1 - 30 de Julho

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-Como é que é? -Olívia perguntou indignada, cruzando os braços. -Acabei meu estoque de pergaminhos e você me vem com essa de "vocês não me mandaram cartas"?

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Se tinha uma coisa que Harry de fato apreciava sobre morar com a família Dursley era ficar sozinho. Naquele 30 de Julho, Válter e Petúnia tiveram tinham um congresso muito importante da empresa de seu tio, que aconteceria num lugar a umas quatro horas dali. E Duda, seu primo balofo de cuja companhia não fazia questão, havia ido dormir na casa de alguns dos colegas. E, felizmente, sua vizinha que tinha as dezenas de gatos como filhos, a Sra. Figg, estava doente e não poderia ficar com ele.

Então, por falta de opções, Harry estava finalmente sozinho, sem ninguém para atormentá-lo ou lhe mandar fazer alguma coisa. Energizado pelo limitado período de liberdade, ele ligou o computador de Duda para jogar alguns de seus jogos e preparou uma pipoca muito amanteigada para assistir a um filme (outra coisa que seus tios quase nunca permitiam que ele fizesse). O único motivo para não deixar Edwiges sair da gaiola era que estava de dia, e seus vizinhos estranhariam uma coruja voando àquela hora. O garoto tentou não pensar muito em Edwiges, porque, assim, não tinha que lembrar que nem seus amigos e muito menos a irmã, que conhecera no fim do último trimestre, tinham mandado carta alguma a ele.

Era uma coisa difícil de se acreditar. Olívia tinha deixado claro que escreveria, que eles conversaram nas férias, assim como Rony, Hermione e até mesmo Audrey. Então o que acontecera? Será que haviam simplesmente se esquecido dele? Harry balançou a cabeça, tentando afastar uma fantasia de todos eles se divertindo juntos em algum lugar, comentando sobre como era bom que Harry não estivesse lá. Talvez no dia seguinte, que era tanto seu aniversário quanto de Olívia, os amigos se lembrassem. Talvez. Eles tinham que se lembrar. Harry permaneceria deitado em sua cama por mais tempo se não tivesse ouvido um ruído vindo da sala. O garoto se levantou, o mais silenciosamente possível, abriu a porta e desceu as escadas. A varinha que comprar no Olivaras no Beco Diagonal estava em sua mão, ainda que soubesse que era terminantemente proibido usar magia fora de Hogwarts.

Não poderiam culpá-lo se fosse caso de vida ou morte, poderiam?

As luzes estavam apagadas e as cortinas das janelas fechadas deixavam todo o ambiente mais escuro que o necessário. E o fato era: ele não se lembrava de ter fechado as cortinas. No momento em que ligou o interruptor, faíscas saíram das lâmpadas e explodiram em cinco mini-fogos coloridos. Então pessoas pularam de trás do balcão e do sofá e gritaram:

-SURPRESA!

Harry pulou de susto, levando alguns minutos para reconhecer todos os presentes: eram Rony, Hermione, Audrey, Jessica e George King, e Olívia. Todos com sorrisos no rosto.

-Mas o que... meu aniversário é amanhã! -Harry disse, tentando conter a agitação.

-Nós sabemos! -Olívia riu, se aproximando dele. -A questão é que, por algum motivo,  todos estariam muito ocupados amanhã, então decidimos fazer a surpresa hoje. Surpresa!

Harry gargalhou, aceitando o abraço dela.

-Imagine a frustração dos seus tios quando descobrirem que, na verdade, não tinha congresso nenhum? -George, que, pelo que Harry sabia, era pai adotivo de Olívia, disse rindo.

-Sério? -O garoto perguntou.

-Sim. -Jessica respondeu. -E ainda tem um engarrafamento no caminho de volta. Eles vão adorar.

-Ah, Harry! Parabéns! -Hermione, cujos cabelos armados estavam levemente mais baixos, o apertou em um abraço.

-Cara, por que é que você não tem respondido nossas cartas? -Rony perguntou, exprimindo o que todos queriam perguntar no segundo em que colocaram os pés naquela casa.

OLÍVIA POTTER [2]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora