Capítulo 11

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Luiza admirou a cena como que hipnotizada, parecia estar em transe com aquilo tudo. Não pôde saber como ficou esse tempo todo escondendo Laura de seu pai e ele dela.

Aquela cena foi a mais linda que ela já vira na vida. A cena de uma amor sincero sendo fortemente demonstrado, certamente ficaria marcada em sua mente e coração para o resto de seus dias na terra.

Ficou feliz quase na medida em que havia ficado quando Laura nascera. Sentia-se renovada. Intensa. Forte. Se sentiu realizada.

Jamais imaginou Carlos Eduardo, um homem de personalidade forte, que havia cogitado um dia que ela abortasse a sua filha, que ele pudesse chorar ao vê-la pela primeira vez. Jamais imaginou o vendo chorar. Nunca pensou que pudesse se emocionar ao ver como ela se parecia com ele. Que pudesse tocá-la, como se fosse a jóia mais preciosa de todo o universo, por que foi isso que ele fez, passou a mão pelos cabelos negros de Laura, olhou seus olhos e, maravilhado, a puxou para outro abraço.

Sua emoção foi tão comovente, que levou Luiza ao choro... Levou Luiza a pensar como teria sido se eles fossem uma família, como teria sido se Cadu a tivesse ajudado a decorar o quartinho, como teria sido se Cadu estivesse lá para segurar sua mão quando Laura viu o mundo pela primeira vez, como teria seria se Cadu fosse junto dela levar a pequenina no seu primeiro dia na escola, quão feliz eles seriam juntos... e agora eles ficariam juntos, agora sua família estaria completa.

Luiza os amava, mais que tudo que ela já havia possuído e conhecido. Cadu a olha profundamente em seus olhos verdes, que a este momento estavam marejados, a expressão em seus olhos era de uma explosão de sentimentos, mas o que estava mais clara e fortemente estampado o amor. Nesse exato momento Luiza mostrou, Luiza deixou transparecer, tirou a máscara de forte e demonstrou todo o amor que sentia. Demonstrou que ainda o amava. Que Cadu ainda era dono dela, e que provavelmente sempre iria ser. Ele ainda a possuía.

-Eu te amo! - Ela falou de modo que não saísse som de sua boca, mas que ele pudesse entender com clareza. E ela viu seus olhos brilharem novamente, viu aqueles olhos foscos se acenderem como um farol, irradiando o espírito de Luiza.

Cadu fechou os olhos, ele só podia estar sonhando. Chorou ainda mais. Tudo o que ele mais havia sonhado e planejado estava bem ali na sua frente, a cena que por vezes ele fez e refez em sua mente enfim estava acontecendo, muito melhor do que em seus devaneios. Deu graças à Deus por seu acidente, se não tivesse acontecido isso tudo, se ele não estivesse em uma cadeira de rodas, não veria mais Luiza e provavelmente jamais conheceria Laura. Resolveu aceitar as condições em que ele se encontrava e lutar por aquilo que ele queria, definitivamente sua filha veio como uma grande luz em meio à sua escuridão.

-Papai, você é muito munito! - Laura diz a Cadu e logo olha para a cadeira de rodas - Você não consegue se levantar? - sua voz era a de uma criança sapeca, que acabara de ganhar um presente novo e queria descobrir tudo sobre ele.

-Obrigada. Mas você que é bonita! -Cadu fica todo sem jeito para falar com Laura, além do mais, ele acabou de conhecê-lá - E... não, eu não posso me levantar.

-O senhor se machucou né? Minha mamãe não quis me dizer, quem me contou foi a titia Sílvia. - Laura diz, fazendo seu pai olhar para sua mãe, que pigarreia e desvia o olhar, extremamente sem graça.

-Vou deixar vocês conversando a sós... -Luiza limpa novamente a garganta -Enquanto isso, levo as malas para o carro.

Dois pares de olhos idênticos se arregalam e olham para ela cheios de confusão.

-Po carro mamãe? Papai já vai embola? - Laura pergunta com um tom a menos na voz, entristecida.

-Sim, lembra que mamãe disse que a alta dele seria hoje? - Luiza diz como quem não quer nada.

Para Sempre, Amor (revisando)Where stories live. Discover now