Capítulo 2: cruzando o oceano

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  • Dedicado a Joaline Melo
                                    

II: cruzando o oceano

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II: cruzando o oceano


       Jope fora tomada. Eles haviam vencido, todos os reinos de Saas agora dobravam os joelhos diante dele, Ortis, o poderoso rei de Palassos. E o seu coração era pequeno demais para o orgulho que sentia. Ele entrou cavalgando como se aquele já fosse o desfile da vitória, adentrando os muros do castelo, e todos os soldados ao redor aplaudiam-no. O general Turze esperava-o no pátio, em frente à entrada do portão principal que dava acesso ao primeiro salão do palácio, onde antes o rei dos jopes atendia o povo.

–– Majestade. – O general fez a devida reverência – Temos um problema...

–– Problema?! O único problema que eu vejo é para os jopes, caso eles não me aceitem como sua majestade – Disse o rei num tom escarnecedor, sentindo uma alegria doentia.

–– Acompanhe-me, meu rei, eu lhe mostrarei.

O general ajudou o rei a descer do cavalo e foi lhe indicando o caminho, não à frente dele, claro, pois isso seria desrespeito: ele caminhava ao lado do rei, o que indicava muito poder, por sinal. Quando chegaram à cúpula, o rei ficou vermelho de raiva, por um momento ele perdeu a fala de tanto ódio que sentiu ao ver a cena: os corpos da realeza e dos generais de Mulber e Jope ao redor da mesa, como se tirassem um cochilo depois do jantar.

–– Eu mesmo constatei o que os matou, foi...

–– Vinho envenenado? – O rei caminhou até a mesa e ergueu a cabeça da falecida rainha de Jope – Recorreram à morte dos heróis de guerra. – Ele cuspiu no chão – Malditos! Vocês são uns covardes, estão me ouvindo? COVARDES! Tiraram-me a honra de matá-los, mas não adiantou de nada, porque vou dizer ao povo que eu os matei! – Ele gritava, provocava e escarnecia os mortos como um cão raivoso.

–– Majestade...

–– General, enfie a espada nesses mortos e vamos acabar logo com isso, Jope é quente demais se comparada à Palassos, quero ir logo para casa...

A marca da espada nos corpos seria apenas para o povo acreditar que a realeza havia sido realmente assassinada.

–– Majestade, aqui estão os corpos dos reis, rainhas, duques, duquesas e generais de ambos os reinos. Nós já matamos o restante que fazem parte da Hierarquia, porém não vejo o jovem casal, aqueles que se uniram para firmar o acordo entre os reinos. Acho que fugiram...

O rei estava de costas para o general, deixando a cúpula, porém aquela frase o fez parar. Ortis, apesar de insano, era extremamente lindo. Os olhos num tom azul acinzentado, cabelo castanho claro, pele branca e a altura e a força dignas de um rei faziam-no um homem admirado aonde quer que fosse. Naquele momento, suas mãos tremiam de ódio. Ele virou-se lentamente, fitando os olhos do general:

–– O que disse?!

O general permanecia imóvel. Todos tinham medo do rei, menos Turze. Ele o respeitava, mas não o temia. Turze sempre esteve ao lado de Ortis e ambos eram amigos, tanto que, muitas vezes, o rei deixava de buscar seus conselheiros para pedir a opinião do general. Tranquilamente, ele o respondeu:

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