06: O que não mudou - Parte II

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VI: O que não mudou - Parte II

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VI: O que não mudou - Parte II


          Tenazd estava sentado numa das carroças, tentando se concentrar nos estudos. Ele analisava o que tinha descoberto a bordo do Sobrevivente, porém, a todo momento se pegava procurando Collina com os olhos. E aquela falta de concentração estava começando a irritá-lo. Bufou, chateado, e voltou o olhar para o livro, o segundo volume de anotações e observações que escrevia.

–– Eu sei o que está fazendo. – Ouviu alguém comentando ao seu lado.

–– Duvido muito. – Não se deu o trabalho de ver quem era, apenas resmungou enquanto espremia os miolos, tentando entender a transformação de cor que ocorrera na água do mar.

–– Você gostou dela. – Não sabia do que aquela pessoa estava falando, mas supôs ser da transformação bioquímica que ele tanto analisava.

–– Quem não gostaria? Mas nem pense que você...

Antes que Tenazd pudesse dizer "que você vai ficar com os créditos da minha descoberta", sentiu a pessoa agarrando-o pela gola da blusa e o puxando para a borda da carroça. Deu de cara com Sical, que estava furioso.

–– Você! – Exclamou o cientista, surpreso.

–– O que ia dizer?!

–– Hã... Acho que não estávamos falando da mesma coisa...! – Sical estava andando ao lado da carruagem e mantinha Tenazd com o rosto próximo ao seu, segurando a gola da blusa dele e o encarando com um ódio mortal. O pobre cientista estava todo contorcido e arrependera-se por não ter prestado atenção com quem falava ou sobre o quê.

–– Você está interessado na Collina!

–– Oh, não! Eu não. – Tenazd deu um sorriso amarelo, tentando convencê-lo.

–– Não perguntei, eu afirmei! – Grunhiu o explorador.

–– Teoricamente, você não pode...

–– E eu vou te avisar uma coisa, – Sical empurrou Tenazd, que caiu para trás, derrubando suas coisas no chão da carroça. – se você chegar perto dela, se você olhar para ela, se você só pensar nela, vai se ver comigo!

Tenaz observou o homem se afastar a passos rápidos, enquanto se sentava novamente e aprumava a postura.

–– Ah, é, inteligente, como vai saber o que eu estou pensando? – Comentou baixinho, quando o negro já estava distante o suficiente para não ouvi-lo.

–– Sua coisa. – Disse uma garotinha, segurando um pote de vidro com um animalzinho dentro.

–– Obrigado, querida. – Ele pegou e sorriu. Todas as idosas, crianças e grávidas que estavam ali o fitavam com um olhar estranho. Elas haviam ouvido a conversa e agora Tenazd estava sem graça. – Muito simpático o líder de vocês. – E elas não puderam evitar as risadas.

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