Capítulo 20

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- Cadu... - Luiza leva a mão à boca.

Seu cérebro fritou ainda mais. Faziam seis meses desde o acidente, e ele já estava de muletas.

Cadu não era mais o mesmo homem másculo, musculoso e de expressão forte, ele parecia fraco.

Seus olhos antes brilhantes, agora estavam apagados e existiam olheiras profundas, seu corpo grande e duro estava magro e debilitado, ela não o pode reconhecer. Não era mais aquele Cadu, que mesmo em uma cadeira de rodas ainda era um homem demasiadamente atraente.

Antes do acidente ele era bonito e cheio de vida, com o acidente, ele perdera cerca de metade de sua sagacidade, mas agora, ele parecia destruído, cansado, como se tivesse desistido de lutar, desistido de viver.

Era muita coisa se passando na cabeça da Luiza, muita coisa.

Tamanho era o susto que ela teve ao vê-lo, quanto ao perceber o seu estado. Seus olhos lacrimejaram.

- O que quer aqui? -olhou novamente para Cadu, da cabeça aos pés - E por Deus, o que aconteceu com você?

Ela viu Cadu encolher os lábios, seu olhar se tornou triste e ao mesmo tempo desesperado.

- Isso não importa Luiza... quero que olhe dentro dos meus olhos. -Luiza olhou e pode sentir algo estranho no seu olhar, algo estava muito errado e ela não sabia o que era - Luiza, eu quero que tranque esta porta agora, quero que a tranque, corra e tranque toda e qualquer entrada nesta casa...

- O que? Eu não tô entendendo! -Luiza o cortou.

- Você não tem tempo para questionar nada... Ela está naquele carro preto atrás de mim -Luiza olhou e viu um carro preto com os vidros extremamente escuros.

- Ela quem Cadu? Você está bem? -o cortou novamente.

- Débrah, Luiza, Débrah! Ela quer você e está me usando como cobaia. Não tenho tempo para explicar... -nesse momento a porta do carro se abre e descem dois homens totalmente de preto, e também desce a ruiva linda, perfeita, com os cabelos presos em um rabo de cavalo - Quero que faça o que pedi e ligue para a polícia, quero que faça isso o mais rápido possível -Luiza fica sem reação e a primeira coisa que pensa é em Siphie que está dormindo no quarto, nesse devaneio os homem haviam se aproximado muito - Vai Luiza, vai! Agora! -Cadu gritou, e Luiza voltou a realidade, bateu a porta de uma vez, suas mãos tremiam muito e ela não conseguia chavear a porta, os homens encapuzados empurravam a porta de fora pra dentro e ela de dentro pra fora, quando viu que seria inútil ela correu para alcançar o telefone, mas o telefone estava longe, correu mais ainda, quando alcançou o aparelho sentiu um forte golpe em sua cabeça que a fez cair no chão, suas vistas embaçaram e ela tentou rastejar e pegar e ainda pegar o telefone quando ouviu uma risada estridente, tentou levantar mas sentiu um forte golpe, um chute em sua barriga que a fez encolher de dor.

- Slut! Agora vai me pagar por todas as lágrimas que derramei quando Cadu me deixou por te amar ainda! - Luiza reconheceu a voz, era Débrah. Ela temeu por sua vida e pela vida de Sophie.

Tentou rastejar mas sentia muita dor. Sentiu outro chute, seguido de outro e outro. Sentiu gosto de sangue em sua boca.

- Apaguem ela. -ouviu Débrah falando antes de sentir outra coronhada em sua cabeça. Senti tudo a minha volta girar, senti muita ânsia e por fim tudo ficou escuro.

Luiza acordou e pensou que se veria livre desse pesadelo horrível, quando sentiu que sua boca estava amordaçada, tentou soltar a mordaça, mas suas mãos estavam presas, tentou se levantar, mas seus tornozelos estavam amarrados. Ela sacudiu a cabeça com força tentando acordar daquele pesadelo, e lágrimas doloridas desceram face a baixo, eram lágrimas pesadas de puro pânico e muita dor.

Se preocupou com Sophie, será que estava ali do seu lado? Será que a fizeram algum mau?

Aquele lugar era muito escuro, nada se via. Estava sentada em uma cadeira que rangia de acordo com que ela fazia força para se soltar, inutilmente. Aquele era o único som que ela ouvia. O lugar fedia a mofo e coisas velhas.

Sentia cada vez mais seu coração acelerar, sua respiração estava ofegante e sentia um calor tremendo.

Queria ver Sophie. Queria que aquilo fosse um sonho ruim. Queria acordar, virar para o lado e encontrar aquela linda garotinha de cabelos longos e pretos, dormindo como um anjo.

Sentiu uma luz forte se acender acima de sua cabeça, seus olhos doeram, não conseguia abri-los, as pupilas estavam muito dilatadas para isso.

Sentiu mãos agarrarem seus cabelos com muita força a fazendo elevar a cabeça para trás e grunhir de dor.

- Abra os olhos, chienne! - ouviu a voz de Débrah bem junto ao seu ouvido - Agora!

Sem muitas forças, abriu devagar os olhos. Olhava para o teto. Sentiu Débrah inclinar sua cabeça até olhar para um canto da extensa sala vazia, e seus olhos pesaram, tentou gritar mas o máximo que conseguiu foram sons abafados. Não quis acreditar no que via, chorou inconsolável.

Cadu estava jogado naquele canto imundo, desmaiado, na melhor das hipóteses, seu nariz sangrava e tinha um olho roxo. O coração de Luiza sangrou e ela fez muita força para sair do lugar e ir ajudar ele.

- Viu o que acontece com pessoas insolentes? - Débrah perguntou retóricamente, e caminhou até Cadu a passos lentos. A visão de Luiza ainda estava meio turva, só havia uma luz forte que focava em sua cabeça.

Viu Débrah se abaixar e puxar também os cabelos de Cadu, que estava com as mãos amarradas para trás, ele não reagiu, então ela cuspiu em sua face.

- Allez, réveille-toi, misérable! - Débrah grita essas palavras que devido ao estado de confusão mental e medo de Luiza, ela não entende.

Cadu reage com um gemido abafado.

- Tão fácil te prender Cadu... precisei amarrar apenas suas mãos, e acho que as posso soltar, pois não conseguiria ir à lugar algum. -ela ri sarcástica - Você, Carlos Eduardo, deveria me agradecer, sabia... -Cadu fecha os olhos e geme de dor - Olhe para mim enquanto eu falo com você! - o grito foi tão alto, que Luiza, do outro lado da sala se assustou - Eu fiz tudo por você! Eu te levei para fazer tratamentos caros, e fora do país, para logo você conseguir caminhar com suas pernas. Eu Cadu, te dei amor, cuidei de você! E você sempre desobediente, precisou apanhar muito e mesmo assim não aprendeu que é comigo que você tem que ficar!

Jogou Cadu novamente no chão, fazendo com que sua cabeça batesse forte contra o piso.

Voltou-se para mim, e a cada novo passo em minha direção, minha coluna gelava.

- E enquanto eu cuidava de você, Carlos, você desejava essa vadia aqui... - chegou bem perto de Luiza e deu um tapa que estalou, ela grunhiu e se encolheu pela forte dor - E ela, Cadu, saindo com outro, beijando outro, dormindo com outro cara. Você é tão patético, Cadu. Acabou com metade de sua vida por causa dessazinha... e agora, vai vê-la morrer na sua frente. Viu o que você fez com ela, Carlos? Você a matou - simulou que tinha um revólver nas mãos, mirou na cabeça de Luiza e fez um "pá" com a boca - Sim, você, a matou. Por que você, é meu!

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Eita, Mariana! (entendedores entenderão)
Gente, espero que estejam gostando da história.
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Beijos :*

Para Sempre, Amor (revisando)Where stories live. Discover now