Bônus Valentina

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Em correção...

 Valentina

As pessoas não me entendem cara. Não sou mais uma criança. Sempre dizem que sou ajuizada, compromissada e que estou indo bem na escola. Que mal tem eu namorar?

Tenho duas amigas na minha idade que namoram, claro que Anne, os pais ainda não sabem. Eles têm uma academia de dança no Rio e aqui também. Acontece que ela está namorando com um dançarino.

A Anne é lida. É morena e tem olhos azuis. Os meninos todos são apaixonados por ela. E como ela é bailarina como a mãe, é fácil encantar a todos. Foi por ela que conheci o George.

Recebo uma mensagem em meu celular e é do George dizendo que estão embarcando para o Brasil, para a festa de alguns amigos meu coração se acelera.

Uma ideia se passou por minha mente, mas um tanto que arriscada. Mas para ver o George, terei que tentar. Mando uma mensagem pelo WhatsApp para as meninas. Escolho o grupo onde estamos mais resumidas, "Só as top" e por sorte a Anne estava online, peço que me ligue e na sequência peço desculpas a minha mãe e me afasto para combinar com ela.

- Anne, se te contar não vai acreditar... Tipo... O George vai estar no Brasil este fim de semana. E eu preciso vê-lo.

- Hum... E como pensa em fazer isso com seu pai cercando cada passo que você dá?

- Por isso pedi que me ligasse. Precisam me ajudar.

- A ajuda que vou te dar é a seguinte... Sei onde o George vai ficar.

- Não brinca. – Sempre me esqueço que eles são amigos. - Me conta! E me conta logo. Estou ansiosa. – Corto um pedaço da unha com os dentes. E logo me lembro da luta da minha mãe em deixar minhas unhas bonitas, mas sempre que estou nervosa faço isso.

- Ele vai ficar em minha casa.

- Mentira.

- Alguma vez te menti garota? Agora te conto outra coisa, não me envolva em suas armações porque sabe que não quero problemas com seu pai. Meus pais são de boa e tem enorme confiança em mim e não posso perder isto. Até porque apresentarei a eles esse fim de semana o Pax.

- Você e o Pax estão namorando há duas semanas.

- Não é bem um namoro Valentina. A gente se beijou e só... E lembre-se que vou fazer quinze anos. E você ainda quatorze então há uma diferença.

- Anne... E se eu dormisse na sua casa? Podíamos bolar uma festa do pijama.

- E por que acha que seus pais deixarão? Sempre que fizemos não participou.

- Talvez precise me esforçar mais um pouco.

- Então está combinado assim... Se você conseguir que eles deixem pode ficar em minha casa sim.

Fiquei animada até voltar a mesa e minha mãe me dar a triste notícia que seria um assunto o qual eu teria que tratar com meu pai.

Quando é com minha mãe, sei lá, parece que ela é mais maleável. Agora meu pai não. Só existe a lei para ele o certo é para ser feito e o certo é só a forma que ele pensa.

Abri minha página na rede social, tirei uma foto da janela do meu quarto e postei: #mesentindoprisioneira.

Fiquei a tarde toda na internet, em menos de uma hora eu tinha trezentas curtidas em minha foto, e noventa comentários perguntando o motivo da minha chateação e também de meninas que se sentiam como eu.

Aproveitei o dia porque hoje é o único dia que não tenho inglês e vôlei, da dança desisti. Agora tenho feito alemão pela internet, claro que tenho um único objetivo que é falar com o pessoal do George apesar de que ele e a mãe, falam inglês e português, além do alemão.

Infelizmente o Benjamin não teve a mesma sorte, desisti da dança, mas ele não desistiu do futebol, então não tem um dia livre na semana.

Quando chamaram para o jantar meu pai já estava em casa. Sei que é para nossa proteção. Já entendi, mas só um dia queria ter uma vida normal. Quanto a questão do namoro é porque ele é careta mesmo. Queria que ele fosse mais moderno.

- Boa noite Valentina.

- Boa noite pai. Como foi seu dia?

- Foi ótimo filha. Alguma novidade?

- A não ser que eu sou uma prisioneira da minha vida? Não nenhuma e você?

- Sua mãe disse que queria falar comigo?

- Nem vou perder meu tempo pai.

- Filha...

- Mãe... É verdade.

- Pois pode ir. – Eu não entendi direito.

- Posso ir onde? Para cama? Para o quarto de castigo?

- Não. Pode ir a tal festinha de suas amigas depois do seu aniversário no sábado. Agora... Agradeça sua mãe que me convenceu sobre o assunto.

- Mãe! – Dei um grito e corri até ela e beijei seu rosto. Depois fui até meu pai e também o beijei.

- E eu? Aonde irei?

- Ficará conosco. Fazendo-nos companhia. – Minha mãe brincou com ele.

- Posso ao menos convidar meus amigos para jogar no domingo então aqui em casa?

- Claro filho. Sabe que para isso nem precisa perguntar. – Meu pai quis consolar meu irmão.

Quando cheguei no meu quarto, escrevi para o George. "Acho que vai dar certo. Poderemos nos ver". – Ele logo me respondeu. – "Ansioso por isso".

Tirei outra foto. Desta vez da luz do abajur e postei... #umaluznofimdotuneo. – Se sentindoapaixonada.

Deitei-me. Liguei o no notebook, onde havia uma foto do George. Como ele era lindo e meu coração estava batendo descompassado só de pensar em vê-lo novamente.

E nada. Nada poderia atrapalhar desta vez.

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A Esposa do Juiz - RepostagemOnde histórias criam vida. Descubra agora