Capítulo 17: um bilhete e adeus

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XVII: um bilhete e adeus

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XVII: um bilhete e adeus


       Os cavalos corriam a toda velocidade, fazendo os passageiros da carruagem sacolejarem para todos os lados. Shari tentava não forçar demais os animais para não fadigá-los nem causar um acidente... Eles viajariam por horas seguidas e os cavalos precisariam de muita resistência, porém, enquanto não encontrasse Leor, ela não reduziria a velocidade, era simplesmente impossível conter a ansiedade!

De repente, no topo da colina que ela começaria a subir, Shari avistou a dupla inseparável e o seu coração apertou de, quem diria, saudade. Ela parou os cavalos repentinamente e os passageiros, lá dentro, caíram uns por cima dos outros. Precisou segurar o riso quando ouviu um deles, pondo a cabeça pra fora, gritar:

–– Moça, o que é isso?! Uma hora corre demais e outra para bruscamente?! Vai terminar causando outro incidente, se não sabe dirigir...

–– Não, tudo bem, desculpe, não vai acontecer de novo!

Então Shari colocou os cavalos para trotar e ia pensando no que diria para Leor quando passasse por ele. À medida que ia se aproximando, as palavras pareciam fugir, fazendo-a desejar ter ido mais devagar, quem sabe assim teria algo em mente para lhe dizer...?

Estava a poucos metros agora... Seu coração batia rápido e as bochechas adquiriam um tom avermelhado: ela estava com vergonha, ansiosa e com medo da reação de Leor, mas nunca mais vê-lo a assustava mais do que pedir perdão sem saber se teria uma chance.

Teve uma ideia bem a tempo e disse, num tom casual, enquanto ficavam lado a lado:

–– Certa vez alguém me disse que um lobo sempre sabe em quem confiar... – Leor virou-se espantado ao ouvir a voz de Shari e, mais ainda, ao vê-la dirigindo uma carruagem.

Marboh deu um latido de felicidade e voou para onde ela estava, sentando ao seu lado e lambendo-lhe a face. Ele balançava o rabo euforicamente, sua alegria era contagiosa. Shari sorriu e retribuiu o lobo, fazendo um cafuné.

–– Eu não disse que os lobos sempre sabem em quem confiar, eu disse que Marboh sabia... E claramente ele se enganou, pelo menos no que diz respeito a você. – Respondeu Leor, voltando a olhar para a estrada.

Shari tentava fazer os cavalos andarem o mais devagar possível, para não ultrapassar o barman.

–– Leor... – Ela respirou fundo, não tinha mais nada a dizer-lhe a não ser – Perdão.

Ele continuava andando sem demonstrar nenhuma reação. Shari ia ser sincera, afinal não podia ficar pior do que já estava e, se ele não quisesse vê-la outra vez, ela entenderia...

–– Sabe, Leor, se você não me perdoar, eu vou entender. Te enganei mesmo sabendo o motivo de sua viagem e, se sua mãe está correndo risco, parte da culpa é minha... Aliás, não espero que me perdoe, apesar de desejar muito... Mas quando você me contratou foi por ida e volta e eu vou honrar minha palavra, por mais irônico que isso seja... Por favor, me dê a chance de ajudá-lo a salvar sua mãe, consegui essa carruagem e com ela poderemos chegar em Scien em até quatro dias! – Leor virou-se para fitá-la e Shari insistiu – Não tenho coragem de te pedir uma chance, eu não mereço, mas eu te peço para me deixar terminar esse trabalho...

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