Capítulo 4

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Jeongguk

— Aigoo, o que eu estou fazendo da minha vida?- me questionei me jogando na minha cama.

Eu tinha acabado de chegar da casa dos meus pais, toda a conversa que tivemos durante o jantar ficou repassando na minha cabeça e me torturando.

Meus pais haviam dito que estavam orgulhosos de mim, me deram o maior sorriso que já ganhei até hoje e tudo por causa de um maldito curso, um futuro maldito diploma! Fui obrigado pelos meus pais a fazer o curso de direito quando na verdade eu queria cursar designs de games.

Eu sempre gostei de jogos e de desenhar, esse me pareceu o melhor curso do mundo, o curso dos meus sonhos e o único que eu teria afinidade e aptidão mas obviamente que meus pais não aceitaram. O sonho deles é que eu me forme em direito. Eu sei que é um sonho egoísta mas o que posso fazer? Nada!

Apesar de ser maior de idade não tenho o direito de escolher o que quero para o meu futuro, tudo que faço é sob as ordens dos meus pais e conseguir morar sozinho foi uma grande conquista – apesar de que são eles que ainda pagam as minhas contas.

Levantei a minha cabeça e vi  meu caderno de desenho em cima do meu criado mudo, um sorriso surgiu imediatamente nos meus lábios e me estiquei pra pegá-lo. Assim que abri o caderno fiquei olhando para os meus desenhos antigos, passando folha por folha e sorrindo como um idiota ao imaginar eles ganharem "vida", um design em um jogo de ação ou algo como Tekken.

O meu último desenho era de uma garota porém eu só tinha um pequeno esboço.

Abri meu estojo e peguei meu lápis, logo depois me sentei na minha mesa de estudos e fiquei encarando o meu esboço tentando imaginar como seria aquela personagem. Sempre gostei de coisas exóticas, únicas e especiais então sempre desenhei personagens completamente distintos dos que já existiam, com características completamente novas, então com ela não seria diferente.

Meu antigo professor de artes havia dito uma vez em uma das suas aulas que a verdadeira inspiração vem quando entramos em estado alfa, então peguei meu celular e fones de ouvido, coloquei minha playlist favorita e deixei a música me levar para uma outra dimensão enquanto desenhava.

Em determinado momento minha mão parecia se mover sozinha, era como se eu estivesse no automático e eu nem sequer fazia ideia do que estava desenhando.

—Hey!

Alguém tirou os fones do meu ouvido e tirou totalmente a minha concentração, tive que contar mentalmente até dez de forma crescente e decrescente antes de me virar para o meu hyung.

— Como você entrou aqui?! - perguntei.

— Com uma cópia da chave.- Tae revirou os olhos.

—Como você conseguiu a cópia da chave do meu apartamento?- tentei perguntar calmamente mas ainda o fuzilava com o olhar.

—No dia da sua mudança eu peguei a chave reserva.- ele deu de ombros. —A qual é Jeongguk, somos mais que amigos, somos melhores amigos e melhores amigos ajudam um ao outro.

— Você não precisa ter uma cópia da chave do meu apartamento pra eu te ajudar! - revirei os olhos. —Mas o que aconteceu?

— O de sempre. – ele bufou. —  Você voltou a desenhar!

Ele pegou o meu caderno de desenho e ficou analisando o meu desenho; um sorrisinho pervertido surgiu em seus lábios ao ver que era uma garota.

— Sempre soube que era um pervertido, Jeongguk.

— É só uma personagem, hyung. - revirei os olhos.

— Uma linda personagem de cabelos negros e um corpo escultural, deu até vontade de ter super poderes e fazer ela ganhar vida.

Borderline - UnlimitedWhere stories live. Discover now