Capítulo 14

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— Por que fez isso? – perguntei assim que separamos nossos lábios.

— E-eu...Não sei.– ele respondeu.

— Idiota.

Dei as costas e assim que tentei dar o primeiro passo pra longe, senti ele segurar o meu pulso e olhei pra trás instintivamente. Jeongguk não disse nada apenas me encarou por alguns segundos como se estivesse em conflito interno e depois soltou meu pulso baixando a cabeça em seguida. Naquele momento senti meu peito doer, por algum motivo eu não queria que ele me soltasse, queria que ele dissesse algo, queria que fizesse algo mas como ele não fez nada além de me soltar, apenas voltei a lhe dar as costas e saí de perto dele as pressas,  tentando segurar algumas lágrimas que estavam querendo escorrer pela minha face.

O que estava acontecendo comigo? Por que eu quero chorar até não restar uma lágrima sequer?  Por que meu coração dói?

Não poder ter as respostas me deixava frustrada!

O pior de tudo era que eu não poderia ir pra casa, ou procurar algum lugar pra beber e transar com alguém agora pra poder tentar me distrair dessa maldita frustração, desses malditos sentimentos desconhecidos por mim, pois eu tinha que ir pra Maid Coffee.

Por sorte ou não ainda daria pra mim me distrair um pouco, mas eu realmente odiava trabalhar naquele lugar, onde a clientela eram velhos tarados que gostavam de ser chamados de mestres.

Quando cheguei na cafeteria tive que ir pôr meu uniforme e tentei ignorar os olhares costumeiros sobre mim e os comentários sobre a minha aparência. O dia estava sendo uma droga pra mim, se eu não ignorasse acabaria descontando tudo nas outras garçonetes as quais já pensei várias vezes em mata-las de alguma forma.

Após me trocar, tive que respirar fundo antes de começar a trabalhar.

[...]

Já a noite após uma tarde infernal na cafeteria, estava me arrumando pra sair para algum lugar, podia ser uma boate, um bar ou até mesmo um clube de sadomasoquismo, tudo que eu queria era tirar Jeon Jeongguk da cabeça, o sabor dos lábios dele nos meus e esse maldito sentimento de dentro de mim. Não importava como, onde ou com quem, apenas queria esquecer o meu vizinho mesmo sabendo que seria apenas por uma noite.

Após tomar um banho e secar os meus cabelos, vesti minhas peças íntimas e uma cinta-liga preta, um vestido de mesma cor curto e justo. Fiz uma maquiagem pra noite, me perfumei e em seguida calcei meus saltos altos. Me avaliei no espelho, estava a verdadeira vadia que eu era. Uma vadia fodida e não era fisicamente como eu era acostumada, era emocionalmente e eu não fazia ideia de como lidar com isso.

— Por que você é assim Park Gabrielle? Wae? – suspirei.

Jeongguk

Meu hyung falava sobre as leis do nosso país, explicava cada uma delas pra mim de forma mais simples mas eu não estava conseguindo prestar atenção pois não parava de pensar em como eu fui um idiota hoje mais cedo.

A forma como Gaby me deu as costas e foi embora me destruiu e eu nem sei exatamente o porquê. Eu sei que não a amo, mas por que não consigo parar de pensar nela? No beijo de mais cedo e muito menos na sua declaração confusa?

— Jeongguk juro que se você não prestar atenção eu vou deixar você se foder no teste de sexta feira.– Tae disse batendo um livro na minha cabeça, me tirando dos meus devaneios.

— Aigoo hyung, doeu!

Passei a mão onde ele bateu.

—Faz meia hora que te passo essas leis tediosas que você me pediu pra te ajudar a estudar enquanto você fica aí no mundo da lua!

Borderline - UnlimitedOnde as histórias ganham vida. Descobre agora