CAPÍTULO 33

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Era segunda-feira e eu não tinha ido para a faculdade e muito menos trabalhar. Em pleno início de semana, eu estava doente. Literalmente acabada. Minha cabeça doía, meu corpo doía, minha garganta doía. Tudo doía.

Eu estava tão mole que não conseguia levantar. Eu só queria ficar em casa coberta de edredons quentinhos e estava realizando tal ato.

Enquanto o filme do Bob Esponja era transmitido na televisão, eu conversava com minha mãe pelo celular. Meus olhos se obrigavam a ficar abertos, mas o Patrick do desenho ficava cada vez menor.

— E se eu pegar um voo amanhã? — minha mãe sugeriu. — Acho que eu consigo fazer isso.

— 'Tá tudo bem, mãe. Eu vou melhorar. — falei cansada. — Aposto dez dólares que amanhã vou estar ótima.

Ela soltou um riso baixo, concordando.

— Tudo bem, meu amor. Eu vou deixar você dormir. Qualquer coisa que precisar, me liga. Ouviu? Não importa o horário.

— 'Tá bom.

— Eu amo você. Se cuida.

— Eu também.

Tudo que eu vi após aquelas palavras foi escuridão. Eu nem ao menos lembro de ter colocado o celular na mesa de centro.

Eu apaguei.

Se eu tivesse apostado dez dólares com minha mãe, eu com certeza teria perdido feio

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Se eu tivesse apostado dez dólares com minha mãe, eu com certeza teria perdido feio.

Terça-feira. Era o terceiro dia que eu permanecia doente. Sentia-me pior do que no dia anterior para ser sincera. Meu corpo estava mais dolorido. Eu quase não tinha voz. Minha cabeça latejava. Até mesmo engolir a saliva machucava minha garganta.

Eu estava na pior.

Desejei mentalmente que minha mãe tivesse mesmo ter pego um voo naquela manhã para cuidar de mim. Eu necessitava dela por perto. Nunca desejei tanto algo na minha vida.

— Eu sei, Madison. Só faça esse favor para mim. — pedi com a voz fraca, passando o lencinho de papel no nariz.

— Every, ele aceitou sua falta ontem por você ter trabalhado no sábado, mas hoje com certeza ele não vai permitir.

Revirei os olhos, sentindo minha cabeça doer só de ouvir a voz dela.

— Eu não tenho como ir, ok? Meus olhos ardem. Minha garganta dói. Minha cabeça lateja. Eu 'tô mal de verdade.

— Eu vou passar sua ligação para Hunter.

Eu tentei contestar ao dizer que não precisava fazer aquilo, mas era tarde demais. Eu já não escutava mais a voz dela.

No fundo estava com vergonha de pedir mais um dia de folga para meu chefe, mas precisava encarar. Minha mãe definitivamente não podia resolver aquele problema para mim. Como costumava fazer na escola.

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