Bônus George

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Em revisão


Bônus ... George

- George,

- Oi Valentina.

- Nossa me desculpa por todo esse transtorno. Meus pais sabe... Eles não são como os seus. Eles vivem só de leis e leis. E como eles trabalham com vários bandidos eles acham que todos temos que ser tratados como eles. Acredita que ela tomou meu celular e só poderei usar o computador uma hora por dia? É demais, não é? Se eu tivesse uma família igual a sua tudo seria melhor.

- Valentina... Valentina... – Ela falava sem tomar fôlego. Até que falei mais forte. - Valentina. – Então ela parou e me olhou.

- Ah, sim! Desculpe-me pode falar.

- Não vai rolar nada entre a gente, não por causa da sua família, mas por causa da minha.

- Como assim? Sua família... Sua mãe é muito legal e você diz que seu pai, é o pai que todos gostariam de ter, então o que pode ter de errado?

- O que você fez. – Ela piscou diversas vezes. - Meu pai diz que a forma que uma garota ou um garoto trata os pais é o jeito que irão tratar seu marido ou mulher. E mesmo que sejamos jovens demais para pensar em casamento, meu pai acha que você... Que talvez não seja hora de... Que você não seja uma boa... – Como eu ia dizer a menina que ela era uma má influência, mimada e mentirosa.

Eu a tinha conhecido através de um fórum que temos online, e ela era muito linda pela foto, e agora sei que pessoalmente também. Mas... Meu pai tinha razão. Meu pai sempre estava certo. E a visão da Valentina de família, parecia um pouco diferente da minha.

- Ele acha que o que você fez, mentindo para seus pais, pode mostrar um pouco do seu jeito de ser, e nós não somos assim. Entende.

- Eu não fiz nada de errado George. Eles não iriam entender se eu dissesse que queria participar da festa de vocês. Não me deixariam ir. O que faria em meu lugar?

- Não teria mentido com certeza. Uma mentira e poderia nos trazer sérios problemas. Acredita que das milhares de crianças e adolescentes que somem hoje é por causa das suas mentiras?

- A não George! – Ela se virou de costas para mim. Como era linda.

- Verdade. Eles saem de casa dizendo que vão a algum lugar, mas vão se encontrar com pedófilos disfarçados, sequestradores e assassinos. Mas depois a culpa fica sendo só dos responsáveis que não souberam cuidar.

- Foi isso que seus pais te disseram para me dizer? – Eu sorri.

- Val, eu tenho quase dezessete anos. Ninguém mais formula minhas palavras além de mim.

- Mas o nosso caso é diferente. Já nos conhecemos e não somos criminosos. – Abaixei minha cabeça e me lembrei do que minha mãe havia dito no caminho.

- Valentina. Você mentiu e mesmo que tenha sido para me encontrar, quem garante que não irá fazer isso comigo depois?

- George, quer que eu peça desculpas aos seus pais? Eu peço. Mas...

- Não. O Problema que você tem é com os seus pais e não com os meus. E seu problema tem que ser resolvido por você. Entre nós eu queria só dizer que... Estou há um passo e começar minhas escolhas, como faculdade, profissão. E você... Ainda é uma menina com atitudes de criança.

- Está me chamando de criança George? Foi seu pai que disse isso ou sua mãe? Não. Foram os meus pais. Tenho certeza.

- Não Valentina. Meus pais me educaram para ser uma boa pessoa. Não só a mim como também a Sofie. Ela tem um ano a menos que você e não mente.

- Eu não menti George. Disse que ia dormir na casa da Anne.

- Disse que era uma festa do Pijama e não era bem isso. Era uma festa.

- Então? – Ela sorriu. - Era uma festa, não menti.

- Valentina. A verdade é que meu pai não me deixaria namorar você depois que descobriu que mentiu ou ocultou algo de seus pais. Se ele não tivesse descoberto a gente até poderia ter namorado. Mas como ele descobriu.

- Culpa do meu pai. Que ódio.

- Não Valentina é culpa sua mesmo.

- Está do lado de quem?

- Não estou do lado de ninguém. Só sei que não dá para ter nada entre nós.

- Está terminando comigo George?

- Terminando? Não tínhamos nada de concreto.

- Mas a gente se beijou.

- Ah... – Pobre Valentina, como eu ia dizer a ela que um beijo não fazia dela minha namorada. - Valentina. Um beijo não faz da gente namorados. – Era a forma mais fácil.

- Não?

- Não.

- Você não gosta de mim George?

- Gosto, mas...

- Então. Vamos enfrentar eles e pronto. – Enfrentar? Meus pais. Por que eu faria isso?

- Em nossa casa, a gente não enfrente ninguém Valentina. Meus pais me amam eu não gostaria de magoa-los. Principalmente minha mãe. Ela passou muita coisa por mim.

- Não fizeram mais que a obrigação deles. Quem mandou nos fazer.

- Nossa Valentina. Você pensa muito diferente mesmo.

- Então não estamos namorando?

- Quando você for maior quem sabe. Por enquanto não.

Ela começou a chorar e saiu correndo. Meu pai e o pai dela acho que viram e vieram. O Pai dela não disse nada, a mãe, porém era muito legal.

Meu pai disse que mesmo que por ele ser juiz precisamos ter respeito, mas não devemos ter medo de conversar abertamente.

Nos despedimos e no caminho minha mãe tentava me acalentar sobre várias meninas que ainda conheceria, mas eu fiquei pensando... Se a Valentina não tivesse mentido, meu pai não teria ficado tão impressionado com ela. Claro que negativamente.

- Está tudo bem George?

- Está mãe. É como você disse... Se for para namorarmos isso irá acontecer um dia.

- Isso mesmo George.

- Pai...

- Estou orgulhoso de você. – Mas agora eu ficava pensando em como estaria a Valentina. Ela disse que os pais confiscaram o celular dela, mesmo assim eu enviaria um e-mail.

Falei com ela um resumo do que meus pais haviam conversado comigo, mas não disse que foi o meu primeiro beijo e que eu guardava o sabor da boca dela na minha e guardaria se fosse preciso até que ela ficasse um pouco mais velha.

Eu sei que a magoei. Mas não sou desobediente e nem quero entrar em uma briga desnecessária com meus pais. Eu disse a verdade quando disse a ela como os amo. Amo mesmo. Fechei os olhos e voltamos para a casa do tio Nick e da tia Kaline.

Valentina. Seria isso que estou sentindo o que minha mãe tanto fala sobre o primeiro amor?

A Esposa do Juiz - RepostagemOnde histórias criam vida. Descubra agora