Capítulo 15

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A situação em que eu me encontrava era no mínino estranha, eu me perguntava onde estava com a cabeça desde ontem quando aceitei a proposta de Jeongguk. Eu não sei lidar com relacionamentos, nunca tive um pra aprender e não queria o primeiro fosse justamente com Jeon Jeongguk, o único garoto que não me olha como a grande vadia que eu sou, como apenas um brinquedo sexual.

Desde que eu o conheci ele foi gentil comigo, um verdadeiro anjo.

Jeon poderia ter se aproveitado de mim quando me levou para o seu apartamento pela primeira vez, poderia ter me fodido como bem quisesse mas não o fez, apenas me cedeu sua cama e roupas limpas, me deixou dormir em seu apartamento como se me conhecesse há anos.

No dia que passei mal de tão bêbada que eu estava, Jeongguk me levaria ao hospital e me ajudaria mais uma vez. Naquela mesma noite ele prometeu sua amizade. Uns dias depois me ajudou novamente quando tentei me suicidar pela trigésima vez, ele cuidou de mim quando me tinha nua e a sua mercê para fazer o que quisesse comigo.

E agora ele havia me pedido uma chance, logo a mim, uma garota com que uma hora estar morrendo de desejos por ele mas que outra pode querer machucá-lo e não apenas emocionalmente mas fisicamente também. Eu não deveria ter aceitado mas Jeongguk me olhava tão intensamente, meu coração estava tão acelerado e o toque dos seus lábios nos meus ainda estavam tão presente que foi impossível negar, ainda mais quando tudo que eu mais desejei desde quando o conheci foi tê-lo pra mim.

Porém, agora andando ao seu lado sentindo nossas mãos se tocarem de leve e seu olhar de soslaio sobre mim, não consigo pensar em nada além de como essa situação é estranha pra mim e por que me meti em algo que eu sei que não dar certo.

—Você vai fazer alguma coisa depois da aula?

—Tenho trabalho de meio período.– respondi.

— Ah... não sabia que você trabalhava.

— Pois é, eu trabalho em uma cafeteira. No Maid coffee, no centro.

Jeongguk me olhou diretamente dessa vez, suas expressões não pareciam muito boas.

— Jinjja? Você usa aqueles uniformes de empregada e trata os clientes como mestres?

— Sim.

Ele continou me encarando, eu não fazia a mínima ideia do que se passava em sua cabeça mas seja lá o que fosse, não deveria ser algo que o agrasse a julgar pela sua expressão.

Continuamos andando calmamente até a universidade no mais puro silêncio entre nós dois, ele parecia perdido em pensamentos todas as vezes que o olhei de soslaio. Quando chegamos ele voltou a me olhar, parecia querer dizer ou fazer algo mas não sabia como. 

— Boa aula. – ele disse depois de alguns segundos.

— Obrigada. Pra você também, Jeongguk.

O Jeon sorriu e depois me deu as costas indo em direção ao seu bloco, eu apenas segui em frente indo para o de artes.

[…]

O dia passou rápido e felizmente a tarde de trabalho também. Assim que o meu expediente acabou por volta das seis da noite, meu celular vibrou no bolso do meu jeans. Fiquei supersa ao ver de quem era e do que se tratava aquela mensagem. Saí do vestiário e quando estava seguindo até a saída pude ver duas das garçonetes claramente se jogando pra cima do único cliente naquela cafeteria que tinha menos de quarenta anos, cabelos em seu coro cabeludo e não possuía uma aliança no anelar esquerdo.

Aquela sensação de queimação na boca do estômago e aperto no coração se fizeram presente naquele instante, ainda mais intenso do que antes e não hesitei em seguir até a mesa 27 onde as malditas garçonetes do turno da noite estavam dando em cima do meu namorado.

Borderline - UnlimitedWhere stories live. Discover now