22 - A Liberdade do Elfo

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-Entenda, Lúcio, que um insulto vindo de um bruxo covarde metido a superior como você é sempre um elogio.

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Os presentes na sala levaram um susto, considerando que Lockhart, com cara de idiota, olhava pra todos os cantos, admirado. Gina estava tremendo e chorando. Rony, com os cabelos e as vestes todas sujas de terra e poeira. Harry estava sujo de sangue e poeira. E Olívia, com a perna manchada de sangue e as capa rasgada. Em seguida ouviu-se um grito.

-Gina!

Era a Sra. Weasley, que estivera sentada chorando, diante da lareira. Ela se levantou num
salto, seguida de perto pelo Sr. Weasley, e os dois se atiraram à filha. Olívia se afastou dela e se assustou ao perceber que o Profº Dumbledore estava parado junto ao console da lareira, sorrindo, ao lado da Profª McGonagall, que inspirou várias vezes, as mãos no peito. Fawkes passou voando e pousou no ombro de Dumbledore, na mesma hora em que Harry, Olívia e Rony se viram envolvidos pelo abraço apertado da Sra. Weasley.

-Vocês salvaram minha filha! Vocês a salvaram! Como foi que vocês fizeram isso?

-Acho que todos nós gostaríamos de saber. -Disse a Profª McGonagall com a voz fraca.

A Sra. Weasley finalmente soltou os três. Olívia caminhou até a escrivaninha e depositou sobre ela o resto do diário de Riddle, que estava no bolso interno da parte não rasgada de sua capa desde que Harry o tinha destruído. Ele fez o mesmo com a espada e o Chapéu Seletor e, então, começaram a contar tudo. Durante quinze minutos, a atenção da sala estava focada nos dois. Mais em Harry que em Olívia, porque ele tinha muito mais coisa para falar, como o fato de ter ouvido o Basilisco nas paredes desde o Dia das Bruxas.

-Muito bem. -Encorajou a Profª McGonagall quando eles terminaram. -Então vocês
descobriram onde era a entrada, e eu acrescentaria: atropelando umas cem regras do nosso
regulamento, mas, por Deus, como foi que vocês conseguiram sair de lá com vida?

Olívia contou então sobre a chegada providencial de
Fawkes e do Chapéu Seletor com a espada dentro. Mas, nesse ponto, ela olhou para Harry de relance sem saber exatamente como continuar. Tanto ela quanto ele evitaram mencionar o diário de Riddle ou a participação de Gina. Ela estava de pé, com a cabeça
apoiada no ombro da Sra. Weasley, e as lágrimas ainda escorriam silenciosamente pelo seu rosto. Harry parecia mais em pânico que a garita fosse expulsa do que qualquer um ali. Instintivamente, ele olhou para Dumbledore, que lhes deu um breve sorriso, os seus óculos de meia-lua refletindo a luz do fogo.

-O que me interessa mais... -Disse ele com brandura. -... é como foi que Lord Voldemort conseguiu enfeitiçar Gina, quando as minhas fontes me informaram que no momento ele está
escondido nas florestas da Albânia.

Olívia deu um sorriso. De alguma forma, Dumbledore sempre sabia falar o que era apropriado e, naquele momento, serviu muito bem.

-Q-que foi que disse? -Perguntou o Sr. Weasley com a voz aturdida. -Você-Sabe-Quem? En-enfeitiçou Gina? Mas Gina não... Gina não esteve... esteve?

-Com esse diário... -Respondeu Harry depressa, apanhando-o na mesa e mostrando-o a
Dumbledore. -Riddle escreveu nele quando tinha dezesseis anos...

Dumbledore recebeu o diário de Harry e examinou-o com atenção, por cima do nariz comprido e torto, as páginas queimadas e encharcadas.

-Genial. -Disse baixinho. -É claro, ele foi provavelmente o aluno mais brilhante que Hogwarts já teve. -E se virou para os pais de Gina, que pareciam inteiramente perplexos. Muito pouca gente sabe que Lord Voldemort um dia se chamou Tom Riddle. Eu fui seu professor há cinquenta anos, em Hogwarts. Ele desapareceu depois que terminou a escola... viajou por toda parte... aprofundou-se nas Artes das Trevas, associou-se com os piores elementos do nosso povo, passou por tantas transformações mágicas e perigosas que, quando reapareceu como Lord Voldemort, quase não dava para reconhecê-lo. Muito pouca gente
ligou Lorde Voldemort ao garoto inteligente e bonito que, no passado, fora monitor-chefe
aqui.

OLÍVIA POTTER [2]Where stories live. Discover now