CAPÍTULO 40

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Eu estava sentada em minha mesa de trabalho enquanto conversava com Caleb Hayes por mensagem. Estávamos combinando um horário para nos encontramos em meu apartamento mais tarde para darmos um fim no nosso projeto. Nós havíamos começado no dia anterior e continuado durante o intervalo da faculdade e horário do almoço. Então faltava pouquíssimo para abandonarmos de vez  aquela chatice.

Eu e ele havíamos ficado mais próximos, eu diria. Caleb acabou me  contando que era filho do professor Richard - o que tinha ficado responsável por dar o projeto em dupla. Explicou que tinha pedido ao pai que o colocasse com uma pessoa inteligente já que ele estava mais avançado que a maioria de nós da sala. Eu não sabia se ele estava mentindo ou não, mas me senti feliz ao saber que o professor rabugento me considerava esperta.

Assim que eu ouvi a risada de Nate no corredor, eu me preparei psicologicamente para aguenta-lo. Eu ainda não tinha o visto desde a pequena discussão pelo celular e preferia não ver. Nate conseguia me tirar do sério em poucos minutos.

Bloqueei meu celular, o colocando ao lado do notebook. Assim que ele entrou na nossa sala, seu olhar foi parar diretamente no meu.

Ele continuou a sorrir enquanto adentrava o cômodo cambaleando. Seus cabelos estavam completamente bagunçados e suas roupas amarrotadas.

Eu notei sua boca com marcas de batom assim como seu pescoço.

Nate cheirava a bebida, cigarro e provavelmente a mulher.

Olhei para ele com desdém, analisando cada passo que dava em minha direção.

— Oi gatinha. Como foi seu dia ontem? — ele se jogou na cadeira de mal jeito, soltando uma arfada baixa. — Conseguiu transar com o Caleb?

Eu ignorei aquela pergunta assim que percebi algo mais interessante para discutir.

— O que é isso no seu olho?

— Cílios? Pupila? — ele riu, acenando com a mão. — Eu faltei algumas aulas de biologia, então não sei o que mais um olho tem. Não me culpe.

Em outro caso eu teria gargalhado por conta daquela piada, mas não fiz. Eu resolvi me atentar naquele detalhe.

Aproximei-me dele, estreitando os olhos para ver se conseguia enxergar melhor. Nate parecia estar com corretivo na região do olho esquerdo e olhando bem de perto dava para ver claramente um roxo ali.

— Quem fez isso? Foi o Sebastian?

— Quem é Sebastian? — ele soltou um riso, fechando os olhos. — Ontem eu descobri uma coisa muito interessante no filme que eu e Ammy assistimos. Sabia que as girafas estão sendo extintas?

Quando ele se remexeu, eu percebi a feição de dor invadir sua face.  Examinei demoradamente seu corpo em busca de algo. Em seguida, notei sua mão próxima às costelas.

Nate estava tão fora de si que não percebeu quando eu comecei a abrir os botões de sua camiseta.

Seus olhos permaneciam fechados enquanto ele falava sem parar sobre as girafas. Questionando se eu estava triste com a noticia ou não já que eu amava os bichinhos.

Eu ignorei toda e qualquer fala.

Assim que abri por completo sua camiseta, analisei seu corpo.

— Quer que eu compre uma girafa para você? Eu acho que ela não pode ficar no seu apartamento por causa do pescoço gigante. — ele mencionou com a mão o tamanho. — Mas podemos arrumar um lugar pra ela.

Olhei para ele, tocando minha mão levemente por sua pele. Tentando obter alguma reação. Aos poucos fui me aproximando do local onde sua mão estava e assim que fiz isso, ele abriu os olhos, contraindo-se.

SUSSURRA-ME Where stories live. Discover now