Capítulo 6

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Jeongguk

Eu me sentia extremamente deslocado ali, quanto mais o professor falava sobre direito mais eu tinha certeza que eu tinha feito uma das maiores burradas da minha vida.

A cada palavra que ele dizia, eu tinha mais certeza de eu não ia conseguir, e se eu conseguisse não seria um bom profissional.

Quando o sinal tocou foi um alívio, saí da sala e fiquei perambulando os corredores atrás do Tae, ele cursa direito aqui apenas pra agradar seus pais assim como eu mas ele já está no segundo semestre.

Eu já estava quase desistindo de procurar quando finalmente o vejo mas ele não estava sozinho, a Gaby estava com ele o que me fez franzir o cenho. Não por ela está aqui pois nós viemos praticamente juntos mas por eles estarem juntos já que os mesmos não se conhecem.

— Annyeong.

Gaby se curvou brevemente e saiu de perto da gente.

— Hey.– ele respondeu.

— Não sabia que conhecia a minha vizinha.

— E não conheço, ela esbarrou em mim. – ele riu mas depois ficou com uma expressão pensativa. — Ela estava chorando.

— Chorando?

— Sim. Sabe quando sai água dos olhos? Então, isso são lágrimas e as pessoas deixam elas caírem quando estão chorando.

Revirei os olhos.

— Eu sei, estou a ponto de chorar também e olha que esse é apenas o meu primeiro dia. Como conseguiu chegar no segundo semestre?

— Isso é mistério. – ele riu. — Vem, vamos comer.

Tae e eu entramos no refeitório, compramos algo pra comer e depois fomos nos sentar em uma mesa mais isolada das outras. 

Depois do almoço eu não tinha mais nenhuma aula então pude ir pra casa sozinho.

Pov's Gaby

Depois que saí da faculdade fui para a Maid Coffee, meus horários haviam mudado por causa da faculdade. Quando deu seis da noite o meu expedientes acabou e pude ir pra casa, no caminho fiquei repassando o dia na minha mente.

Será que amanhã será diferente? Será que eu deveria tentar de novo?

Eu preciso falar com o doutor Kim.

Eu estava tão distraída com os meus próprios pensamentos que não ouvi chamarem por mim, só saí dos meus devaneios quando senti alguém segurar o meu pulso com força e me puxar contra si.

Levantei o meu olhar e arregalei os olhos ao ver um sorriso ladino, um sorriso cheio de segundas intenções e sadismo.

— Annyeong.

Engolir em seco.

A noite em que esse maldito me tocou me veio em mente, todos os seus toques e palavras sujas, seu cinto batendo contra a minha pele, me espancando de modo sádico e senti o medo tomar conta de mim.

— Me solte, por favor. – pedi fazendo um esforço enorme pra não chorar.

— Por que não nos divertimos como na última vez, hum?– ele me ignorou.

Senti sua mão livre ir de encontro a minha nuca afim de trazer o meu rosto pra mais perto e me beijar, quando ele estava prestes a colar seus lábios nos meus levantei o meu joelho e acertei em sua região pélvica fazendo ele me xingar e apertar o meu pulso com mais força.

Mordi a sua mão com força o suficiente pra sentir o gosto ferroso do seu sangue na minha boca, ele me soltou e eu cuspir antes de correr pra longe dele. Por mais que as ruas estivessem movimentadas a essa hora, corri em meio as pessoas extremamente desesperada, eu tinha medo dele me pegar e fazer muito pior do que naquela noite.

Corri até sentir as minhas pernas pesarem, me implorarem por descanso mas ainda sim me obriguei a continuar afinal o meu prédio não era tão longe.

Quando o avistei um sentimento de alívio tomou conta de mim, eu estava tão apressada pra atravessar a rua que nem havia olhado para os dois lados, provavelmente eu teria sido atropelada alguém não tivesse me puxado pela cintura.

— Me larga seu puto! – gritei me debatendo por medo de ser o cara.

— Calma! Pronto, soltei.

Me virei e dei de cara com o garoto de cabelos negros, olhos marcantes e  lindo.

Era ele, o meu anjo.

— Jeongguk! – o abracei forte.

Eu sabia que não deveria, nós não somos amigos mas eu precisava fazer isso. Meu vizinho ficou com o corpo rígido, ele não retribuiu mas também não me afastou, apenas ficou ali parado.

— Ga-Gaby...

O soltei e vi ele soltar o ar de seus pulmões.

— Desculpa eu só... – deixei a frase morrer.

Jeongguk estava com as bochechas rubras e eu mordi o lábio inferior o imaginando o quão lindo ele ficaria com essas bochechas vermelhas acompanhada de gotículas de suor em seu corpo ao me foder forte e fundo.

— Gaby?

Saí dos meus devaneios ao vê-lo passar a mão na minha frente na tentativa de me chamar atenção.

— Hum?

— Você está bem? Parecia está fugindo de alguém. – ele perguntou entortando os lábios e desviando o olhar do meu por um segundo.

Ele parecia se repreender por ter me perguntado isso.

— Agora sim. – sorri pra ele.

Ele voltou a desviar o olhar.

— Está frio, vamos subir. – Jeongguk disse me dando as costas e atravessando a rua.

O segui tentando controlar um sorrisinho.

Jeon Jeongguk, Jeon Jeongguk... Você não faz ideia do quanto eu desejo acabar com essa sua timidez, com o seu pudor.

Borderline - UnlimitedWhere stories live. Discover now