviada.
   A observou por um tempo, seu cabelo ainda úmido, a boca em uma linha fina reta, a expressão de cansada. Queria beija-la.
   Pensou em Bruna, como ela dormia tão tranquila hoje de manhã, tão inocente...
   Não podia fazer isto com ela.
   Pulou da cama rapidamente, desejou que Marina não acordasse enquanto procura uma caneta e um papel no criado mudo.
   Decidida a tentar concertar as coisas, deixou um bilhete para Marina.
    
      "Marina,
     Peço 1001 desculpas, preciso concertar as coisas. Quando o Félix me disse que tinha viajado, eu pensei que você tinha seguido em frente e eu precisava ir também, e fui. Quando te vi hoje de manhã, eu percebi que precisava continuar seguindo em frente... Mas é com você.
Eu quero estar sempre com você, sem brigas, só eu e você. Por favor!!
                              T. A. Raquel

NÃO É A MINHA CULPA SER ASSIM!!!  (Volume 1)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora