OLÍVIA POTTER [2]

3 - A briga na Floreios e Borrões

-Só não se deixe enganar por esse rostinho, ela pode explodir sua casa.

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Quando mais nova, Olívia tinha o estranho - porém divertido - hábito de fazer caricaturas de suas colegas de quarto e deixar embaixo de seus travesseiros. Aquela era uma das coisas pelas quais Olívia jamais podia ser punida, afinal, tomava o cuidado de não deixar a diretora do Orfanato descobrir sua paixão secreta pelo desenho. Então, no fim, sempre conseguia se safar. O hobby se foi quando uma das meninas da sua idade, Vívian, descobriu seu esconderijo e jogou seu caderno de desenhos no esgoto. Olívia decidiu não tentar arrumar outro, afinal, assim não teria nada que nenhuma das órfãs poderia usar contra ela. Felizmente, nunca descobriram seu diário, que Olívia abandonara pouco depois de voltar para casa após o primeiro ano em Hogwarts. O desenho, porém, estava sendo sua distração desde que as férias começaram. Em sua mão direita, descansava a pulseira dourada com os dizeres Sweet Olívia 31/07 e, logo abaixo, balançavam os pingentes da pulseira que ganhara de presente de aniversário de Draco.

Parece que alguém está um ano mais velha, só não se esqueça que eu ainda sou mais velho que você. Feliz Aniversário, Liv. Espero que goste do presente que te mandei porque tive que comprar escondido do meu pai.

Te vejo no trem,

Draco Malfoy.

Atrás estava gravado "Para minha melhor amiga", o que a fez revirar os olhos, quando viu, e ter uma absoluta certeza de que já estava gravado quando ele comprou. Ou talvez ele quisesse apenas provocá-la com algo ridiculamente fofo. Hermione lhe mandara uma caneta de tinta infinita, muito útil; Audrey, uma pena falsa que dava choque em quem a segurava (objeto para o qual Olívia tinha grandes planos).

-Olívia, você está pronta? -Jessie perguntou, a voz vindo da cozinha.

-Eu já desço! -Avisou, fechando o caderno e calçando os tênis, antes de sair do quarto e descer as escadas.

O Beco Diagonal parecia tão fascinante quanto quando ela o viu pela primeira vez. Não estava tão lotado e, enquanto ela e George se encarregaram dos livros, Jessie foi até o Gringotes. Em um total contraste com o lado de fora, a Floreios e Borrões estava tumultuada até o teto.

-Por que aqui está tão cheio? -Ela perguntou.

-Gilderoy Lockhart está dado autógrafos. -George respondeu, apontando para um homem loiro de olhos azuis, cujo sorriso galanteador parecia transformar todas as bruxas ao seu redor em perfeitas idiotas. -Babacão!

-Ele é um bruxo extremamente superficial. -Disse uma voz doce que pertencia à garota do seu lado. Os cabelos dela eram tão brancos quanto os de Draco e, aparentemente, ela seria uma primeiranista. -Me surpreenderia se ele tivesse realmente feito tudo o que os livros contam.

-Sério? -A garota assentiu. -Se for realmente assim, já sei que não vou gostar muito dele.

-Sou a Luna, Luna Lovegood. -Foi então que Olívia percebeu que ela usava um brinco com formato de estrela e outro com o formato de um Pinheiro, ambos mais coloridos que tudo que a garota tinha em seu guarda-roupa.

-Olívia Potter.

-Como Harry Potter? -O modo gentil com o qual ela fez a pergunta fez Olívia não se sentir repreensiva ao responder:

-É, exatamente.

Luna não pareceu impressionada, em vez disso apenas voltou a atenção para o bruxo bonitão que estava autografando a varinha de uma mulher.