♚ II - 22 ♚

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PREPAREM O CORAÇÃO!


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Luísa Narrando

Eles vieram no carro do Celo, e como o mesmo pegou o carro e foi atrás da Jade, Gabriel e Vitor ficaram sem como voltar. Admito que fiquei bem puta por Vitor vir atrás de mim, ele queria confirmar com os próprios olhos que eu não estava fazendo nada que alguém pudesse taxa-lo como corno amanhã, e por conta disso eu o fiz ir a pé, porque eu ainda peguei a carteira dele.

Vitor andava com muito dinheiro no bolso, tudo para não correr o risco de precisar molhar a mão de alguém e não ter dinheiro, então antes de dar partida no carro, eu sai jogando o dinheiro dele para o povo da rua, deu um brigão pelas notas de cem reais, e enquanto eu fazia tudo isso ele me observava com a pior cara.

- Depois a gente vai acertar essa palhaçada! – Ele disse nervoso antes de eu entrar no carro e o deixar falando sozinho.

Gabriel ficou com ele, rindo sem parar do que eu fazia. Julia e eu fomos para o morro, deixei ela em casa e fui para a minha.

Vitor apareceu lá em casa só no outro dia, de tarde. Como eu estava cansada e já tinha resolvido as coisas no morro mais cedo, aproveitei para ficar em casa assistindo televisão, eu meio que estou um pouco desanimada com as coisas, meu corpo está dolorido e depois de passar mais uma vergonha vomitando em um dos caras que trabalham para mim eu decidi descer para a minha casa.

- OH LUÍSA! PORRA! – Fernando entrou em casa surtando, na correria, jogando colete e armas, tudo em cima do sofá. – veste esse trem! – ele gritou, obrigando-me a levantar.

- O que está acontecendo aqui? – Vitor perguntou preocupado.

- ESTÃO SUBINDO CARALHO! OS POLICIAIS VÃO INVADIR ESSA PORRA! AGORA! GERAL TÁ SE PREPARANDO PARA DESCER, VAI FICAR AQUI?

Eu tive que me sentar de novo, fiquei tonta quando absorvi a notícia dele. Comecei a pensar nas pessoas que estavam na rua, no Celo, em todos que eu considerava e que trabalham para mim... Não reclamei quando Fernando foi colocando o colete em mim e gritando para que eu começasse a reagir.

- Justo hoje? Agora? – perguntei ainda em estado de choque. Quando finalmente a ficha caiu e eu pude respirar tranquilamente, eu me pus de pé. – vamos!

- VOCÊ NÃO VAI DESCER NÃO! VOCÊ VAI FICAR AQUI! – Vitor começou a gritar. – PORRA NÃO ACREDITO QUE ESTOU NO MEIO DA SUA INVASÃO, MORRER EM UM MORRO QUE NÃO É MEU É VACILO! – ele gritou andando de um lado para o outro.

Comecei a escutar os tiros, as pessoas gritando, os carros subindo e descendo. Estavam se aproximando. Mais tiros vieram e cada um ficou olhando para a cara do outro.

- Cadê o Celo? – perguntei preocupada.

- Ele já estava pronto quando eu desci, ele ia descer!

- Você deixou ele descer? – eu fui pra cima dele, mas Vitor me impediu.

- Não dá pra conter o Marcelo, ele queria ganhar tempo, o que vamos fazer? – Fernando perguntou levando a mão na cabeça.

- Me deixa pensar, desgraça! – nada veio, então optei em subir. – eu vou pra guerra!

- Você está maluca? Se subiram de surpresa é para te pegar! Se eles te pegarem no meio dessa... Eu não quero nem pensar! – Vitor disse segurando meu braço. Comecei a me lembrar do Jonathan, de todas ás vezes que ele tentou me proteger, comecei a lembrar que me afastei dele por ele querer ser alguém que não era, que queria me limitar e Vitor estava fazendo tudo igualzinho...

A Dona Do Morro ♚ Primeiro ComandoWhere stories live. Discover now