2 - A Caixa Azul

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Não me pergunte o porquê das coisas que eu faço, simplesmente faço.

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Liv,

Eu descobri por que eu não estava recebendo as cartas de ninguém. Te explico melhor pessoalmente, mas, resumindo, um elfo doméstico estava interceptando minha correspondência. Loucura, eu sei. Ah, sim, eu fugi da Rua dos Alfeneiros hoje de madrugada. Rony, Fred e Jorge foram me buscar num carro voador e agora eu estou na casa deles (A Toca). Depois escrevo mais, a Sra. Weasley está me empanturrando de comida desde que eu cheguei.

Atenciosamente,

Harry.

-Incrível! -George exclamou quando leu a carta com os olhos brilhando. -Quer dizer, eles pegaram o carro voador do Arthur e a Molly vai matá-los, mas é brilhante!

-E ele finalmente saiu da casa daqueles animais imb... -Olívia se interrompeu ao ver o olhar que George lhe lançou. -... daqueles seres isentos de qualidades.

-Quase me convenceu. -Ele riu, balançando negativamente a cabeça. Olívia sorriu e subiu as escadas, voltando para seu quarto para guardar a carta de Harry junto às outras.

Desde que o ano acabara ela não passava mais de dois dias sem falar com seus amigos, o que era algo novo e incrivelmente divertido para ela. Hermione geralmente falava sobre os livros que lia; Audrey falava de suas viagens e, às vezes, só para descontrair, escrevia cartas de amor para coisas como "Querido chocolate" ou "Doce caramelo", "Cara pipoca", esse era seu jeito de dizer que estava com fome. Rony só reclamava sobre como Gina, sua irmãzinha mais nova, estava obcecada por Harry; já Draco geralmente falava de Quadribol, que era uma coisa que Olívia detestava (e ele sabia bem disso), além, claro, de outros assuntos bobinhos que inventavam. Harry, ao contrário de todos, não respondera nenhuma de suas cartas, nem as de ninguém até aquele dia.

Jessica havia passado o dia inteiro no escritório, arquivando casos antigos que, aparentemente, ela teria de levar ao Ministério no dia seguinte. Tanto ela quanto George eram aurores, bruxos responsáveis por combater ativamente as artes das trevas e os crimes no mundo da Magia, o que Olívia achava simplesmente fascinante.

-Como está a minha auror favorita? -Perguntou, pondo a cabeça para dentro do cômodo.

-Ocupada, cansada e louca por um pedacinho daquele bolo que você sabe fazer. -A bruxa disse, lançando um sorrisinho nada inocente para Olívia. Jessica tinha a típica postura que Olívia imaginava que uma dama da alta sociedade deveria ter. Ela era de uma família sangue-puro italiana muito tradicional, talvez fosse por isso.

-Interesseira. -Brincou, observando curiosamente as fotos e relatórios que estavam em cima de sua mesa.

Olívia então moveu o olhar para um pequeno cubículo embaixo das gavetas da mesa, estava ocupado por uma caixa azul que ela não se lembrava de ter visto antes.

-O que tem aí dentro?

Jessie olhou para a caixa por uns segundos e logo voltou a atenção para seus documentos, mas Olívia quase pode ver sua expressão ficar um pouco tensa.

-Nada importante, Liv. -Respondeu, fazendo-a semicerrar os olhos. Então Jessie se levantou e apagou o abajur. -Vamos comer?

OLÍVIA POTTER [2]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora