Capítulo 7

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Por mais que Luiza tentasse, não conseguia tirar Carlos Eduardo da cabeça, e quando olhava para Sophie, pensava mais ainda nele. Ele se arrependera de tê-las abandonado, pensava nela e em sua filha. E agora, estava dependente de uma cadeira de rodas, sem sua família para o acolher.

Foram se passando os dias e sua agonia só aumentava. Será que sua antiga noiva ficaria ao seu lado agora? Será que eles fariam as pazes e voltariam? Só de pensar nisso Luiza fica enciumada. Como alguém como Cadu poderia ter tanta influência na sua vida?

Os pais de Cadu sempre foram péssimos pais, por mais que ele tenha sido filho único, seus pais nunca estavam presentes, sempre o compravam com presentes caros e com mesadas absurdas. Luiza sempre pensou que Carlos era vadio apenas para chamar atenção dos pais, e agora tinha mais certeza disso.

Nunca chegou a conhecê-los, pois ela e Cadu nunca assumiram um relacionamento sério. A única que ela conhecia era Cassia, irmã de Cadu, que inclusive já foi muito próxima dela na época da faculdade, mas quando ela começou a sair com Cadu, sua irmã desconfiou e se afastou de Luiza. Por onde ela andava?

Luiza tinha um coração muito bom, e se lamentou por tudo isso. Respirou fundo para se esquecer dessa história toda, tinha que por em sua cabeça que Cadu ficara no passado, mas não conseguia parar de pensar em como seria difícil dali para frente para ele, como ele ficou revoltado. Decidiu ir dormir para se esquecer um pouco disso. Pobre Luiza, junto com o sono vieram os sonhos para acabar de vez com sua paz. Naquela semana, não teve um dia se quer que ela não tenha sonhado com ele; algumas vezes sonhava com ele na cadeira, outras com o acidente, e a maioria delas, fazendo amor com ele. Era segredo para todos, mas Cadu fora muito mais importante devido ter sido seu único homem. Quando mais nova, Luiza sonhava em se casar com ele, se casar com seu primeiro e único. E olha as voltas que o mundo dá, por completa ironia do destino, Cadu fora parar em suas mãos... Mas não da forma como ela planejou um dia. Tudo estava errado.

Chegou o dia do plantão, e Luiza estava cabisbaixa, pois sabia que não o encontraria ali mais. Tinha quase certeza que alguém já o teria buscado, só se preocupava se ele estava em boas mãos. Provavelmente sim. Mas quem, céus, estaria cuidando dele? Ele agora precisaria de muitos cuidados especiais. Medicamentos e tudo. É recomeçar uma nova vida. Luiza cojitara levá-lo para sua casa, mas logo se sensurou, como ela poderia cuidar de quem não cuidou dela? E porque seu coração acelerava só de pensar nele? Por que ainda sentia falta do seu toque, da sua pele? Dos cabelos bagunçados logo pela manhã... Maldito Cadu que foi falar aquelas coisas para alguém que ainda era apaixonada por ele... Uma pequena lágrima escapou de seus olhos e ela se apressou em escalas.

Era só o que me faltava, Luiza, chorar por causa de um homem que não te quis! - sensurava-se a si mesma.

Lembrou-se que disse a ele que se algum dia precisasse dela, ela então mostraria a diferença, e percebeu que aquele poderia ser o momento. Só que ela não queria que ele conhecesse Laura. Sua cabeça estava um verdadeiro caos, seria egoísmo de sua parte não deixar que pai e filha se conhecessem? Luiza já não sabia de mais nada.

Chegou ao hospital e não teve coragem para perguntar sobre ele.

Atendeu alguns pacientes, por incrível que pareça, o pronto socorro estava tranquilo. Nada mais que algumas viroses, grávidas com alarme falso, coisas assim. Mas isso só fazia com que ela pensasse mais em Cadu.

12:00h, horário de visitar os pacientes, fez questão de não olhar nas fichas os nomes dos pacientes, olharia apenas quando chegasse aos leitos. E assim fez.

Chegou à enfermaria em que Cadu estivera, suas mãos suavam geladas. Encheu os pulmões de ar e abriu a porta. O leito em que ele estava, era ocupado por uma moça com fratura exposta na perna esquerda e várias escoriações no braço do mesmo lado. Acidente de moto. Só então percebeu que esteve segurando a respiração. Luiza ignorou o fato de uma tristeza imensa ter invadido seu peito. Ele não estava ali, e sabe Deus onde estaria, ou quando o veria novamente. Talvez nem o visse mais, e talvez isso era o melhor a se fazer.

Para Sempre, Amor (revisando)Where stories live. Discover now