Cosini

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Daniel Cosini saiu com um sorriso nos lábios. Liberado por falta de provas, mas ainda seria investigado. O habeas corpus havia sido entregue ao não muito feliz delegado Francisco Albuquerque.

Os outros o acompanhavam. Ele sabia que a sua história ainda faltava um fio a ser cortado. A sua ligação a Eduardo Coimbra, que o delatara. Como se desvencilhar daquilo? Teria de pensar. O importante seria que a polícia não chegasse a Giocatore, dessa maneira eles não teriam preocupação.

Daniel conhecia aquele gordo há muito tempo, ele nunca vacilava, sem passos em falso, tudo calculado. Só não imaginaram que Eduardo seria grampeado pela polícia.
Uma porção de jornalistas se puseram à frente da delegacia, quando notaram os jovens descendo as escadas de pedra, pularam em sua direção, os flashes e as perguntas tomaram conta do local.
“Foram bem tratados?”, “o amigo morto, já sabem quem fez aquilo?”, “vocês vão colaborar com a justiça?”. O advogado correu para eles, enxotando os jornalistas e levando os rapazes para o carro.

- Giocatore sumiu – disse Filipe Castro. – Não consigo contatá-lo.

Ele ligou o carro e saiu do estacionamento, indo direto para a casa dos Senhores.

- Ele faz isso às vezes – disse Daniel. – Não se preocupe, não vai nos entregar. Está tudo sob controle.

Filipe deu de ombros.

- Espero que sim – disse mascando chiclete. – Revistaram a casa de vocês, mas não acharam nada que os ligasse à chacina. Onde guardam os registros dos cassinos?

Era um segredo que somente Marco e Daniel partilhavam. Eles não podiam vacilar quanto a isso. Qualquer pessoa podia chegar lá e ver a ilicitude do negócio, ou até a polícia bateria lá um dia. Eles precisavam mostrar somente os negócios legais. Quando tinha reunião para ver o faturamento, o intendente apresentava os números. Era um lance confiança.

- Num luga, rmuito bem escondidos – disse Daniel. – Sabe de Caterina? – mudou de assunto.

Filipe fez silêncio.

Caterina havia ido até a casa dos Senhores no dia da prisão deles. Ela os viu de longe, entrando no carro dá polícia. Disse a Filipe para dar um recado a Daniel. Ela estava saindo da cidade. Visitaria uns familiares num interior distante, que ele não procurasse saber onde era, nem quando ou se voltaria.

- Diga! – exclamou Cosini.

Filipe torceu o lábio.

- Não quer vê-lo – disse por fim. – Viajou, que você não a procure nem a espere.
Parou o carro em frente à casa. Desceram. Filipe voltou para casa, alertando a eles que não falassem com ninguém. Já havia quem tirasse fotos deles entrando na residência.
- Como será agora, Danny? – perguntou Gregório, sentando no sofá. – Eles vão ficar nos observando por muito tempo.
Danny acendeu um cigarro.

- Fique tranquilo – disse após soltar uma baforada. – Eles só nos ligarão aos fatos se acharem Giocatore, que é quem pode dizer quem recebeu as armas. Ele está longe, creio, as armas estão se afogando dentro de uma caixa de madeira no fundo do mar.
Filipo abanou a cabeça.

- Gostaria de ter a sua segurança, Danny.
Daniel Cosini deixou o semblante triste cair em seu rosto.

- Eu só queria ter a minha Caterina

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⏰ Last updated: Dec 30, 2016 ⏰

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